O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira, 4, não querer supremacia branca ou negra no Brasil. A fala ocorreu durante o lançamento da pedra fundamental Orion em Campinas (SP).
“Eu não quero tirar o direito de ninguém. Não quero supremacia branca nesse País, também não quero supremacia negra. Eu quero um País de forma civilizada, um País que tenha diversidade, mas um País que saiba conviver de forma respeitosa”, afirma o petista.
Lula discursava sobre a educação, argumentava que comparativamente com outras nações, como a Argentina, o Brasil demorou para desenvolver políticas educacionais, o que reflete atualmente no cenário nacional. Ele apontou que historicamente apenas pessoas com recursos tinham acesso ao ensino, pois conseguiam ir para outros locais para estudar, como em Paris ou Londres, por exemplo.
“A nossa educação foi tratada de forma premeditada para que o povo pobre, indígena e negro não estudasse”, conta, acrescentando que, no passado, a população pobre tinha apenas as opções de tornar-se garimpeiro, cortador de cana ou trabalhar limpando dejetos humanos dos hotéis.
“Isso é o que aconteceu conosco até pouco tempo atrás. Em 1930 não podia dançar capoeira no centro do Rio de Janeiro porque era considerada perigosa, não podia fazer batuque”, pois eram práticas vistas como exercidas por pessoas sem recursos financeiros, explica.
O presidente relembrou a sua trajetória política e disse se orgulhar de ser o gestor que ampliou o acesso à universidade no País. Lula também fala que por nunca ter conseguido se formar, essa era uma questão muito importante para ele. “Como eu fiquei muito magoado a vida inteira de não ter tido a oportunidade de entrar na universidade, eu resolvi que nós teríamos que garantir que os filhos das pessoas humildes poderiam entrar na universidade”, ressaltou.
Estadão Conteúdo