ABI reprova agressão a jornalistas em ato pró-Bolsonaro

“Rio de Janeiro, 3 de maio de 2020.

Jornalistas agredidos no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

Hoje, 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, ironicamente mais uma vez jornalistas e profissionais de imprensa do Brasil sofreram agressões verbais e físicas por parte de seguidores do presidente Jair Bolsonaro. Em Brasília, manifestantes agrediram com chutes, murros e empurrões profissionais do jornal O Estado de São Paulo.

O fotógrafo Dida Sampaio registrava imagens do presidente em frente à rampa do Palácio do Planalto, em uma pequena escada na área restrita para a imprensa, quando foi empurrado por manifestantes, que lhe desferiram chutes e murros. O motorista do jornal, Marcos Pereira, levou uma rasteira. Os profissionais deixaram o local escoltados pela PM. Repórteres foram insultados.

Esses atos violentos são mais graves porque não há, de parte do presidente ou de autoridades do governo, qualquer condenação a eles. Pelo contrário, é o próprio presidente e seus ministros que incentivam as agressões contra a imprensa e seus profissionais.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) se solidariza com os agredidos e mais uma vez protesta e chama atenção da sociedade brasileira para a perigosa escalada da agressividade e da violência dos seguidores do presidente Bolsonaro, não só em relação a profissionais de imprensa como a autoridades da República e opositores.”

Cid Benjamim
Presidente da Comissão de Liberdade de imprensa da ABI

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, jornalistas são agredidos em ato pró-governo, em Brasília

Manifestantes pró-governo fazem ato em Brasília (Evaristo Sa/AFP)
Manifestantes pró-governo fazem ato em Brasília (Evaristo Sa/AFP)

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, diversos meios de comunicação noticiaram agressões sofridas por jornalistas em movimentos pró-Bolsonaro. O repórter fotográfico Dida Sampaio, de O Estado de S.Paulo, foi atacado por um grupo durante a cobertura do ato em Brasília. Ele foi derrubado duas vezes, chutado nas costas e levou um soco no estômago. Jornalistas do jornal Folha de S.Paulo e do portal Poder360 também denunciaram que sofreram violência.

Em manifestação anterior na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul de Recife, que aconteceu no dia 15 de março, um sapato e uma garrafa de água chegaram a ser arremessados contra um fotógrafo da Folha de Pernambuco e protestantes hostilizaram a fotógrafa Bruna Costa, do Diario de Pernambuco.

De acordo com Marcílio Valença, essas não são atitudes comuns ou incentivadas pelos manifestantes. %u201CPosso garantir que fazemos protestos pacíficos, sem violência ou depredação. Mas é muito fácil se infiltrar em manifestações. As pessoas que agiram desta forma não faziam parte do movimento, apenas vestiram uma camisa amarela e tentaram sujar o ato%u201D.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), disse em uma rede social que repudia com veemência as agressões contra profissionais de saúde e de comunicação, se referindo ao episódio ocorrido no fim de semana, em Brasília, contra um grupo de enfermeiros que se manifestava por melhores condições de trabalho e foram agredidos por apoiadores do presidente. “Que o Dia da Liberdade de Imprensa alerte o país sobre a importância de se unir em torno de ideais humanitários, com respeito às pessoas e às instituições.Todos precisamos da ciência e da informação. O Brasil precisa de ação integrada, com paz e responsabilidade, para superar o momento mais difícil e poder retomar, gradualmente, a vida sem isolamento”, disse.

Já a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em nota, se solidarizou com os agredidos, chamando atenção “da sociedade brasileira para a perigosa escalada da agressividade e da violência dos seguidores do presidente Bolsonaro, não só em relação a profissionais de imprensa como a autoridades da República e opositores”.

Diário de Pernambuco

Itália registra 174 mortes por coronavírus, número mais baixo em 24h

 (Foto: AFP
)
Foto: AFP

A Itália informou, neste domingo (3), que o número de mortos por coronavírus nas últimas 24 horas chegou a 174, o balanço mais baixo desde o início do confinamento.

A medida começará a ser suspensa a partir desta segunda-feira (4), de forma gradual, pelo governo. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, decretou o confinamento para todo país em 10 de março passado.

Em seu pronunciamento à época, explicou para a população que a medida era a única maneira de conter a pandemia de COVID-19, que causou quase 29.000 mortes na península, conforme números oficiais.

ONU diz que jornalismo é essencial para neutralizar desinformação

 (Foto: SALVATORE DI NOLFI / POOL / AFP )
Foto: SALVATORE DI NOLFI / POOL / AFP

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou hoje (3) que o jornalismo é essencial para ajudar a neutralizar os danos causados pelo que classifica como “pandemia da desinformação”. Em um vídeo veiculado no Twitter, por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o mandatário defendeu o segmento, destacando-o como crucial para a tomada de “decisões fundamentadas”, no âmbito do combate à covid-19.

“À medida que o mundo luta contra a pandemia da covid-19, essas decisões podem fazer a diferença entre a vida e a morte”, disse o representante da ONU.

Segundo Guterres, a desinformação generalizada tem abrangido “desde conselhos prejudiciais à saúde até ferozes teorias de conspiração”. Ele avalia que, apesar das “notícias e análises verificadas, científicas e baseadas em fatos”, que fazem com que a imprensa desempenhe um papel imprescindível na atualidade, os jornalistas têm sofrido cerceamento no exercício de suas funções.

“Desde que a pandemia começou, muitos jornalistas estão sendo submetidos a mais restrições e punições, simplesmente por fazerem seu trabalho”, pontuou.

Guterres dirigiu um chamamento às autoridades governamentais e à sociedade como um todo, fazendo um apelo para que garantam que a imprensa possa desenvolver suas atividades livremente. As medidas de isolamento social e quarentena, acrescentou, não devem ser usadas como pretexto para limitar o trabalho dos profissionais da categoria.

“Hoje, agradecemos à mídia por fornecer fatos e análises, por responsabilizar os líderes, em todos os setores, e por falar a verdade ao poder. Reconhecemos, particularmente, aqueles que estão desempenhando um papel que salva vidas ao dar relatos sobre a saúde pública. E apelamos aos governos para proteger os trabalhadores da mídia e fortalecer e manter a liberdade de imprensa, essencial para um futuro de paz, justiça e direitos humanos para todos”, finalizou Guterres.

Mega-Sena acumula e próximo prêmio será de R$ 50 milhões

 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Nenhum apostador acertou os seis números da Mega-Sena sorteados nesse primeiro sábado de maio (02) no Espaço Loterias Caixa, no terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo. Os números sorteados no concurso 2.257 foram: 18 – 21 – 30 – 31 – 34 – 51.
Na quina, 32 apostadores ganharam R$ 83.236,06. Os 2.791 ganhadores da quadra receberão o prêmio individual de R$ 1.363,33. A estimativa de prêmio do próximo concurso, na próxima quarta-feira (5) é de R$ 50 milhões para quem acertar as seis dezenas da Mega-Sena.
As apostas na Mega-Sena podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio em lotéricas ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 4,50.

Pernambuco confirma 498 novos casos de coronavírus

 (Foto: Thomas Kienzle/AFP
)
Foto: Thomas Kienzle/AFP
No boletim divulgado neste domingo pela Secretaria de Saúde do Estado, Pernambuco confirmou 498 novos casos da Covid- 19. Pelo menos 297 deste total se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e outros 201 casos como leves. Com este novo levantamento, o Estado totaliza 8.643 infectados (5.344 casos graves e 3.299 casos leves).

Vinte e quatro mortes também foram confirmadas. As vítimas, que faleceram entre os dias 22 do último mês e 2 de maio, são oitos mulheres e 16 homens. Entre eles estão pessoas residentes nos municípios de Recife (7), Jaboatão dos Guararapes (5), Olinda (3), Paulista (2), Cabo de Santo Agostinho (2), Chã Grande (1), Ipojuca (1), Caruaru (1), Água Preta (1) e Outro Estado (1). Com isso, o Estado totaliza 652 mortes pela Covid-19.

Dos 24 pacientes que vieram a óbito, 17 apresentavam probelamas de saúde anteriores, como hipertensão (10), diabetes (8), doença cardiovascular (5), câncer (2), mal de Alzheimer (1), obesidade (1), AVC (1), doença renal (1), tabagismo (1), baixo peso (1), etilismo (1) e doença neurológica (1). Importante frisar que um mesmo paciente pode ter mais de uma comorbidade. Um não tinha comorbidade e os demais estão em investigação pelos municípios.
Ainda segundo o boletim, dos casos graves, 2.028 evoluíram bem, receberam alta hospitalar e estão em isolamento domiciliar. Outros 1.457 estão internados, sendo 220 em UTI e 1.237 em leitos de enfermaria, tanto na rede pública quanto privada. Além disso, há 1.207 pacientes recuperados da doença. Para visualizar os casos leves por cidade, é possível acessar o site www.pecontracoronavirus.pe.gov.br.

 

Profissionais de saúde

Dos profissionais de saúde, com sintomas de gripe, que foram testados em Pernambuco, 2.204 casos foram confirmados e 1.378 descartados. As testagens abrangem os profissionais de todas as unidades, sejam da rede estadual, municipal ou privada.

Fonte: Diário de Pernambuco

Ministros do STF e entidades repudiam agressão sofrida por fotógrafo

Fotógrafo Dida Sampaio é agredido por manifestantes em frente ao Palácio do Planalto.

Ministros do STF e entidades repudiaram hoje (3) agressão sofrida pelo fotógrafo Dida Sampaio, do jornal O Estado de S.Paulo, durante manifestação em Brasília. Os manifestantes levavam faixas com mensagens contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal e de apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

O profissional do Estado de .Paulo foi agredido com socos e chutes quando tentava registrar fotos do presidente cumprimentando os manifestantes em frente ao Palácio do Planalto. Além de Sampaio, o motorista do jornal, Marcos Pereira, foi derrubado com uma rasteira. Os agredidos deixaram o local escoltados pela Polícia Militar. Jornalistas de outros veículos também foram hostilizados durante o ato.

A ministra Cármen Lúcia lamentou a agressão na data em que é comemorada o Dia da Liberdade de Imprensa.

“É inaceitável, inexplicável, que ainda tenhamos cidadãos que não entenderam que o papel do profissional de imprensa é o que garante a cada um de nós poder ser livre. Estamos, portanto, quando falamos da liberdade de expressão e de imprensa, no campo das liberdades, sem a qual não há respeito à dignidade”, disse.

O ministro Alexandre de Moraes declarou que as agressões contra jornalistas devem ser repudiadas e não podem ser “toleradas pelas instituições e pela sociedade”.

Para Gilmar Mendes, a “agressão a cada jornalista é agressão à liberdade de expressão e agressão à própria democracia”.

Para o ministro Luís Roberto Barroso é preciso valorizar o papel do jornalista. “Dia da Liberdade de Imprensa. Mais que nunca precisamos de jornalismo profissional de qualidade, com informações devidamente checadas, em busca da verdade possível, ainda que plural. Assim se combate o ódio, a mentira e a intolerância”, disse.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, manifestou solidariedade aos jornalistas e disse que”cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror.”

Sociedade Civil

A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) disse que espera que os agressores sejam identificados e punidos de acordo com a lei.

“Além de atentarem de maneira covarde contra a integridade física daqueles que exerciam sua atividade profissional, os agressores atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa. Atentar contra o livre exercício da atividade jornalística é ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados”, declarou a entidade.

Caixa abre duas horas mais cedo a partir de hoje

Agência da Caixa Econômica Federal©

A partir desta segunda-feira (4) a Caixa vai antecipar em duas horas a abertura de todas as agências do país. Com a mudança – pensada para agilizar o atendimento e evitar grandes filas e aglomeração de pessoas aptas a receber o auxílio emergencial de R$ 600 – as unidades passarão a funcionar de 8h às 14h. Desde 22 de abril, 1.102 agências já vinham funcionando nesse horário.

O banco também anunciou, a partir desta segunda-feira, um reforço no número de vigilantes nas agências. Serão mais 2.800 que vão se juntar aos 2 mil que já estavam atuando. Além deles, outras 389 recepcionistas vão reforçar orientação e atendimento ao público.

Sábado
Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, as filas nas agências do banco ocorrem porque os beneficiários do Bolsa-Família e os informais sem conta demandam atendimento pessoal. No próximo sábado (9) 1,4 mil agências vão abrir para realização do saque do auxílio emergencial, serão 498 a mais que nesse sábado (2), quando 902 atenderam a população.

Saúde Brasil ultrapassa 100 mil casos confirmados de covid-19

O Ministério da Saúde divulgou ontem, domingo (3) novos números sobre a pandemia do novo coronavírus (covid-19) no país. De acordo com levantamento diário feito pela pasta, o Brasil tem 101.147 casos confirmados da doença e 7.025 mortes foram registradas. A taxa de letalidade é de 6,4%. O número de pessoas recuperadas da covid-19 é de 42.991.

Nas últimas 24 horas, o ministério registrou 4.588 novos casos e 275 mortes.

A região Sudeste registra 48.115 (47,6% dos casos) pacientes com a doença. Em seguida, aparecem as regiões Nordeste (30.022 – 29,7%), Norte (14.376 – 14,2%), Sul (5.526 – 5,5%) e Centro-Oeste (3.108 – 3,1%).

A Agência Brasil reuniu as principais dúvidas e perguntas sobre Covid-19. Veja o que se sabe sobre a pandemia e sobre o vírus até agora.

O Efeito Moro, e daí? Quer que eu faça o quê?

Por João Américo

A saída de Sérgio Moro do governo Bolsonaro gerou uma crise política e de identidade ao movimento chamado de “bolsonarismo”, atingindo em cheio a credibilidade do Presidente, com efeitos políticos e jurídicos imprevisíveis. A nova Direita ou a Ultra-Direita precisava de uma cara e de uma alma, e a bandeira da ética e da moralidade na política pareceu o discurso mais simples e apropriado, desse modo, o “bolsonarismo” se apropriou da lava jato, encontrando, assim, a sua alma ideológica. Depois do verbo, precisava-se da carne, e o verbo se fez carne. Sérgio Moro representava a encarnação do mito-herói no combate à corrupção.

Criou-se uma “lógica” mítica em torno do nascimento de uma nova política, onde a narrativa central constitui-se em basicamente dizer: não roubamos! Para sustentar os novos ares de políticos probos, Bolsonaro se alimentou, em um verdadeiro canibalismo político, da popularidade de Moro. Por sua vez, o ex-juiz não resistiu aos aplausos fáceis ecoados em estádio de futebol e mídias digitais e sucumbiu ao fascínio gerado pela sua própria popularidade e o engajamento dos apoiadores do presidente e seus próprios. A antropofagia entre Moro e Bolsonaro era tamanha que a esposa de Sérgio Moro disse enxergar “uma coisa só” em relação ao marido e ao presidente Jair Bolsonaro.

Nas palavras do “antigo arauto” da ética e da justiça Sérgio Moro, Bolsonaro queria subverter a atuação da Polícia Federal, contaminando, assim, o sistema de Justiça Penal, para ter acesso e influência na atuação do órgão de Estado, a Polícia Federal, por meio da indicação de um Diretor com ligações caseiras ao Presidente. Mesmo diante da grave acusação apresentada por Moro, Bolsonaro não recuou e deu um “E DAÍ?”, e nomeou como diretor-geral da Polícia Federal Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro, Ramagem, que foi escolhido pelo Presidente para o lugar de Maurício Valeixo, pivô da crise que levou à saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça.

O Ex-Super-Moro não resistiu às curvas sinuosas do poder e, envolvido em uma rede de intrigas palacianas, abuso de poder e limitações de suas ações, deixou o governo. Antes “HERÓI”, hoje “BANDIDO”, “JUDAS”, “ESPIÃO”, na visão dos que dizem “amém” a Bolsonaro. Moro é um arquivo vivo com confidências que foram abertas na Polícia Federal e que poderão agravar uma crise que se anuncia com um fim dramático.

Ainda sobre a nomeação de Ramagem, para a Direção da Polícia Federal, essa foi derrubada em decisão monocrática pelo Ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), seguido de mais um “E DAÍ?” de Bolsonaro, que resolveu atacar o ministro Alexandre de Moraes, afirmado que Moraes havia adotado uma posição “política” e dado uma “canetada” ao anular sua nomeação, do Diretor da Polícia Federal.

O Presidente transformou a decisão de Alexandre de Moraes em uma crise institucional entre o Executivo e Judiciário. Chegou a dizer que “não engoliu”a decisão, e aduziu que “Não é essa a forma de tratar o chefe do Executivo.”

No meio de toda essa crise política: a crise sanitária. O Presidente não expressa compaixão aos doentes e mortes, solidariedade e empatia aos profissionais de saúde, exerce aglomerações em comércios populares e não frequenta lugares onde o povo sofre, que são os hospitais. Quando perguntado sobre as 5.901 mortes o Presidente imortalizou suas palavras:

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.

Para o Brasil, só um milagre!

João Américo é advogado