Campanha quer Carnaval de Recife e Olinda sem violência sexual contra crianças

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Com dados subestimados, o Brasil não consegue proteger completamente crianças da violência sexual durante grandes eventos, como o Carnaval. Segundo a Secretaria Especial de Direitos Humanos, há uma média de 47 casos por dia no país, que incluem vítimas de abuso, exploração ou turismo sexual. Porém, como eles se baseiam apenas em denúncias anônimas ao Disque 100, o número de casos pode ser maior.

Este é o foco da campanha #DeUmBasta, com a qual a organização internacional Aldeias Infantis SOS irá engajar cidadãos para pressionar municípios a viabilizar diagnósticos reais na construção de políticas públicas de combate à violência, até o dia 5 de março. De acordo com o serviço de denúncia anônima do Governo Federal, são dois casos por dia no Estado.

“Para desenvolver planos efetivos contra as violações, são necessários diagnósticos corretos. Embora os dados do Disque 100 sejam importantes, é necessário considerar também informações de delegacias, escolas, conselhos tutelares, hospitais, centro sociais ou qualquer outro espaço em que uma criança possa ter seus direitos violados”, explica a gestora nacional da Aldeias Infantis SOS, Sandra Greco.

A participação das pessoas se dará por meio de petições online, que poderão ser assinadas no site deumbasta.org.br. Todas as assinaturas serão entregues para as prefeituras das cidades escolhidas este ano para o trabalho, de forma solene, com possibilidade de conversa para discutir políticas públicas com o gestor de cada município. “Selecionamos cidades que possuem grande mobilização popular para o Carnaval e onde a organização já atua. Exigir que a administração pública faça o seu trabalho é um dever de todos”, afirma Greco.

Segundo ela, a campanha é o primeiro passo de um processo para a defesa e garantia dos direitos de crianças e adolescentes em todo o Brasil, que vai do diagnóstico à implementação de medidas para isso.

“O Carnaval, assim como outros grandes eventos, é uma tradição brasileira que deve ser festejada e nele não deveria haver espaço para a violência. Acreditamos no potencial de cada cidadão como agente de transformação da sociedade e, por isso, convidamos todos a mudar esse cenário, para que a violência sexual não seja um legado do período”. defende. Presente no Estado desde 2006, o programa da organização em Araçoiaba, Igarassu e Recife fortalece famílias contra o ciclo da violência e pobreza.
Um ciclo permanente

A violência sexual deixa sequelas físicas e psicológicas de curto e longo prazo. Ela compromete saúde, autoestima, aprendizado e vida social das crianças e, pior, se torna um ciclo, pois tem o potencial de torná-las adultos reproduzem essa violência. É para dar um basta nesse ciclo que a campanha se centra.
Sobre a Aldeias Infantis SOS Brasil

A Aldeias Infantis SOS é uma organização humanitária internacional, presente em 134 países, que atua há 50 anos em comunidades vulneráveis pelo Brasil, defendendo o direito de crianças e jovens. Oferece alternativas de cuidado e fortalece famílias e comunidades em 12 estados e no Distrito Federal, além de promover melhorias em políticas públicas para que nenhuma criança cresça sozinha.www.aldeiasinfantis.org.br

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