O Relatório Mundial sobre Audição, lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), revelou que um quarto da população global, o equivalente a 2,5 bilhões de pessoas, deve enfrentar problemas de perda auditiva até 2050. O levantamento aponta também que cerca de 60% dos casos podem ser evitados e tratados, a fim de evitar a surdez total. O distúrbio, além de genético e degenerativo, pode ser causado pela alta exposição a ruídos, trauma acústico, infecções e exposição a substâncias tóxicas, como também, por transtornos relacionados a lesões cerebrais, como é o caso da surdez neurossensorial e da afasia, que impede o paciente de ouvir e também falar adequadamente.
Para muitas pessoas, conviver com a perda auditiva e procurar um especialista para adotar o tratamento adequado é um desafio, devido ao medo de sofrer algum preconceito. “Muitas vezes, os adultos ou idosos têm vergonha de usar o aparelho, porque ele fica à mostra, mas essa detecção precoce da perda auditiva é importante, porque o uso do aparelho, bem como o tratamento, é fundamental para que eles possam continuar se comunicando”, explica a fonoaudióloga da Clínica Três Marias, Ana Elizabete.
De acordo com a especialista, é preciso se atentar aos sinais para que seja possível ter o diagnóstico o mais cedo possível. Os principais indicativos da condição são: a dificuldade em entender o que outras pessoas estão falando, a pronúncia de frases soltas ou que não tenham a ver com o contexto da conversa e a frequência em pedir que as pessoas repitam ou falem mais alto. “Ao perceber os sintomas, é importante que os pacientes procurem um profissional para realizar uma avaliação, a fim de identificar as possíveis causas e o grau da perda auditiva”.
O acompanhamento regular com um especialista em fonoaudiologia é indispensável, pois a condição não tem cura e é totalmente progressiva. Além de indicar o tratamento para a reabilitação e barrar o avanço da surdez, as consultas podem abordar também a questão emocional, ajudando na autoestima e reintegração social. Por meio da reabilitação adequada a cada caso, o profissional pode orientar os pacientes a recuperarem suas habilidades de comunicação, através do aparelho e da leitura labial, por exemplo.