O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai passar por novas mudanças em sua formatação, que devem ser implantadas em 2024.
A fundadora, idealizadora e diretora pedagógica da Escola Teia Multicultural, Georgya Corrêa, falou sobre como a nova formatação do exame se assemelha com a metodologia da escola que fundou.
A pedagoga explicou que na Teia se acredita e sempre se trabalhou a formação ampla do ser humano, não apenas com foco em provas, vestibulares e demais avaliações, que são necessárias, mas conhecimentos que vão além delas.
A escola, que atende alunos desde a educação infantil até o último ano do ensino médio, tem como diferencial das demais escolas que todos os conteúdos propostos pelo MEC são apresentados dentro de um único projeto semestral tornando a aprendizagem interessante, divertida, significativa e experiencial, utilizando como eixos condutores a Arte e o Autoconhecimento, possibilitando que o estudante desperte seus talentos.
Atualmente, o Enem é composto por áreas do conhecimento (Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias) e é dividido em dois dias de provas. Todos os alunos respondem às mesmas questões.
Na nova formatação, o exame vai ser dividido em duas etapas, uma a cada dia. A 1ª será única e obrigatória para todos os estudantes com questões interdisciplinares, de conhecimentos gerais e redação. Já a 2ª etapa está diretamente relacionada aos itinerários formativos do Novo Ensino Médio, com provas das quatro áreas. O aluno escolherá apenas uma delas, de acordo com o itinerário realizado no período do Ensino Médio, que foi definido por escolha do estudante, provavelmente por estar mais afinado com suas habilidades.
A especialista explicou que a Teia realiza desde a sua fundação um ensino interdisciplinar, tendo recebido inclusive um título honorário internacional de Inovação na Interdisciplinaridade em 2017. “Isso significa não dividir o conhecimento em caixinhas, porque no dia a dia, na nossa vida, não acontece desse jeito. A gente entra em contato com uma situação e traz conhecimento de diversas áreas, de vários aspectos vividos e aprendidos, que estão de alguma forma organizados na nossa cabeça, para chegar à resolução ”, explicou.
Georgya completa dizendo que cada ação de reorganização da educação, ainda que seja para o final da educação básica, como no caso das alterações do ENEM, acaba tendo um efeito dominó em relação a todas as outras fases educacionais, pois, segundo ela, as outras etapas vão se reorganizando para atingir o resultado necessário ao final do processo, assim, essa mudança no Ensino Médio irá reorientar as prioridades de aprendizagem da educação.
Além disso, as mudanças sinalizam um despertar para o entendimento de que as pessoas têm habilidades distintas, em áreas, também, diferentes. A especialista pontuou que na redação, que fará parte da primeira fase da avaliação, é necessário que o estudante saiba argumentar, tenha criticidade, criatividade e esteja por dentro dos acontecimentos do mundo, que vai além dos conhecimentos técnicos de ortografia e gramática.
Georgya afirmou que na escola deve se buscar desenvolver no estudante sua cognição apoiados pelas suas inteligências, potencialidades, bem como sua saúde física e emocional.
“Enxergamos essa nova organização, possibilitando a escolha do estudante de realizar a avaliação por determinada área do conhecimento como algo muito positivo. Pois, fortalece esse olhar das habilidades específicas de cada aluno, daquilo que cada um tem curiosidade e desejo de se aprofundar.
Na Teia focamos mais na área de linguagens e seus códigos e de ciências humanas, mas oferecemos, também, matérias eletivas das outras áreas, quando o estudante tem esse desejo”, pontuou.
Sobre Georgya Corrêa
Georgya Corrêa é a fundadora, idealizadora e diretora pedagógica da Escola Teia Multicultural e cofundadora e diretora pedagógica da Edtech Asas Educação. Teve sua primeira formação como atriz de: teatro, televisão e rádio, atuou como assistente de direção, coreógrafa e cenógrafa. Realizou trabalhos para o setor de RH desenvolvendo treinamentos de equipes através do lúdico.
É fundadora do recém lançado canal de podcast Escola 5.0. A proposta pedagógica da Teia Multicultural foi seu TCC do curso de pedagogia e reúne as experiências que teve em uma escola na Índia, ligada ao autoconhecimento, com sua experiência como atriz, arte educadora e pedagoga e recebeu em 2016 o reconhecimento do MEC como Instituição de Referência para a Inovação e a Criatividade em educação básica do Brasil e no ano de 2017, após uma seleção mundial de escolas inovadoras no mundo, pela Education Cities no desafio Edumission, recebeu o título honorário de “Inovação em Interdisciplinaridade” como finalista da seleção de 10 escolas no mundo.