O Indicador de Uso do Crédito apurado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) revela que, na passagem de março para o último mês de abril, caiu de 46% para 40% o percentual de consumidores brasileiros que recorreram à alguma modalidade de crédito. Os que não tomaram recursos emprestados no período somam 60% dos consumidores, sendo que esse índice sobe para 69% entre os indivíduos das classes C, D e E.
Os dados da sondagem revelam que o cartão de crédito foi a modadalidade mais usada, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparece o crediário (10%), o limite do cheque especial (7%), os empréstimos (5%) e os financiamentos (4%). Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os piores momentos para a tomada de crédito ficaram para trás, mas ainda há fatores que limitam seu uso. “Com o grande contingente de consumidores negativados, o uso do crédito fica restrito a uma parcela menor da população. Não podemos esquecer que a renda familiar encolheu e o desemprego permanece elevado”, ressalta.
Valor médio da fatura do cartão em abril foi de pouco mais de R$ 1 mil; 25% entraram no rotativo
O levantamento revela que em abril 43% dos usuários de cartão de crédito gastaram mais na comparação com o mês anterior. Outros 21% conseguiram uma redução no valor pago e 30% disseram que as despesas permaneceram iguais. Quanto à média total da fatura, o valor foi de R$ 1.022.
As compras de supermercado lideram a lista dos produtos mais adquiridos por meio do cartão de crédito, mencionadas por60% dos consumidores. Em seguida aparecem os gastos com remédios (43%), combustíveis (36%), bares e restaurantes (35%), roupas, calçados e acessórios (29%), serviços de recarga para celular (17%), entre outros.
Ainda de acordo com o levantamento, a maioria (73%) dos usuários de cartão conseguiu pagar a fatura integral, embora 25% tenham entrado no rotativo. “Com as dificuldades que ainda recaem sobre as famílias, muitos consumidores acabam perdendo o controle dos gastos e comprando a prazo inclusive bens de primeira necessidade. Reestabelecer o controle nesses casos é fundamental para que o consumidor não fique pendurado no cartão, sujeito ao pagamento de juros exorbitantes”, alerta a economista Marcela Kawauti.