Poucas pessoas sabem, mas o refluxo gastroesofágico não tratado pode deixar o suco gástrico em contato com os dentes, o que prejudica o esmalte, devido à acidez, podendo levar à perda da estrutura dental (erosão ou desgaste do dente). Isso também favorece a proliferação de bactérias indesejadas, comprometendo a saúde bucal como um todo. O alerta é do ortodontista Pedro Miranda, que tem se deparado com alguns casos do tipo na atividade clínica.
O ortodontista ressalta que a volta involuntária do conteúdo do estômago para o esôfago pode resultar na exposição da dentina (tecido, localizado abaixo do esmalte, que possui menor resistência), causando sensibilidade dentária. A condição é caracterizada por pontadas de dor ao consumir alimentos quentes, frios ou doces. “Ao identificar a erosão nos dentes, o dentista pode encaminhar o paciente ao profissional adequado, geralmente um gastroenterologista”, explica.
Pedro Miranda salienta que, primeiramente, é necessário descobrir a causa do refluxo. “Ao se deparar com os danos dentários provocados pelo refluxo, o dentista, em primeiro lugar, vai encaminhar o paciente para tratar a causa dos danos com o profissional apropriado, que é um médico clínico geral ou um especialista, que é o gastroenterologista. Também é interessante a consulta com um nutricionista ou nutrólogo, já que a dieta tem um papel importante na etiologia dessa condição. Após a intervenção médica ou em paralelo, os danos dentários são tratados pelo dentista, restaurando a forma dos dentes e devolvendo a função mastigatória e a estética com uso de resinas ou porcelanas, como facetas ou lentes de contato. Dependendo da complexidade do dano, pode ser necessário também tratamento de canal (endodontia) prévia às condutas restauradoras”.
Prevenir a erosão dentária, no entanto, é o melhor caminho, evitando o consumo de bebidas ácidas, sobretudo. Comidas gordurosas, frituras e condimentos industrializados também devem ser evitados. O refluxo gastroesofágico pode causar sintomas como queimação no peito e/ou pescoço, azia, gosto azedo na boca ou sensação de bolo na garganta. Na maioria dos casos, a condição é causada por uma alteração no funcionamento do esfíncter localizado entre o esôfago e o estômago. O problema é mais comum em pessoas com sobrepeso e que possuem uma alimentação rica em gorduras.
Pedro Miranda é formado, há 27 anos, em Odontologia. É especialista em DTM (Disfunção Temporomandibular) e Dor Orofacial; Ortodontia (aparelho fixo, aparelho estético – porcelana e alinhadores – Invisalign); Professor de Ortodontia, DTM e Dor Orofacial, com experiência em Odontologia do Sono (Ronco e Apneia), além de Bruxismo. Faz parte da Comissão de Odontologia do Sono do Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO – PE), junto com as profissionais Sandra Jordão, Ana Regina da Matta, Eleonora Burgos, Renata Grinfeld e Vânia Cristina.
[16:47, 08/07/2024] +55 81 8506-2454: Metroviários realizam assembleia nesta terça-feira (9) para debater possibilidade de nova greve no Recife