Pecuaristas do Agreste estão apostando no melhoramento genético por meio da inseminação artificial para aumentar a produtividade e a qualidade do rebanho. Eles fazem parte de um grupo de 60 produtores de leite de 16 municípios da região que integram o programa de Melhoria Genética e Produtiva da Cadeia do Leite do Agreste Pernambucano, desenvolvido pelo Sebrae/PE, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe). O valor total de investimentos no programa é de cerca de R$ 240 mil. Nessa iniciativa, o pecuarista arca com apenas 30% dos custos do projeto.
“O programa é realizado através de consultoria tecnológica em Inseminação Artificial (IATF), com a introdução de novas tecnologias produtivas que ajudarão na melhoria genética do rebanho e no aumento da produção de leite”, explica Lucas Araújo, analista do Sebrae/PE. Entre os benefícios do programa também estão o levantamento da situação atual do rebanho bovino leiteiro; a implantação do calendário sanitário; a seleção de matrizes para inseminação; e a criação de um protocolo hormonal de sincronização e inseminação.
O trabalho de inseminação artificial segue um processo que inicia com um protocolo de análise e medicação dos animais e tem continuidade com a implantação do sêmen e, posteriormente, a verificação da efetividade da inseminação. “São necessários pelo menos três meses de acompanhamento para que tudo dê certo. Os bezerros começam a nascer nove meses após a confirmação da prenhez”, detalha o analista do Sebrae/PE.
APOIO AO PEQUENO
“Essa iniciativa está sendo muito importante porque estamos tendo a oportunidade de melhorar o nosso rebanho. Eu nunca pensei que iria chegar esse momento de alegria, fui contemplado com 20 doses e vou ter futuras matrizes com alta genética leiteira, o que vai melhorar a nossa fonte de renda. Temos ainda assistência de veterinários e técnicos”, diz o pecuarista Iran Alves, da cidade de Itaíba.
José Saulo Lucena, proprietário da Fazenda Saulo Viturino, no município de Bom Conselho, também está empolgado com a iniciativa. “Esse programa de inseminação artificial é fundamental para o nosso trabalho, principalmente para o pequeno produtor, que não tem acesso a essa tecnologia. É bom para a inseminação e para a saúde dos animais porque, através do ultrassom que é realizado para a inseminação, a gente também pode identificar alguns tipos de doenças, como cistos no ovário”.
RENDA E EMPREGO
A bovinocultura de leite é a principal atividade da região Agreste de Pernambuco, onde se concentra a bacia leiteira do estado. Os potenciais de produção existentes e o crescente mercado de laticínios são fatores que mostram boas oportunidades de negócios que envolvem a criação de vacas leiteiras. “Fortalecer e consolidar a atividade de produção de leite na região impactará significativamente no desenvolvimento da região, gerando renda, emprego e melhoria na qualidade de vida”, conclui Lucas Araújo.