Por Magno Martins
O governador Paulo Câmara (PSB) deve se deparar nos próximos dias com graves problemas na área de segurança pública, correndo o risco de enfrentar uma nova greve na Polícia Militar. É fato, reconhecido pelo próprio Governo e aliados, que os indicadores do Pacto Pela Vida estão em declínio. Pernambuco fechou o ano passado com 455 homicídios a mais que em 2014, num crescimento de 13,2%.
Ao todo, foram registradas 4.888 mortes violentas em 2015, ante os 3.433 registradas no ano anterior, segundo informações do banco de dados da Secretaria de Defesa Social. Em termos absolutos, os números são os maiores desde 2009, representando um retrocesso de cinco anos no combate à violência em Pernambuco. Preocupa ainda mais o fato de 2015 ser o segundo ano consecutivo de aumento na taxa de violência – lembrando que em 2014 já houve uma alta de 10,7% nos casos de mortes violentas em relação a 2013.
Falta por parte do Estado uma política mais arrojada. O Estado de Alagoas, por exemplo, apontado como uma das unidades mais violenta do País, vem caminhando para abandonar esse posto e é um exemplo de como é possível obter êxito no combate à criminalidade, apesar da conjuntura econômica desfavorável. Ontem, o secretário-executivo da Secretaria de Defesa Social, Rodrigo Bastos, na foto acima, entregou o cargo ao governador alegando motivos particulares.
Por meio de nota, a assessoria do secretário de Defesa informou que o delegado Alexandre de Almeida Lucena, atual Superintendente Adjunto da Superintendência da Polícia Federal no Estado, assumirá o posto. A mudança na cúpula da SDS acontece a poucos dias da Polícia Militar, que pleiteia aumento salarial de 25%, realizar uma assembleia que pode resultar em paralisação de advertência e depois por tempo indeterminado.
A possibilidade de greve foi confirmada pelo presidente da Associação de Cabos e Soldados, cabo Alberison Carlos, que disse que ainda aguarda uma resposta positiva do Governo sobre as reivindicações da categoria. Segundo ele, a categoria estabeleceu amanhã como prazo final. “A gente espera que o Governo se sensibilize, nos dê uma resposta positiva, por que aí vamos deliberar com a tropa em assembleia e o que for decidido nós vamos seguir com esse propósito”, disse ele.
O Governo do Estado também marcou para amanhã uma rodada de negociações com os policiais. Na última greve da Polícia Militar, em junho de 2014, foram registrados assaltos, arrastões e homicídios em série e o Exército foi chamado para colaborar com a segurança pública.