Carnaval é sinônimo de alegria e descontração. No entanto, durante os dias de folia, as pessoas acabam extrapolando um pouco os limites e indo além do que o corpo pode aguentar. Participar de vários blocos carnavalescos equivale fisicamente a uma corrida de mais ou menos 10km. Em relação ao grande desgaste físico, o consumo de bebidas alcoólicas, na maioria das vezes, com energéticos, é fato comum durante a folia. A ingestão excessiva dessas substâncias pode sobrecarregar o sistema cardiovascular e desencadear diversas doenças e condições cardíacas como arritmia e, até mesmo, o infarto.
Segundo o Ministério da Saúde cerca de 30% dos óbitos no Brasil são ocasionados por doenças cardiovasculares, aproximadamente 300 mil mortes por ano. A cada 5 a 7 casos, um resulta em óbito. “Todo esforço físico eleva o ritmo dos batimentos cardíacos, pois o coração precisa bombear mais sangue para atender ao maior consumo de oxigênio do organismo e dos pulmões. A elevação abrupta do esforço cardiovascular e acima de determinados limites, principalmente se a pessoa não estiver bem condicionada, pode provocar agudização de doenças presentes e silenciosas ou desconhecidas para o paciente, como a doença coronariana, podendo levar a um infarto do miocárdio, e até eventualmente com parada cardiorrespiratória, com alto risco de morte”, alerta o cirurgião cardiovascular do Instituto de Cirurgia Cardiovascular (Ricca), João Paulo II.
Além disso, como em qualquer ocasião, o consumo elevado de álcool é outro inimigo do coração. Mais ainda quando associado à redução dos períodos de repouso e sono e do esforço físico inadequado. Trata-se de uma combinação que representa alto risco para a ocorrência de problemas cardíacos. Mistura ainda mais contundente é do álcool com energéticos. Os ingredientes desta substância – cafeína e taurina concentradas -, podem estimular receptores responsáveis pela vasoconstricção coronária e periférica, distúrbios eletrolíticos e causar até infartos, arritmia e picos de pressão.
Por isso é importante intercalar para cada lata de energético, o consumo de 500 ml ou mais de água, além de doces, para evitar a hipoglicemia e reequilibrar o metabolismo cerebral, reforça o especialista. “É importante lembrar que a prevenção é o melhor remédio contra qualquer doença, pois nem sempre o portador de doença cardíaca tem sintomas. E ela pode ser silenciosa! Por isso é importante ter hábitos saudáveis, praticar atividades físicas frequentemente, realizar exames preventivos e consultar, pelo menos uma vez por ano, um médico especialista”, conclui.
SERVIÇO:
Real Instituto Cardiovascular (Ricca)
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