Covi-19: SP começa a vacinar profissionais de saúde autônomos

Profissionais de saúde autônomos, com mais de 30 anos de idade, começam a ser vacinados contra a covid-19 a partir de hoje (18) na cidade de São Paulo. A estimativa é aplicar 50 mil doses nesse público alvo.

Segundo a prefeitura, essa vacinação está disponível nas 468 unidades básicas de saúde (UBSs), em oito mega postos, postos volantes, além de assistências médicas ambulatoriais (AMA/UBS) integradas.

Para a primeira dose, serão utilizados os imunizantes da Pfizer e da Oxford/AstraZeneca. No entanto, caso algum desses profissionais já tenha tomado a primeira dose com a CoronaVac, pode agora procurar uma UBS para receber a segunda dose do mesmo imunizante.

O intervalo entre as aplicações da primeira e segunda doses das vacinas Pfizer e Oxford/AstraZeneca é de 12 semanas. Já a CoronaVac está sendo aplicada com intervalo de 28 dias.

Para tomar a vacina, os profissionais de saúde precisam apresentar documento do Conselho de Classe ou comprovante de profissão (certificado ou diploma) e também um comprovante de residência na cidade de São Paulo.

Segundo a prefeitura, serão priorizados médicos, enfermeiros/técnicos auxiliares, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, técnicos de laboratório que façam coleta de exames ou análise de amostra para o novo coronavírus, farmacêuticos, técnicos de farmácia, odontólogos, auxiliares de saúde bucal, técnicos de saúde bucal, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, profissionais de educação física e médicos veterinários.

Para agilizar a vacinação, a secretaria municipal de Saúde solicita que as pessoas preencham um pré-cadastro no site Vacina Já antes de tomar a vacina.

Mais informações sobre a campanha de vacinação na cidade de São Paulo, inclusive a relação de postos de vacinação, podem ser encontradas no site da prefeitura.

Comorbidades e deficiência permanente
Em entrevista na manhã de hoje (18), o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, informou que a vacinação de pessoas acima de 45 anos com comorbidades está prevista para ter início na próxima sexta-feira (21), na cidade de São Paulo.

Nesse mesmo dia, segundo ele, terá início a campanha de vacinação contra a covid-19 para pessoas com deficiência permanente que estão no programa de benefício de prestação continuada (BPC) e que também tem acima de 45 anos.

Rio de Janeiro regulariza aplicação da segunda dose da CoronaVac

Vacina, frascos contendo CoronaVac, vacina da Sinovac contra coronavírus

O município do Rio de Janeiro regulariza esta semana a aplicação da segunda dose da CoronaVac, para quem tomou a primeira dose do imunizante em abril. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os grupos que estavam com a segunda dose atrasada foram atendidos até ontem (17) e a partir de hoje (18) serão vacinadas as pessoas que tomaram a primeira dose e que entram no período para receber a segunda aplicação.

No sábado (15), a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que distribuiu 90 mil doses de CoronaVac aos municípios, além das 162.210 entregues na quinta e sexta-feira, todas destinadas à segunda aplicação. De acordo com a SES, o estado ainda precisa receber 165.780 doses de CoronaVac, segundo o levantamento encaminhado pelos municípios. Nem todas essas doses estão em atraso.

A produção da CoronaVac pelo Instituto Butantan, em São Paulo, está paralisada desde sexta-feira (14), por falta do insumo farmacêutico ativo (IFA), matéria-prima da vacina. O material é enviado pela China e, segundo o instituto, não havia sido liberado pelo país oriental por causa de entraves diplomáticos causados por declarações de autoridades do governo brasileiro.

Ontem, o Butantan informou que a China liberou o envio de 4 mil litros de IFA, suficientes para a produção de 7 milhões de doses da vacina. O IFA deve chegar ao Brasil no dia 26 de maio. O contrato com o laboratório chinês Sinovac prevê o envio de mais 6 mil litros de IFA, ainda sem data para entrega.

O Butantan entregou na sexta-feira (14) ao Ministério da Saúde o último lote fabricado até o momento, com 1,1 milhão de doses. O instituto já entregou 47,2 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunizações, cumprindo o primeiro contrato firmado, que previa 46 milhões de doses. O segundo acordo prevê a disponibilização de 54 milhões de doses até o final de agosto.

Marinha da Índia busca 80 desaparecidos no mar após ciclone devastador

Damage after cyclone Tauktae, in Navabandar

A Marinha da Índia executa uma grande missão de resgate aéreo e marítimo, nesta terça-feira (18), em busca de 81 trabalhadores e tripulantes desaparecidos. A embarcação em que eles estavam afundou no mar agitado, após um ciclone poderoso que atingiu o litoral oeste do país.

Cerca de 180 das pessoas a bordo da barcaça foram resgatadas durante o naufrágio no litoral de Mumbai. Foram iniciados esforços para remover tripulantes retidos em uma segunda barcaça que encalhou devido à tempestade, disse a Marinha.

“Há ondas de 6 a 7,6 metros, os ventos estão fortes e a visibilidade é baixa”, informou o porta-voz da Marinha, Vivek Madhwal. “Navios e aeronaves foram mobilizados para a missão de busca e resgate”.

O ciclone Tauktae, a tempestade mais intensa a atingir a costa oeste indiana em duas décadas, arrancou torres de alta tensão e árvores e causou desabamento de casas, matando ao menos 19 pessoas, disseram autoridades.

A tempestade chegou ao solo no estado de Gujarat, aumentando a pressão no momento em que a Índia enfrenta um pico surpreendente de casos e mortes de covid-19, além de escassez de leitos e oxigênio nos hospitais.

Ernesto Araújo diz à CPI da Pandemia que não houve atritos com a China

Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva do ex-ministro das Relações Exteriores. O objetivo é obter explicações sobre a condução da diplomacia brasileira durante a crise sanitária provocada pela covid-19. 

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado ouve, nesta terça-feira (18), o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, sétimo a falar ao colegiado. Desde as 9h30 da manhã, Araújo tem respondido a perguntas sobre a condução da diplomacia brasileira durante a pandemia, com foco na relação do Brasil com a China e nas negociações para compras de vacina.

O ex-ministro negou que tenha causado qualquer atrito com a China “antes ou durante a pandemia” e que isso tenha dificultado a aquisição de vacinas para o Brasil. “Não entendo nenhuma declaração que eu tenha feito em nenhum momento como antichinesa. Houve determinados momentos em que, como se sabe, por notas oficiais, o Itamaraty, eu tomei a decisão, nós nos queixamos de comportamentos da Embaixada da China ou do embaixador da China em Brasília, mas não houve nenhuma declaração que se possa qualificar como antichinesa. Não há nenhum impacto de algo que não existiu”, declarou.

Segundo Ernesto Araújo, o Itamaraty acompanhou os trâmites burocráticos dos insumos para as vacinas, mas não foi identificada nenhuma correlação entre atraso dos insumos e declarações do governo brasileiro.

Saída do governo
Ao falar de sua saída do posto de chanceler brasileiro, ocorrida em março deste ano, o diplomata disse que o fato não teve qualquer relação com a questão das vacinas. “Certamente não foi a questão de vacinas, como foi falado. O presidente manifestou que havia surgido, a partir de determinados fatos, dificuldades que poderiam dificultar o relacionamento, especificamente com o Senado e diante disso me pediu que colocasse a disposição o cargo, o que eu fiz”, afirmou.

Araújo afirmou que ainda em 2020 o Ministério das Relações Exteriores (MRE) já havia instruído postos diplomáticos brasileiros a prospectar estudos no exterior, sempre em parceria com a pasta da Saúde, com a qual tinha bom relacionamento, seja a gestão de Luiz Henrique Mandetta, sejam as de Nelson Teich e Eduardo Pazuello.

Estados Unidos
Perguntado se declarações do governo brasileiro mal recebidas pela China tinham a ver com um alinhamento à política internacional norte-americana de Donald Trump, Ernesto Araújo disse que não. Ainda sobre o governo Trump, disse que o que houve foi uma “aproximação”, mas que a relação não trouxe benefícios à imunização de brasileiros visto que os Estados Unidos proibiram a exportação de vacinas.

De acordo com Araújo, com Joe Biden na Presidência dos Estados Unidos, houve mudança de ênfase por parte do governo americano, mas havia contato estreito e frutífero com o novo governo, para rearmar a relação a partir das novas prioridades do governo americano.

Cloroquina
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) pediu explicações ao diplomata sobre a aquisição de hidroxicloroquina pelo governo brasileiro. O ex-ministro disse que em março de 2020 havia uma expectativa de que houvesse eficácia com o uso da cloroquina, não só no Brasil, mas no mundo. “Os estoques de cloroquina baixaram e ajudamos a viabilizar. É um remédio necessário, usado para outras doenças crônicas, e o estoque havia baixado”, explicou.

Covax Facility
Sobre a decisão do Brasil de obter o equivalente a 10% da população brasileira de doses de vacinas pelo consórcio internacional Covax Facility – iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o fornecimento de imunizantes para o mundo –, o diplomata relatou que houve uma reunião na Casa Civil para analisar a entrada do Brasil no grupo. Segundo Araújo, partiu do Ministério da Saúde a decisão sobre a porcentagem de doses, que poderia ter sido de até 50%.

“Jamais fui contra [o consórcio internacional], o Itamaraty esteve atento desde abril de 2020, assim que o Covax tomou forma, em julho, assinei carta para o gestor do consórcio dizendo que o Brasil tinha interesse em entrar. O contrato ficou pronto em setembro e assinamos naquele momento”, disse Araújo. O contrato resultou na aquisição de 2,9 milhões de doses de vacinas para os brasileiros.

Cientistas criam testes de covid-19 com resultados em tempo recorde

Pesquisadores das universidades da Flórida, nos Estados Unidos, e Chiao Tung, em Taiwan, criaram dispositivos que permitem detectar a infecção pelo novo coronavírus em um segundo ou em menos de 30 minutos, conforme a técnica usada. Os estudos foram divulgados hoje (18) na publicação Journal of Vacuum Science & Technology B, do Instituto Americano de Física.

Os cientistas desenvolveram um biossensor que permite detectar em um segundo biomarcadores para o vírus.

Uma equipe da Universidade de Illinois, também nos Estados Unidos, criou um dispositivo portátil, em que muitos dos seus componentes podem ser impressos em 3D e que permite obter resultados precisos a partir de uma amostra de saliva em menos de 30 minutos. O dispositivo é apresentado em artigo na revista Nature Communications.

O biossensor, semelhante ao usado para detectar glicose no sangue, permite identificar proteínas do novo coronavírus SARS-CoV-2 por meio de um detector de biomarcadores — semelhante na forma às tiras de papel utilizadas nos testes de níveis de glicose — com um pequeno canal onde são colocados os fluidos a serem analisados.

Dentro desse `microcanal`, os fluidos entram em contato com eletrodos, um dos quais é revestido a ouro, onde são quimicamente fixadas amostras de anticorpos específicos para o SARS-CoV-2.

No processo de análise, um sinal elétrico é enviado de um painel de controle por meio do eletrodo com as amostras de anticorpos para um segundo elétrodo, sem anticorpos.

Esse sinal volta depois ao painel de controle, onde é amplificado por um transístor e convertido num determinado número – indicador do diferencial entre o eletrodo com anticorpos e o eletrodo sem anticorpos – que representa uma posição numa escala de concentração de proteínas virais presentes na amostra em análise.

Os biossensores são descartáveis, mas as outras partes do dispositivo são reutilizáveis, permitindo reduzir os custos do teste, adaptável a outras doenças.

A equipe de cientistas de Illinois criou ainda um dispositivo portátil para detectar marcadores genéticos do novo coronavírus a partir de amostras de saliva. Em 104 amostras de saliva, o equipamento confirmou 28 das 30 amostras positivas para o SARS-CoV-2 e 73 das 74 negativas.

O dispositivo foi igualmente testado em amostras com ou sem os vírus da gripe, o SARS-CoV-2 e três outros coronavírus humanos, tendo identificado com rigor as amostras contendo o SARS-CoV-2, independentemente da presença de outros vírus.

O processo é baseado na criação de enzimas codificadas com informação sobre o código genético dos vírus analisados, que lhes permite sinalizar genes virais específicos.

A ação da enzima consiste em “cortar” os genes-alvo. No processo de análise, as amostras são tratadas com químicos que produzem fluorescência quando os genes são “cortados”. Quando as enzimas atuam sobre os genes-alvo, a fluorescência resultante sinaliza o teste positivo.

O equipamento consegue detectar vários genes por amostra, o que o torna mais preciso do que os testes de um único gene, que podem conduzir a resultados incorretos ou inconclusivos. Outra vantagem é que utiliza saliva, que é mais fácil de colher.

Os cientistas admitem que a tecnologia utilizada pode ser útil para detectar marcadores genéticos de determinados cânceres na saliva.

O novo coronavírus foi detectado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e disseminou-se rapidamente pelo mundo.

A covid-19, que se tornou uma pandemia há mais de um ano, provocou, pelo menos, 3,391 milhões de mortes no mundo, resultantes de mais de 163,5 milhões de casos de infeção, segundo balanço da AFP.

Tony Gel quer lactantes no grupo prioritário de vacinação

O deputado estadual Tony Gel (MDB) está solicitando ao governador Paulo Câmara (PSB) e ao secretário Estadual de Saúde, André Longo, a inclusão de lactantes, mães que estão amamentando, no grupo de vacinação de grávidas e puérperas, coisa que é defendida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

O parlamentar caruaruense informou que estudos apontam que o leite materno contém os anticorpos da mãe vacinada e que, como bebês e crianças pequenas não podem usar máscaras e equipamentos de proteção, ficam vulneráveis ao vírus. Até porque, como não há previsão de vacinas para bebês e crianças, vacinar as mães que amamentam seria uma excelente forma de oferecer proteção aos pequenos.

“As lactantes que forem vacinadas contra a Covid-19 não precisam interromper o aleitamento materno por conta do imunizante, uma vez que não há evidências de riscos para a saúde do bebê, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A doação de leite materno também é permitida. Portanto, espero que o Governo do Estado estude a possibilidade e tão logo inicie também a imunização das mães que estão amamentando”, disse o deputado.

TJPE ressalta a importância do respeito no Dia do combate à homofobia

“Quando a sociedade se depara com o diferente e o acolhe na sua integralidade, esta sociedade aprende a amar”. A frase é do advogado Felipe Nascimento Vignoli, e nesta segunda-feira (17/5), Dia do combate à homofobia, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) vem reforçar os direitos de todos os cidadãos independente de orientação sexual.

A data foi escolhida em lembrança da exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 17 de maio de 1990, oficialmente declarada em 1992. Nesta semana, também se comemora oito anos da Resolução 175/2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), norma que contribuiu para derrubar barreiras administrativas e jurídicas que dificultavam as uniões homoafetivas no país.

No dia 7 de outubro de 2020, Felipe Nascimento casou com o promotor de justiça Maxwell Anderson de Lucena Vignoli. Para o casal, que se conheceu em debates universitários sobre direitos humanos, o ato jurídico trouxe uma mistura de felicidade, realização e segurança.

“Já sofremos violência muitas vezes, tanto no âmbito familiar quanto na escola, no trabalho, e em outros ambientes de convivência. O sofrimento por não podermos demonstrar o nosso amor para as pessoas ratifica a violência e a exclusão praticadas há milênios contra nós, LGBTQIA+, desde a ‘demonização’ até a patologização das nossas identidades e expressões. Então, no momento em que a nossa união foi reconhecida pelo Estado, os anos de violação pelos quais passamos foram acalantados. O ato simbolizou os anos de lutas e resistência na busca pela igualdade e reconhecimento das diversidades”, afirmou Felipe.

Também em 2020, Felipe e Maxwell Vignoli decidiram ampliar a família e adotaram um menino de 9 anos de idade, Gabriel Vignoli. A sentença de adoção foi proferida pela juíza substituta da 2ª Vara da Infância e Juventude da Capital e atual secretária-executiva da Comissão Judiciária de Adoção (Ceja) do TJPE, Hélia Viegas. Para ambos, o processo de serem pais tem sido uma construção diária, com a qual aprendem a evoluir, desde a noite de leituras de histórias infantis em conjunto, até o bom dia matinal, passando pelos momentos de comunhão à mesa e aos estudos e brincadeiras com o filho.

Quando fala sobre o casamento civil, e a chegada de Gabriel na família, Felipe destaca o sentimento de reconhecimento. “O Judiciário pernambucano foi fundamental para efetivação dos nossos direitos. Os servidores, magistrados e demais membros do TJPE atuaram com civilidade e respeito, tornando os dois processos humanizados e acolhedores. A decisão judicial da adoção, assim como o nosso casamento civil, consolidou perante a sociedade os vínculos afetivos existentes entre nós e proporcionou, principalmente, a proteção ao direito de uma criança em ter uma família, independente da sua configuração, bem como o direito para nós, pais, de exercermos a parentalidade com o reconhecimento do Estado”, observa.

A juíza Hélia Viegas ressalta o avanço social e a necessidade de manutenção das conquistas da comunidade LGBTQIA+, e afirma que o direito evoluiu ao reconhecer a relação homoafetiva como uma instituição familiar. De acordo com a magistrada, ao buscar o caminho da adoção, os casais homoafetivos são mais abertos a um perfil mais amplo, o que inclui crianças com idades mais avançadas e adolescentes e/ou com deficiência, e grupos de irmãos, por exemplo. “As famílias homoafetivas procuram por perfis de crianças e adolescentes que na maioria das vezes não são buscados por muitos pretendentes que estão habilitados para a adoção, e eu creio que isso deve-se ao fato de que muitas dessas pessoas ainda sofrem preconceito em nossa sociedade, e sabem o que é enfrentar violações e desafios constantemente, de modo que passam a enxergar o ser humano, essas crianças, de outra forma, com empatia”, avalia a juíza.

“As diversas formas de composição familiar têm o amparo da Lei, tendo sido legitimadas pelos Tribunais Superiores, e isso foi registrado também em minha sentença. A relação do casal Felipe e Maxwell é consolidada e harmoniosa. Eles se mostraram um casal motivado e emocionalmente preparado para a filiação. A história deles com o filho é bastante bonita, e foi uma adoção de uma criança dentro de uma faixa etária que não é muito almejada pela maioria dos casais adotantes, e essa família acolheu, abraçou e amou Gabriel na condição de filho desde quando foi iniciada a convivência”, conclui Hélia Viegas.

HMV realiza 7ª Semana da Enfermagem de 17 a 21 de maio

Mesmo em meio a pandemia do coronavírus, tendo em vista que os profissionais da enfermagem assumiram arduamente a missão de enfrentamento desta doença, o Hospital Mestre Vitalino (HMV), localizado no Agreste de Pernambuco, realiza a 7ª Semana da Enfermagem. O objetivo do evento neste ano é prestar uma homenagem em agradecimento ao trabalho dos profissionais de enfermagem da unidade.

Seguindo todos os protocolos de segurança, a programação teve início hoje (17) com a entrega de certificados de gratidão aos colaboradores da categoria. A entrega foi realizada pelos líderes, em cada setor da unidade, para evitar aglomerações. Em seguida foi realizado um momento musical de agradecimento nos corredores do hospital. Na quarta (19) outros setores receberão os certificados.

Nos dias 20 e 21, será servido um café da manhã para os profissionais de enfermagem, organizado por setores e limitado a pequenos grupos por horário, para evitar os riscos de infecção pela Covid-19. E na sexta (21) haverá novamente um momento musical de agradecimento nos corredores do hospital finalizando a programação do evento.

Educação: Começa hoje e segue até o dia 21 de maio o seminário online em diversas áreas do conhecimento

Com o tema, Criatividade e Inovação: Vencendo os Desafios em Tempos de Pandemia, a Faculdade Alpha realiza mais um Seminário Acadêmico 2021.1. O evento começa hoje (17), e segue até o dia (21) de maio no horário das 19h às 21h. O seminal com direito a certificado, é voltado para estudantes de graduação, pós-graduação, profissionais e público em geral. A transmissão do workshop será de graça, pelas redes sociais no Canal do Youtube e Instagram da Faculdade Alpha.

De acordo com a Diretora Acadêmica de Graduação, Jaqueline Moura, o foco é proporcionar trocas de conhecimentos entre profissionais e estudantes, compartilhar temas da atualidade, promover oficinas, palestras, roda de conversa e trabalhar a inteligência emocional em tempos de pandemia.

“Vamos ter ao decorrer da semana, um momento cultural com música oferecido por estudantes e professores da instituição, além de palestras com convidados de Pernambuco e de outros estados, debates sobre a nossa realidade fazendo um paralelo ao cenário de outras regiões e a tendência do mercado. Será um momento de muita interação entre os participantes de forma que seja relevante para a formação de nossos estudantes”. Ressalta Jaqueline.

Empresas apostam em economia circular para reduzir impactos ambientais

 Na Reserva Mamirauá, pesquisadores e ribeirinhos buscam a sustentabilidade pelo manejo florestal  (Tomaz Silva/Agência Brasil)

As mudanças climáticas e o aquecimento global, com efeitos potencialmente destrutivos para a humanidade, têm demandado de governos e empresas a adoção de medidas robustas de mitigação de impactos ambientais na produção econômica. Nesse cenário, iniciativas em torno da chamada economia circular desenvolvem soluções tecnológicas e campanhas educativas que ajudam a “limpar” a cadeia produtiva e a melhorar a gestão de resíduos em diversos setores.

“De forma simplificada, economia circular é você tentar manter o recurso pelo máximo de tempo possível dentro da cadeia produtiva. Investir nos seus ciclos, que é a questão da reciclagem, o reuso, a remanufatura e, dessa forma, manter a durabilidade [do recurso] pelo maior tempo possível”, afirma Davi Bomtempo, gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Para Bomtempo, com a ascensão da agenda ambiental ao centro das preocupações geopolíticas, a exemplo da Cúpula do Clima, organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no mês passado, fica mais evidente que a economia circular pode desempenhar um papel transformador para que os países consigam atingir as metas de redução da emissão de gases poluentes na atmosfera.

“Se você tiver os princípios de economia circular implantados em um determinado país, com certeza passa a reduzir emissões e contribuir para o alcance dessas metas. É importante lembrar que há um contexto internacional muito forte. No acordo do Mercosul com a União Europeia, por exemplo, há um capítulo inteiro sobre desenvolvimento sustentável, onde o pilar central é a redução das emissões por meio do Acordo de Paris. E é dessa forma que a economia circular poderia entrar para contribuir”, argumenta.

Pesquisa feita pela CNI em 2019 mostra que 76,5% das indústrias desenvolvem alguma iniciativa de economia circular, embora a maior parte não saiba que as ações se enquadram nesse conceito. Entre as principais práticas estão a otimização de processos (56,5%), o uso de insumos circulares (37,1%) e a recuperação de recursos (24,1%). A pesquisa também mostra que 88,2% dos entrevistados avaliaram a economia circular como importante ou muito importante para a indústria brasileira. E não se trata apenas da busca por eficiência e economia.

Levantamento sobre o perfil dos consumidores brasileiros, também da CNI, mostra que 38% dos entrevistados sempre verificam ou verificam às vezes se os produtos foram produzidos de forma ambientalmente correta. A pesquisa revela ainda que os brasileiros também têm mais consciência sobre o destino do lixo. O número de pessoas que separa o lixo para a reciclagem cresceu de 47%, em 2013, para 55% no ano passado.

Para incentivar a circularidade na economia, a Organização Internacional de Normalização (ISO, na sigla em inglês) está elaborando uma norma técnica internacional de economia circular, com a participação de representantes de 70 países, incluindo o Brasil. A CNI representa o Brasil e a América Latina nesse processo. No próximo ano, o país deve sediar encontro para finalizar o texto do documento.

Circularidade de produtos eletrônicos

A multinacional Flex, que vende componentes eletroeletrônicos, como placas, computadores, celulares e impressoras, é uma das empresas que vislumbrou esse potencial do país e, desde 2013, criou uma nova frente de negócios que existe só no Brasil, voltada para a recuperação de resíduos eletrônicos próprios e de outras empresas. Naquele ano, foi fundado o Sinctronics, um centro de inovação da companhia localizado em Sorocaba (SP). Lá, diversos tipos de eletroeletrônicos são desmontados, descaracterizados e separados de acordo com suas propriedades.

“Hoje temos 300 toneladas de resíduo industrial da própria Flex e mais 300 toneladas de resíduos eletrônicos de clientes que levamos para o Sinctronics todos os meses, e 70% disso a gente consegue reinserir em cadeias produtivas. Uma boa parte volta para a Flex e outra vai para diferentes cadeias produtivas”, relata Leandro Santos, vice-presidente de Operação da Flex no Brasil. Para o restante de 30% de resíduos, que inclui itens como plástico, o Sinctronics desenvolveu tecnologia para triturar, derreter e granular as matérias-primas, que depois são reinseridas na cadeia sem necessidade de novas extrações.

Em 2018, o Sinctronics, da Flex, ganhou o certificado Zero Waste (resíduo zero, do inglês), por um processo de eliminação de 100% dos resíduos eletrônicos da HP, sua principal cliente, como a recuperação de cartuchos de impressora.

Alimentos e cosméticos

Presente em 16 países e referência na prestação de serviços ambientais para outras empresas, a Ambipar atua em vários projetos de reaproveitamento de matéria-prima da produção. Na indústria de alimentos, como chocolates e bolachas, por exemplo, a empresa usa as sobras para fazer um composto para nutrição animal, com alto valor energético, que é então absorvido em outras cadeias produtivas, evitando-se o descarte em aterros ou lixões.

Em outro projeto, as sobras de açúcar das sacas que ficam armazenadas no Porto de Santos, para exportação, são recuperadas e encaminhadas para uma usina de açúcar, a fim de serem fermentadas para se transformar em álcool. A companhia também atuou no processamento dos resíduos da barragem da Vale em Brumadinho (MG), rompida em 2019. Na pandemia, a Ambipar também tem atuado em serviços de descontaminação de ambientes coletivos, como aviões, centros médicos e outros espaços, para conter a propagação do vírus da covid-19.

“Nosso objetivo é sair daquele padrão linear de consumo, produção, consumo e descarte e fazer aquele conceito cíclico, de tentar sempre trazer o máximo desses resíduos, evitar que sejam descartados, evitando problemas ambientais e gerando custos. Além disso, retornar com matéria-prima de produtos e, com isso, aumentar o ciclo de vida desses materiais, diminuir os impactos, a questão do carbono e gerar receita”, diz Gabriel Estevam, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ambipar.

No setor de cosméticos, a Ambipar presta serviços de reaproveitamento de resíduos de produtos como shampoo, perfumes e cremes, que são transformados em base para produção de sabonetes, amaciantes e álcool. Na produção de celulose, um projeto da multinacional no Paraná ajuda a processar todos os resíduos da produção de papel, como folhas, lodo e casca, que são transformados em compostagem usada na própria adubação das florestas de eucaliptos.

Cimento mais limpo

Responsável por 7% de todas as emissões mundiais de carbono na atmosfera, atrás apenas da siderurgia, de acordo com a Associação Global de Cimento e Concreto, o setor tem buscado em matérias-primas alternativas a possibilidade de reduzir os impactos ambientais. Uma dessas iniciativas, consolidada no Brasil, é a adição de resíduos de outras indústrias – como a siderúrgica e as cinzas geradas por usinas termoelétricas -, na composição do clínquer (composto de calcário e argila aquecidos), que é o produto base da fabricação de cimento.

“Quanto menos clínquer a gente colocar no cimento, melhor em termos de impactos ambientais. Então, a gente pode produzir um cimento com 80% de clínquer e 20% de adições, ou 60% de um e 40% de outro. No futuro, nosso objetivo é chegar a uma proporção de 50% de clínquer com 50% de produtos alternativos”, afirma Gonzalo Gonzalo Visedo, chefe de Sustentabilidade do Sindicato Nacional da Industria do Cimento (SNIC).

Outra mudança estrutural na indústria do cimento é o uso de resíduos alternativos ao coque, um subproduto do refino de petróleo usado no fornos das fábricas. Atualmente, o nível de substituição do coque por resíduos chega a cerca de 21% e a projeção é chegar a 55% até 2050. Entre os materiais coprocessados nessa queima, estão cerca de 600 mil unidades de pneus por ano e biomassas típicas de cada região, como açaí, casca de arroz, casca de babaçu, cavaco de madeira, além de resíduos industriais e lixo doméstico.

“O coprocessamento nada mais é do que destinação de diversos tipos de resíduos provenientes de diversas fontes geradoras, como plástico, borracha, vidro, medicamentos. Os fornos das fábricas, que aquecem as matérias-primas a 1,5 mil grau Celsius, têm capacidade de destruição térmica extremamente eficiente”, explica Daniel Mattos, chefe do setor de coprocessamento da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

Durante o vazamento de 5 mil toneladas óleo que atingiu todo o litoral do Nordeste em 2019, a indústria do cimento desempenhou papel importante no coprocessamento desses resíduos que eram retirados das praias e incinerados nos fornos. As fabricantes de cimento também têm atuado no coprocessamento de cerca de 120 mil toneladas por ano de resíduos sólidos urbanos na Paraíba e em São Paulo. Nos próximos dez anos, a meta é expandir o serviço para outros estados do país e chegar a um patamar 2,5 milhões de toneladas/ano de lixo urbano coprocessado.

Tampinha Legal

Além da mudanças de padrões produtivos da própria indústria, campanhas educativas impulsionadas por empresas ajudam a mobilizar o envolvimento da comunidade, gerando renda e incentivando a circularidade de matérias-primas. É o caso do projeto Tampinha Legal, promovido pelo Instituto Sustenplást, em Porto Alegre. O programa estimula a entrega de tampinhas de plástico de garrafas pet em centenas de pontos de coleta espalhados pela cidade.

Participam do projeto entidades assistenciais do terceiro setor devidamente regularizadas como Apaes, escolas, asilos, associações civis, hospitais, entre outras. Com os recursos obtidos por meio do Tampinha Legal, as entidades assistenciais podem adquirir medicamentos, alimentos, equipamentos e materiais, além de custear tratamentos e exames de saúde e reformas.

“Somente em 2020, foram geradas receitas de R$ 1,2 milhão e a coleta de 350 milhões de tampinhas, cerca de 670 toneladas”, afirma o presidente do Instituto Sutenplast, Alfredo Schimitt.

Desafios regulatórios

Para melhorar o ambiente de negócios da economia circular no país, os especialistas ouvidos pela Agência Brasil defendem mudanças regulatórias para criar estímulos, principalmente em relação à tributação.

“Lá fora, no exterior, você tem subsídios para a economia circular. Aqui a gente compete por igual com os setores extrativistas, muitos deles contemplados com desonerações tributárias. Esse é um ponto em que valeria uma discussão nesse sentido, pensar alguma linha de fomento, alguma linha que alavanque o segmento”, diz Gabriel Estevam, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ambipar.

“No Brasil e no mundo, o pensamento ainda é o de punir quem não faz. Precisamos de modelos que premiam quem faz produção no formato circular. Esse custo deveria voltar como benefício”, diz Leandro Santos, da Flex.

Há um otimismo em torno do marco regulatório do saneamento básico, aprovado no ano passado, que prevê maior participação de empresas privadas na oferta de serviços. Na opinião de Daniel Mattos, da ABCP, a nova legislação deve ter potencial impacto na economia circular.

“Nossa expectativa é que isso traga maior segurança jurídica para a abertura de novos investimentos pela iniciativa privada, além de trazer recursos financeiros, a partir da criação de taxas municipais de gestão de resíduos, a exemplo do que já acontece no setor de energia e esgoto”.