A maioria dos agentes de segurança considera que “as forças de segurança pública estão contaminadas pelo discurso político e partidário e isso atrapalha suas atividades-fim”. De acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta segunda-feira (30), 62,9% dos servidores das polícias civil, militar, científica e federal, além de guardas municipais e bombeiros de todo o país, concordam totalmente ou parcialmente com essa afirmação.
Conforme o levantamento do FBSP, outros 31,3% dos entrevistados discordam totalmente ou parcialmente que as forças de segurança estão contaminadas pela política. Outros 2,7% disseram não ter opinião formada sobre o tema e 3,1% preferiram não responder.
A pesquisa também perguntou se agentes de segurança pública de todo o país concordam total ou parcialmente com a pauta extremista do 8 de janeiro, quando um grupo de apoiadores radicais do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Os entrevistados foram questionados se a depredação de prédios públicos promovida pelos golpistas é considerada condenável, mas com motivação legítima. Para 19,4% dos agentes de segurança, a resposta foi sim. E 20,5% afirmaram concordar parcialmente com o enunciado.
Outros 51,5% disseram discordar parcialmente ou totalmente que a pauta dos invasores dos prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional é legítima. E 4,9% dos agentes preferiram não responder e 3,8% disseram não ter opinião formada a respeito do assunto. As informações foram antecipadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Facilitação dos ataques
O FBSP também perguntou aos agentes de segurança pública sobre facilitação dos ataques ao Palácio do Planalto, ao STF e ao Congresso Nacional. Para 62,1% dos entrevistados, os policiais que facilitaram a ação dos extremistas devem ser punidos, enquanto 17,3% discordam totalmente.
Para 55,7% dos agentes de segurança que participaram da pesquisa houve omissão no policiamento. E 70% viram falhas de planejamento e comando. Segundo o levantamento, 58,9% disseram acreditar que a conduta dos policiais que atuaram no combate aos invasores foi inadequada.
A pesquisa também consultou a opinião dos agentes de segurança pública a respeito do acampamento montado nas dependências do Quartel-General do Exército, em Brasília. Para 61,7%, o Comando do Exército demorou para colaborar com a dissolução. Outros 27,8% discordam totalmente ou parcialmente que houve demora.
O Globo