Jaciara Fernandes
Centenas de fiéis vão se reunir neste domingo (19) para cumprir um ritual que acontece há exatamente cinco anos, com a realização da Caminhada de Frei Damião, que sai do Convento dos Capuchinhos, no Bairro Divinópolis. O evento é realizado todo terceiro domingo de cada mês, sempre às 6h, com destino ao santuário que leva o nome do frade italiano, localizado na comunidade do Juriti, zona rural de Caruaru, às margens da BR-104 sentido Toritama. É bom lembrar que todos os domingos é realizada missa no santuário.
Após a missa solene, que será celebrada às 9h por frei Lopes, haverá comunicado sobre as melhorias que serão realizadas na atual estrutura. A Diocese de Caruaru se prepara para lembrar os 20 anos da morte do frade capuchinho, em março próximo. “Nesse primeiro momento vamos focar na Festa de Frei Damião, que acontece de 18 a 21 de março, inclusive com o tríduo. Até lá precisamos aumentar o número de cadeiras, promover mudanças na infraestrutura, dando um aspecto de templo ao galpão, e pavimentar a área”, adiantou frei Jociel Gomes, que está à frente do processo de translado para Caruaru dos restos mortais do capuchinho, que estão no Convento de São Félix de Cantalice, no Pina, Recife.
Outra providência é com relação à segurança, uma vez que parte da fiação do galpão e até vasos sanitários foram levados por desconhecidos. “É necessário manter seguranças no santuário para evitar mais problemas e prejuízos, afinal tudo que conseguimos fazer até agora foi através de doações dos fiéis”, completou Jociel. As novidades de imediatas também constam de outro acesso ao local, para facilitar o fluxo de veículos.
Quanto ao projeto macro que será erguido no terreno de quase 40 hectares, este deverá ser modificado e recalculado devido a algumas mudanças, a exemplo do templo, que inicialmente tinha capacidade para 10 mil pessoas e passará a receber 3 mil. Outro detalhe é a estátua, que deverá ter 15 metros de altura e a própria base terá uma plataforma que servirá para abrigar o museu do capuchinho.
O projeto assinado por padre Silvano Onofre, que é arquiteto e especialização em espaço sacro litúrgico, estava orçado em R$ 40 milhões. “A nossa ideia em construir um santuário mais modesto é justamente para reduzir esse valor”, explicou Jociel, que garantia a permanência, além da igreja e do museu, da praça de alimentação, do estacionamento e do espaço de acolhimento aos romeiros, com baterias de banheiro, chuveiros e guarda volumes.
No sentido de adiantar o projeto, reunião foi realizada no Recife, na semana passada, com o objetivo de assinar convênio com a Carmina Consultoria, que atualmente administra o Memorial Padre Cícero, no Alto da Colina do Horto, em Juazeiro do Norte (CE). A consultoria também irá desempenhar o papel de captar recursos a serem empregados na construção do santuário em Caruaru. Para isso, será importante que a iniciativa privada abrace a causa e que seja beneficiada através do sistema de usufruto.
“Devemos enfatizar que a participação dos devotos de Frei Damião serão indispensáveis em todo esse processo”, observou frei Jociel, que adiantou à reportagem VANGUARDA que uma campanha será lançada no mês do aniversário de morte do capuchinho. “Devotos de Frei Damião será o tema dessa ação, onde o fiel fará sua inscrição informando o valor que poderá contribuir e receberá em casa o carnê com os boletos do ano todo”, explicou. Também em casa o contribuinte receberá uma prestação de contas a cada três meses para que possa acompanhar o andamento das obras e de que forma o dinheiro está sendo usado.
Com relação ao processo de canonização e beatificação do religioso, este encontra-se bem adiantado. Inclusive, o Vaticano mandou uma carta informando que em fevereiro de 2018 será enviada uma posição da Comissão de Bispos e Teólogos. Caso seja positiva, o papa Francisco reconhecerá a prática heróica do capuchinho e concederá título de Vulnerável. A partir daí, se surgir algum milagre, este deverá ser provado junto ao Vaticano em um novo processo.
