Comitê celebra resultado em Paris e destaca planejamento

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O Brasil encerrou a participação na Paralimpíada de Paris (França) com recordes de pódios (89) – 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes -, além do quinto lugar no quadro de medalhas do megaevento realizado na capital francesa, melhor colocação brasileira na história da competição. Para o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, o resultado é uma consequência do planejamento estratégico anunciado em 2017 e de uma mudança de rumo na estratégia da entidade.

“Esse plano foi uma bússola ao longo dos últimos oito anos e nos guiou até aqui. Ele traz a inclusão para o centro do nosso propósito. A gente deixa de fazer a inclusão pela repercussão e passamos a tê-la em nossa missão. Mudamos a lógica do desenvolvimento esportivo. Passamos a ir até as pessoas, criamos o Festival Paralímpico, a Escolinha Paralímpica, o Camping Escolar [que reúne os destaques da Paralimpíada Escolar para um período de treinos em alto rendimento]”, afirmou Mizael em entrevista coletiva concedida neste domingo (8) na Casa Brasil Paralímpico, em Saint-Ouen, cidade vizinha a Paris.

“Criamos o caminho do atleta, que parte da escolinha e que pode culminar em um pódio como aqui em Paris. Perdemos dois anos do ciclo por conta da pandemia [de COVID], caso contrário, teríamos mais jovens oriundos desses programas. Com os resultados dos projetos de formação, os resultados serão ainda melhores”, emendou o presidente do CPB.

O planejamento anunciado em 2017 projetava que o Brasil conquistasse entre 75 e 90 medalhas em Paris, além de se firmar entre as oito delegações mais laureadas. Nos Jogos de Tóquio (Japão) o país tinha obtido 72 pódios, ficando 22 vezes no topo, o que era o recorde anterior.

Outra meta era desenvolver a participação feminina nos grandes eventos. Na capital francesa, cerca de 42% da equipe verde e amarela foi composta por mulheres. Elas foram responsáveis pela maioria dos ouros brasileiros (13 de 25). Entre os destaques da campanha estiveram as campeãs paralímpicas Mariana D’Andrea (halterofilismo), Jerusa Geber (atletismo) e Carol Santiago (natação).

“Se olharmos para a China [país que liderou o quadro de medalhas em Paris], ela estava com mais de 60% dos pódios conquistados pelas mulheres. Acredito que seguindo essa lógica de oportunizar e criando condições, elas serão, cada vez mais, protagonistas e muito provavelmente vão superar resultados dos homens”, disse o dirigente.

Impacto Rio 2016

O desempenho brasileiro na França tem relação direta com a realização da Paralimpíada no Rio de Janeiro, em 2016. É o que avaliou o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), Andrew Parsons, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“O movimento paralímpico brasileiro aproveitou a oportunidade [de sediar os Jogos] para legado. O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, que é o centro nervoso desse desenvolvimento, e o aumento dos recursos [ao paradesporto] são fruto daquele momento e o Brasil paralímpico aproveitou como poucos”, comentou Parsons, que é brasileiro, presidia o CPB durante a Paralimpíada de 2016 e teve Mizael como vice e sucessor.

Entre 2001 a 2014, por meio da Lei Agnelo/Piva, que destinava 2% da arrecadação bruta das loterias federais ao esporte, o CPB tinha direito a 15% deste recorte (o Comitê Olímpico do Brasil ficava com os 85% restantes). A partir de 2015, um ano antes dos Jogos do Rio, com a Lei da Inclusão, o percentual voltado à entidade paralímpica foi alterado para 37,04%. No ano passado, o CPB recebeu cerca de R$ 224 milhões ao longo de 12 meses.

Mizael também afirma que a realização do megaevento na capital fluminense impactou o crescimento do Brasil no paradesporto. O dirigente, porém, alertou para as condições de algumas das estruturas erguidas para a Rio 2016, aproveitadas tanto para o esporte olímpico como paralímpico.

“Foi muito importante, tivemos a construção do Centro Paralímpico naquele período. Se não fossem os Jogos, o Centro provavelmente não teria sido erguido. Antes dos Jogos, em 2009, tínhamos oito pistas homologadas pela federação internacional de atletismo. Com os Jogos, foram realizadas construções, reformas e chegamos a ter mais de 50 pistas. Nossa preocupação de agora é que nem todas as instalações tiveram a manutenção adequada. Então, as estruturas construídas para o Rio começam a degradar. Estivemos nas 27 capitais esse ano e foi desafio”, analisou o dirigente.

“Nossa preocupação é que se retorne à estrutura pré-Jogos. As construções foram importantes, mas eram até necessárias mais. Como formar um atleta em um estado se não tem pista para ele competir? Estivemos observando aqui na França, e cada cidade tem uma piscina oficial de nível magnífico. Vejam quantas temos no Brasil, são cidades, capitais, que não têm”, concluiu Mizael.

STJ sofre ataque hacker, mas nega prejuízo ao sistema

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) informou hoje (8) que sofreu um ataque hacker na última sexta-feira (6). Chamada de “atividade criminosa cibernética” pelo órgão, a ação teria o objetivo de paralisar os sistemas.

A assessoria disse, em nota, que o controle foi totalmente retomado “em questão de poucos minutos” e os serviços digitais voltaram a funcionar normalmente. Também segundo o órgão, o “fato não causou prejuízos aos usuários”.

Ainda não foram divulgadas informações sobre origem, autoria e investigações sobre o ataque.

Veja a nota completa enviada pela assessoria de imprensa do STJ:

“O Superior Tribunal de Justiça informa que nesta sexta-feira (6), foi alvo de atividade criminosa cibernética e sofreu uma tentativa de paralisação de seus sistemas. Em questão de poucos minutos, o controle foi totalmente retomado, assegurando o funcionamento dos serviços digitais. O fato não causou prejuízos aos usuários”.

 

Incêndio queima 10 mil hectares do Parque da Chapada dos Veadeiros

Brasília (DF) 08/09/2024 - Incêndio Chapara dos Veadeiros
Foto: CBMGO/Divulgação

Um incêndio iniciado na última quinta-feira (5) destruiu 10 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. De acordo com a administração da unidade de preservação, a área atingida é ainda uma estimativa e fica entre o Paralelo 14 e a Cachoeira Simão Correia.

Em nota divulgada ontem (7), a chefia do parque informou que ainda não sabia o que ou quem provocou o incêndio, o que sinaliza que a unidade de preservação entende que pode ter sido criminoso. Na mensagem, também destaca que, desde o começo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o PrevFogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), escalaram efetivos para ajudar a debelar o incêndio, junto com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás. A expectativa era de que hoje fossem enviadas à localidade duas aeronaves, o que a reportagem não conseguiu confirmar, já que não teve sucesso nas tentativas de contato.

Um grupo organizado pelo Polo de EcoCiências do Cerrado realizou hoje (8), pelo segundo dia consecutivo, um mutirão para avaliar as condições da Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN) Campo Úmido Voshysias, em Alto Paraíso de Goiás, próxima ao Parque Nacional. Assim como a RPPN Murundu, visitada neste sábado (7) no mesmo município, o local foi afetado por um incêndio e precisou ser examinado mais de perto, demandando também a retirada de espécies de plantas exóticas invasoras.

A rede de combate às chamas conta, ainda, com a Rede Contrafogo, que articula brigadas de voluntários, e o Instituto Biorregional do Cerrado (IBC). Em um vídeo postado nas redes sociais, Ivan Anjo, da Rede Contrafogo, compartilha informações sobre outro ponto atingido por chamas, o lixão de Alto Paraíso de Goiás.

“Todo ano é a mesma coisa. O lixão pega fogo sempre na mesma semana! Em 2021 foi no dia 7 de setembro, 2022 foi dia 4 de setembro, em 2023 não teve (oh glória) e esse ano, 6 de setembro iniciado perto das 22h, enquanto ainda cuidavam do fogo no Pouso Alto [também em Alto Paraíso]. Seria só coincidência? A prefeitura não se organiza pra fiscalizar, vigiar e muito menos pra combater. Parecem gostar que o lixão diminua seu volume todo ano pra ter menos o que administrar. Dezenas de famílias tiveram que abandonar suas casas ontem devido a essa incompetência. Ou seria maldade mesmo? O que você acha?”, diz o texto que acompanha o vídeo. Nos comentários da postagem, moradores da cidade concordam com o brigadista e fazem críticas à gestão municipal.

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é um dos locais de preservação do Cerrado, conhecido como “berço das águas” e que, apesar disso, pode perder cerca de 34% do fluxo dos rios até 2050. De acordo com monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente este ano, até ontem (7), foram detectados 48.966 focos de queimada no bioma, que só perde para a Amazônia (79.175).

A Agência Brasil tentou contato com o ICMBio, o Ibama e a prefeitura de Alto Paraíso de Goiás, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

Pernambuco recebe 2.823 denúncias de propaganda irregular através do aplicativo Pardal

Eleitores podem denunciar propaganda eleitoral irregular por aplicativo

Foram registradas 2.823 denúncias de propaganda irregular em Pernambuco, até a data deste sábado (7/9). Recife tem o maior número de denúncias com 490, depois vem Jaboatão com 280, Cabo de Santo Agostinho com 158, Paulista com155 e Olinda com 90 relatos de propaganda eleitoral irregular.

A Comissão de Propaganda do TRE-PE, com sua equipe de apoio às Zonas Eleitorais está monitorando o sistema Pardal em todo o Estado. O objetivo é ajudar no processamento das denúncias, garantindo respostas rápidas e adequadas às solicitações dos cidadãos.

Entenda como funciona o Aplicativo Pardal

O Pardal é um aplicativo desenvolvido pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE) que possibilita o cidadão denunciar propaganda eleitoral irregular e outras infrações especificadas na própria ferramenta, anexando fotos e vídeos para demonstrar a irregularidade. Caso a denúncia envolva crimes eleitorais ou outras infrações de natureza mais grave, ela deve ser encaminhada diretamente ao Ministério Público Eleitoral. A versão atualizada do Pardal pode ser baixada gratuitamente nas lojas de aplicativos (Google Play ou App Store).

O tratamento das denúncias de propaganda pela Justiça Eleitoral consiste em notificar formalmente o candidato para apresentar resposta no prazo de dois dias, devendo anexar provas da regularização. Caso o candidato não regularize, é autuado um procedimento administrativo – Notícia de Irregularidade em Propaganda Eleitoral (NIP), encaminhando-se para o Ministério Público para as providências cabíveis, incluída a possibilidade de ingressar com ação judicial para responsabilização do candidato.

Como denunciar desinformação eleitoral

O aplicativo Pardal possui uma funcionalidade que direciona o usuário para o Sistema de Alerta de Desinformação Eleitoral (Siade) para casos envolvendo desinformação. Alternativamente, denúncias de desinformação podem ser feitas pelo SOS Voto, ligando para o número 1491.

Thiago Nunes realiza a maior inauguração de comitê de campanha da história de Agrestina

Em um movimento que só cresce, a campanha de Thiago Nunes e Roberval Maciel realizou mais um ato de proporções muito expressivas, nesse sábado, dia 07 de setembro, em Agrestina. Desta vez, a inauguração do comitê da campanha, a Arena 45, que foi precedida pelo Arrastão 45, levou milhares de apoiadores para as ruas de Agrestina e tornou a abertura da Arena 45 uma festa linda e com uma energia contagiante.

Com a participação e presença voluntárias do povo, os atos de campanha de Thiago e Roberval corroboram, dia após dia, com o crescimento exponencial do apoio popular ao projeto da Coligação Agrestina Feliz de Novo. E a inauguração da Arena 45 foi mais prova irrefutável da ascensão da campanha e da simpatia e do carinho do povo de Agrestina pelo projeto político encabeçado por Thiago e Roberval.

Durante a inauguração, Thiago Nunes falou sobre sua ida até os munícipes, até suas casas, sua realidade, no movimento de porta a porta, e em como tem visto de perto os grandes problemas que a população está enfrentando. E voltou a afirmar que, junto com Roberval Maciel, vai trabalhar para melhorar a vida dos cidadãos e cidadãs de Agrestina.

A Arena 45 é um espaço muito bem organizado, inovador, e pioneiro em Agrestina; é um local aberto, arejado, “instagramável”, e muito acolhedor. E fica localizada na Rua Matheus de Castro Lino, no Centro, próximo ao CCI.

Secretaria de Cultura abre credenciamento de imprensa para o 3º Festival Viva Jesus

A Prefeitura de Garanhuns, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, promove no período de 18 a 22 de setembro de 2024, mais uma edição do Festival Viva Jesus. O evento chega a seu terceiro ano com o propósito de fomentar o turismo religioso na cidade, gerando movimentação econômica e renda para diversos setores. A programação vai contar com apresentações de artistas do segmento gospel e católico, na Praça Mestre Dominguinhos.

Para a cobertura desta edição, a Secretaria de Cultura divulga o credenciamento para os veículos e profissionais de imprensa interessados. O processo poderá ser realizado até o dia 09 de setembro, às 12h, exclusivamente por meio do preenchimento do formulário disponível no link: https://forms.gle/dn4dxzaHQrgtceDM6

As credenciais de identificação serão entregues nos dias 17 e 18 de setembro, das 09h às 14h, na sala de comunicação da Secretaria de Cultura que fica localizada na rua Siqueira Campos, nº 75, no bairro Santo Antônio.

UNIFG realiza feira de adoção de pets durante a II Semana de Medicina Veterinária

Em alusão ao Dia do Médico Veterinário, comemorado em 9 de setembro, o Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG) realizará na próxima segunda-feira (09) a sexta-feira (13) a II Semana de Medicina Veterinária. Diversas ações gratuitas serão ofertadas para a população e, com exceção da sexta-feira, as atividades terão início a partir das 14h e seguirá até às 22h, na instituição localizada na Rua Comendador José Didier, nº 27, Piedade, Jaboatão dos Guararapes.

Durante os dias do evento, o público terá acesso a palestras, workshop, oficinas, que ocorrerão no auditório do Centro Universitário. Serão abordados temas sobre: meliponicultura, adulterantes do leite, atuação do médico veterinário na área de animais selvagens, cannabis, hemorragia pulmonar induzida por esforço em cavalos de vaquejada, dentre outros. Já a feira de adoção será realizada na segunda, terça e quarta-feira, das 14h às 21h. As inscrições também poderão ser feitas no dia do evento e a expectativa é que a II Semana reúna a cada dia, em média, de 70 a 100 pessoas.

De acordo com a zootecnista e professora do curso de Medicina Veterinária, Erica Carla, a semana tem o objetivo de reunir a comunidade acadêmica, bem como, a população em geral. “Queremos, por meio do evento, reunir profissionais, estudantes e comunidade do entorno, para participar da feira de adoção, bate-papos e palestras voltadas para temas da área, além de proporcionar trocas de experiências e informações à sociedade sobre cuidados com os animais”, explica.

Endereço

Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG)
Rua: Rua Comendador José Didier, nº 27, Piedade, Jaboatão dos Guararapes.

 

Feira de adoção:

Data: 09/09 e 11/09

Horário: 14h às 22h

 

Programação de palestras:
Dia 09/09

14 às 18h – Workshop banho e tosa

14 às 21h – Feira de adoção

19 às 21h – Palestra: adulterantes do leite

Dia 10/09

15h às 18h – Oficina: fios de suturas

19h às 20h20 – Palestra: desafios na hematologia

20h30 às 21h30 – Palestra: quimioterapia antineoplásica

Dia 11/09

15h às 18h – Oficina: meliponicultura

19h às 20:20h – Palestra: atuação do médico veterinário na área de animais selvagens

20h30 às 21h30 – Palestra: desafios éticos na profissão

Dia 12/09

15h às 18h – Minicurso sobre ultrassonografia na veterinária

19h às 20:20h – Palestra sobre felinos

20h30 às 21h30 – Palestra: cannabis uma realidade ainda pouco explorada

Dia 13/09

19h às 21h – Palestra: hemorragia pulmonar induzida por esforço em cavalos de vaquejada

Sob forte sol e clima seco, população celebra a Independência e resgata a memória do 7 de Setembro

 

Alunos desfilaram com as bandeiras de cada uma das 27 unidades da Federação e com placas e bandeiras alusivas ao G20 – Foto: Ricardo Stuckert / PR

Debaixo de um sol forte, com quase 30 graus de temperatura e umidade próxima dos 25%, a população acompanhou o desfile cívico-militar de 7 de setembro em Brasília (DF), em comemoração aos 202 anos da Independência do país. A Capital federal completou, neste sábado, 137 dias sem chuvas: o maior período de seca dos últimos 14 anos. Mesmo assim, desde as 6h20 da manhã as pessoas foram chegando à Esplanada dos Ministérios para se acomodar nas arquibancadas.
Wagner Luz dos Santos, brasiliense de 46 anos, veio de bicicleta participar do evento, que lhe traz a memória do pai, falecido em 2012. “Meu pai me trazia para o 7 setembro, porque eu sempre quis ser policial, não é? Então, sempre quis ver de perto as viaturas da polícia, os policiais, as aeronaves, helicópteros”, recordou.

Desde criança, Douglas Alves de Souza, engenheiro civil de Brasília com 28 anos, também acompanha o desfile — inicialmente, na companhia dos pais. “Vim hoje porque fiquei com muita vontade de ver o desfile, que é algo que, como brasileiro, me faz sentir orgulho da nossa nação, né? De saber que, mesmo com todos os problemas, somos uma nação independente, unida e buscando a prosperidade em todos os sentidos possíveis”, afirmou.
João Pedro Apolônio, estudante de Estatística que mora em São Paulo e veio visitar os pais neste feriado, também resolveu enfrentar o sol forte e encher a cabeça de boas memórias. “Aproveitei porque o desfile é muito bacana, né? Gosto muito de vir, ver as pessoas marchando me lembra a época do colégio, porque eu marchei lá uma vez, quando fui do Colégio Militar. Então é um dia bem emocionante, dá muito orgulho”, confessou.

 

MUDANÇAS CLIMÁTICAS — Em 2024, sob o lema “Democracia e Independência – É o Brasil no rumo certo”, o desfile uniu vários simbolismos, um deles o esforço da nação em torno do apoio e do processo de reconstrução do Rio Grande do Sul, após a crise climática que se abateu sobre a população gaúcha em maio. O desfile contou com 500 estudantes de escolas públicas do Distrito Federal, parte deles se apresentaram com roupas típicas gaúchas, em homenagem ao estado e aos voluntários que ajudaram na reconstrução.
Os jovens ainda desfilaram com as bandeiras de cada uma das 27 unidades da Federação e com placas e bandeiras alusivas ao G20, que em 2024 está sob a presidência do Brasil, trazendo a temática do combate à fome, à pobreza, à desigualdade e com foco na sustentabilidade.
“Acho que os povos originários, donos dessa terra, têm a sabedoria e o conhecimento necessário para ajudar a gente atravessar essa crise”, argumentou Tatyanna Falcão, brasiliense de 48 anos que acompanhou o desfile neste sábado. “Como bióloga, como cidadã, tenho certeza que a gente tem a solução e ela está onde o problema está. Com empoderamento da base — no sentido de dar poder mesmo, dar conhecimento, dar acesso — fica muito fácil, porque a gente vai ter um sentimento de comunidade que é o que os povos originários pregam”.

Estudantes levaram as bandeiras alusivas ao G20, que em 2024 está sob a presidência do Brasil – Foto: Ricardo Stuckert / PR

ATLETAS OLÍMPICOS — Por ser realizado em um ano com tanto significado para o esporte, o desfile também foi marcado pela participação de 30 atletas que disputaram os Jogos Olímpicos de Paris, encerrados no dia 11 de agosto. Eles integram o Programa Atletas de Alto Rendimento, coordenado pelo Ministério da Defesa, e o Bolsa Atleta do Governo Federal. O atleta Caio Bonfim que, na França, conquistou a prata inédita para o Brasil na marcha atlética, foi o porta-bandeira do grupo.
O Bolsa Atleta é o programa de patrocínio direto do Governo Federal aos atletas, e chegou em 2023 a um recorde, com mais de 9 mil atletas olímpicos e paralímpicos contemplados. Na França, todas as medalhas conquistadas pelo Brasil – 3 ouros, 7 pratas e 10 bronzes – estavam conectadas ao Bolsa Atleta. Dos 60 medalhistas em Paris — 48 mulheres e 12 homens — 100% são integrantes do Bolsa Atleta ou estiveram em editais ao longo de suas carreiras.
O Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) envolve 570 atletas em 35 modalidades, incluindo 27 olímpicas, e promove a excelência esportiva e o desenvolvimento de talentos. Além de proporcionar benefícios como salário, férias e assistência médica, o PAAR oferece instalações esportivas militares de ponta para treinamento.

Esquadrilha da Fumaça: neste sábado, Brasília completou 137 dias sem chuvas – Foto: Ricardo Stuckert / PR

ATENDIMENTOS E SEGURANÇA — Ao todo, neste feriado da Independência, o desfile mobilizou quase 9 mil pessoas, incluindo militares, estudantes e atletas. Foram 3.990 pessoas que participaram dos desfiles a pé, motorizados (em 133 viaturas) e montados (cavalos). A equipe de segurança, formada por militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, além de equipes da segurança pública, envolveu 4,9 mil pessoas.
Equipes do Corpo de Bombeiros foram posicionadas em diferentes pontos da Esplanada, além de viaturas para pronto atendimento e emergências pré-hospitalares, incêndios e salvamentos. Ao lado do Museu da República, o governo do Distrito Federal montou a “Cidade da Segurança Pública”, para servir como ponto de apoio às forças de segurança e demais órgãos atuantes no evento. Conselheiros tutelares e servidores da Vara da Infância e Juventude também estão na Cidade da Segurança para atendimento a crianças perdidas.
O policiamento na região teve o apoio de imagens de drones e das câmeras localizadas no comando móvel da Polícia Militar. A Delegacia Móvel da Polícia Civil esteve posicionada na Esplanada para o registro de ocorrências policiais e o bloqueio de celulares roubados ou furtados, por meio do programa “Fora da Rede”. A 5ª Delegacia de Polícia localizada na região central, assim como a Delegacia de Atendimento à Mulher I (Deam I), que fica na Asa Sul, e a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) funcionam neste feriado com reforço no atendimento e nas equipes de campo.

Presidente Lula foi abraçar as pessoas que compareceram à cerimônia do Dia da Independência – Foto: Ricardo Stuckert / PR

PRONUNCIAMENTO — Na sexta-feira, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, exaltou a democracia em pronunciamento transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão. “A democracia é mais do que votar no dia da eleição. É lutar pela conquista de direitos. O direito de fazer três refeições por dia, morar com dignidade, ter um bom emprego, salário justo, segurança para cuidar da família e conquistar um futuro melhor para nossos filhos”, acrescentou.
De acordo com o presidente, “a vitória da democracia permitiu que trouxéssemos de volta as políticas de inclusão social que retiraram milhões de pessoas da pobreza. Permitiu que tivéssemos, de novo, uma política externa ativa e altiva, à altura da grandeza do Brasil. Que a saúde e a educação voltassem a ser prioridade. Que a ciência derrotasse o negacionismo. E que o combate a todas as formas de desigualdade voltassem à ordem do dia”.

Brasil garante dobradinha nos 200 metros classe VL2 da canoagem

Fernando Rufino, canoagem, paralimpíada 2024

O Brasil garantiu uma dobradinha na prova dos 200 metros da classe VL2 (para atletas que usam tronco e braços na remada) com a conquista, neste domingo (8), da medalha de ouro com o sul-mato-grossense Fernando Rufino e a prata com o paranaense Igor Tofalini.

Fernando completou a prova em 50s47, melhor tempo na história dos Jogos, conquistando o bicampeonato paralímpico (ele foi ouro na mesma prova nos Jogos de Tóquio). Já Tofalini fez 51s78 e ficou com o segundo lugar, em chegada emocionante contra o norte-americano Blake Haxton, bronze com o tempo de 51s81.

“Galera de casa, minha família de Itaquiraí [cidade do Mato Grosso do Sul], o meu Brasil, que eu representei, remaram todos juntos. Eu carrego uma bandeira verde e amarela. Então aqui ainda não temos a dimensão, porque a alegria que vou receber depois será maior do que a emoção que estou vivendo aqui hoje”, declarou o campeão paralímpico.

Edição: Fábio Lisboa

Paralimpíada traz avanços, mas acessibilidade em Paris ainda patina

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Qual o maior legado que um megaevento esportivo pode trazer para uma cidade? No caso dos Jogos Paralímpicos, eles trazem holofotes para questões que envolvem o dia a dia das pessoas com deficiência, sejam atletas ou não. Entre elas, a acessibilidade, o que, no caso de Paris, ainda é particularmente um desafio apesar de avanços motivados pela realização da Paralimpíada.

Na capital francesa, vivem cerca de 185 mil pessoas com deficiência. Há três anos, segundo a Prefeitura local, um em cada dois pontos de ônibus parisienses davam condição às rampas de acessibilidade. Atualmente, 59 das 61 linhas municipais são consideradas adaptadas, ou seja, com ao menos 70% de pontos acessíveis. De acordo com o poder público, foram investidos 22 milhões de euros (R$ 136 milhões) nessas obras.

Outra intervenção foi feita em 2,5 mil semáforos da cidade, com a instalação de módulos sonoros. Acionados por um botão no próprio semáforo ou um controle remoto, que é distribuído gratuitamente a cidadãos ou visitantes, eles emitem sons para auxiliar pessoas com deficiência visual. O planejamento do município prevê chegar a 10,4 mil módulos.

Mais um objetivo referente à acessibilidade em Paris é ter, pelo menos, uma escola adaptada a cada 15 minutos de caminhada, para atender aos cerca de 12 mil alunos com deficiência da cidade. De acordo com a Prefeitura, a intenção é superar as 240 mil unidades acessíveis até 2026 e concluir o projeto até 2030.

Com relação aos imóveis públicos, a meta da prefeitura de Paris é ter 90% deles acessíveis até o ano que vem. Em 2022, apenas 45% eram adaptados. Em decorrência dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, seis instalações esportivas já foram reformuladas após aporte de 10 milhões de euros (R$ 62 milhões). Este é o caso da Piscina Georges Vallerey, que sediou a natação na Olimpíada de 1924. A estrutura recebeu pisos táteis, rampas e foi construída até uma salinha para receber cães-guia.

“Quando a gente compara Paris em 2017 com 2024, houve um crescimento incrível [em acessibilidade]. Paris entendeu o desafio e a oportunidade. Teremos legado no transporte, na educação, em termos de legislação e na percepção da sociedade sobre as pessoas com deficiência. A Paralimpíada é o evento mais transformador do mundo”, avaliou o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês), Andrew Parsons, à reportagem da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Mesmo assim, há gargalos. A reportagem da EBC conversou, na Praça da Bastilha, com a turista espanhola Marta Moreira e sua família, que vieram de Barcelona (Espanha). Cadeirante e com um quadro delicado de locomoção, tanto que utilizava a boca para conduzir a cadeira, Marta encontrou dificuldades de acessibilidade no hotel em que estava hospedada. Segundo a mãe, não havia elevador no imóvel, que era antigo.

“Boa parte das lojas não têm rampa para cadeirantes e há vias muito inclinadas. O metrô, então, está fora de cogitação”, disse Marta.

De fato, o sistema metroviário parisiense é problemático no que diz respeito à inclusão. Mais do que centenário e um dos mais movimentados da União Europeia, com cerca de quatro milhões de passageiros por dia, o metrô da capital tem somente 29 das mais de 300 estações consideradas adequadas a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Apenas a linha 14, a mais nova, é 100% acessível.

Muitas das estações não possuem elevadores e é necessário descer uma longa escadaria para entrar, o que as inviabiliza para cadeirantes. Em algumas linhas mais antigas, a porta do vagão deve ser aberta por meio de uma alavanca na hora de sair, o que pode ser dificultoso para quem possui amputação ou algum comprometimento motor de membro superior. E é necessário cuidado ao deixar o vagão, pois há um desnível no vão entre o trem e a plataforma.

Uma lei de 11 de fevereiro de 2005 previa que os transportes públicos estivessem acessíveis a pessoas com deficiência em dez anos. Contudo, o metrô de Paris foi considerado uma exceção, sob alegação de limitações técnicas e ligadas à conservação de patrimônio arquitetônico e ao impacto das eventuais obras, que seriam longas e teriam reflexo no tráfego de passageiros em geral.

Dias antes da Paralimpíada começar, porém, a presidente do Conselho Regional da Ilha da França, Valérie Pécresse, defendeu um projeto que torne o metrô parisiense 100% acessível. A estimativa é que as obras custem cerca de 20 bilhões de euros (R$ 120 bilhões) e levem ao menos 20 anos para serem concluídas. Ela pediu que o Governo Federal e a Prefeitura auxiliem a administração regional no custeio da inciativa.

Uma cidade considerada referência no que tange à acessibilidade após uma Paralimpíada é justamente a Barcelona de Marta. A capital da Catalunha sediou o megaevento em 1992, após a Olimpíada. Entre 1995 e 2004, um plano de acessibilidade local foi colocado em prática, determinando que calçadas e praças fossem todas elas adaptadas a pessoas com deficiência. Além disso, praticamente 100% das estações de metrô estão acessíveis. A transformação de Barcelona virou tema de documentário produzido pelo IPC.

Ao longo dos Jogos, a reportagem da EBC tentou entrevista com a vice-prefeita Lamia El Aaraje, responsável pelas ações de acessibilidade em Paris, mas não obteve resposta.