Prof. Roberto Peixoto
Li e reli o livro: “ Caruaru a cidade que nos habita” dos Historiadores Jorge Quintino, professor e vereador em nossa cidade e do seu amigo, Edwar Castelo Branco. Um livro com a simples pretensão de ser material paradidático para reforço escolar. Mas podem ter certeza, é mais do que isso. Os autores se debruçaram sobre caruaruenses também históricos, nos campos das letras, das músicas, dos contos, em fim, de gente que viveu e conhece Caruaru e o que tivemos é uma obra pequena no seu tamanho e grande na sua importância.
Um relato histórico que nos remete à uma reflexão sobre as nossas raízes. Um formato não acadêmico, com uma força didática profunda, nos levando a questionamentos ao nosso passado e a cada um de nós habitantes de Caruaru, uma cidade que “verdadeiramente nos habita”. Daí concluirmos que: Espaços públicos, cidade e cidadania: da boa relação entre eles depende a qualidade de vida urbana. Toda a construção da espacialidade urbana é resultado de maneiras de viver. Da organização física aliada aos processos humanos, em que um influencia e modifica o outro. Das apropriações cotidianas, que revelam aspectos para a compreensão da sociedade. Com frequência a cidade é lida por olhos que a interpretam à distância, superficialmente, produzindo entendimentos manipulados sobre o espaço público. O livro aponta outra forma dialética de ver a nossa Caruaru.
Muitas vezes a cidade não é vista como um elemento vivo, onde os espaços estão sujeitos à ação do tempo. As ferramentas de planejamento urbano, em muitas ocasiões neutralizadas pelo poder do capital imobiliário e dos interesses políticos, tendem a homogeneizar os usos e apropriações. Tudo isso é uma realidade urbanística e histórica, sobre qualquer cidade. Entretanto, a obra “ Caruaru a cidade que nos habita” convida-nos a olhar Caruaru de forma histórica e poética ao mesmo tempo. Parabéns!