Os movimentos de luta por moradia foram beneficiados, mais uma vez, com a entrega de um terreno doado pelo Governo de Pernambuco para a construção de um novo habitacional de interesse social no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida – Entidades. A doação foi formalizada nesta quinta-feira (15) pela governadora Raquel Lyra e sua vice, Priscila Krause, durante cerimônia realizada no bairro do Bongi, no Recife. No local será construído o Residencial Zilma de Oliveira, com 64 unidades habitacionais para famílias em situação de vulnerabilidade social.
“Habitação popular de interesse social é a nossa prioridade. Por isso, fortalecemos a Secretaria de Habitação e criamos o programa Morar Bem Pernambuco, que trabalha em diversas frentes. Uma delas é apoiar os movimentos sociais de luta pela moradia, oferecendo apoio técnico para elaborar projetos e captar recursos junto ao governo federal. A população contemplada com esse terreno esperava há 20 anos por essa doação, que foi prometida lá atrás. Temos agora a honra de poder garantir esse direito e transformar realidades”, destacou Raquel Lyra.
Para a dona de casa Maria da Conceição, o momento é de agradecimento. “Hoje sou só gratidão. Foi uma luta muito grande durante 20 anos. Aguentamos na ocupação no sol, na chuva, passando por necessidade, mas estamos aqui em pé. Bom mesmo é ter sua própria casa, porque quando eu morrer, eu sei que minha filha vai estar amparada”, comentou.
Na localidade onde será construído o habitacional havia uma ocupação que foi desfeita em 2004. Desde então, o Movimento de Luta e Resistência pelo Teto (MLRT) reivindica a destinação da área para a construção de moradias. Em novembro de 2023, por meio de um chamamento público da Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), o terreno foi finalmente destinado para habitação digna. O projeto, enquadrado em portaria do Ministério das Cidades, é uma das ações do Programa Morar Bem Pernambuco. O prazo para a conclusão do residencial é de 24 meses.
“O governo vem dialogando com os movimentos de luta por moradia e também fazendo o mapeamento dos terrenos do Estado que estavam ociosos, sem utilidade pública. E esse terreno do Bongi era um pleito antigo do MLRT. Então hoje estamos aqui, a convite dos movimentos, para agradecer a governadora por esse que é mais um passo em direção a mais habitação e mais cidadania para pessoas que moram em situação de vulnerabilidade”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Simone Nunes.
O coordenador estadual do MLRT, Gian Carlos, agradeceu ao Governo do Estado pela conquista. “A luta pela moradia dessas famílias do Bongi vem desde 2004. Apresentamos o terreno para a gestão estadual, que dialogou com a gente e desapropriou o espaço. E esse residencial leva o nome de Zilma de Oliveira, que lutou com a gente e, infelizmente, não está mais aqui. Mas essa luta também é dela. Agradecemos muito a nossa governadora Raquel Lyra e a toda a equipe da Habitação por nos proporcionar essa vitória tão grande”, afirmou.
Este é o terceiro evento organizado pelos movimentos sociais para marcar a entrega de terrenos doados pelo Estado. Ao todo, cinco áreas foram selecionadas pelo Ministério das Cidades, por meio de chamamentos públicos da Cehab.
A primeira entrega aconteceu em maio, quando os movimentos AAST, MTST/PE, MLST/PE e MTSC/PE comemoraram o recebimento de um terreno para construção de 64 unidades habitacionais no bairro de Água Fria, no Recife. Neste evento, movimentos representados pela AAST também celebraram a doação de uma área em Peixinhos, Olinda, com capacidade para construção de 192 unidades, além de outro espaço, em Santo Amaro, na capital, para 96 habitações. Na semana passada foi a vez dos moradores da ocupação Maria Filipa, em Maranguape II, Paulista, festejarem a entrega de uma área do Estado para a construção de 192 unidades habitacionais.
Participaram do evento o secretário-chefe da Casa Militar, coronel Hercílio Mamede; o secretário-executivo de Habitação do Estado, André Fonseca; o diretor-presidente da Cehab, Paulo Lira; a coordenadora do MLRT, Rosilene da Silva, e a diretora-executiva da Copeagri, Patrícia Diniz