O número de pacientes recuperados da Covid-19 em Pernambuco aumentou quase 70% nas últimas 24 horas. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), 704 pessoas já são consideradas curadas da doença nesta segunda-feira (27). No balanço epidemiológico anterior, eram 416 pacientes recuperados, ou seja, 288 confirmações de cura clínica ocorreram entre esse domingo (26) e esta segunda. O salto, segundo o secretário estadual de Saúde, André Longo, é reflexo da aceleração na curva de casos em meados do dia 10 de abril. Passados 17 dias do grande aumento no número de casos confirmados, percebe-se, agora, o crescimento na quantidade de curados.
Para ser considerado curado, é preciso completar o ciclo de 14 dias da doença mais três dias sem sintomas. Quando o paciente não tem complicações e não apresenta os sintomas nesse período, é considerada cura clínica. Caso o paciente precise ir para a UTI e tenha complicações, mesmo completando 14 dias, só será considerado recuperado quando todas as complicações forem resolvidas. Assim, o tempo pode ser superior a 17 dias.
Há 17 dias, ou seja, quando parte dos pacientes agora considerados curados recebiam os diagnósticos, Pernambuco totalizava 684 casos confirmados da doença. “Este é o segundo dia que o número de recuperados supera o de óbitos. Esperamos que isso seja uma constante a partir de agora. Esse dado tem relação direta com as datas das notificações de novos casos. Para ser considerado recuperado, o paciente precisa ter passado ao menos 14 dias dos primeiros sintomas e estar há três dias sem apresentar esses sinais”, afirmou André Longo.
O dado positivo, no entanto, não significa que o isolamento social deve ser relaxado. “O número de casos poderia estar duplicando a cada três dias sem as medidas de distanciamento. Hoje, esse número dobra a cada seis, sete dias. Poderia ser melhor, estar dobrando a cada 15 dias, se estivéssemos exercendo um isolamento maior. Infelizmente, não conseguimos ter uma unidade nacional em relação ao discurso para que todos se conscientizem em relação à importância dessas medidas. Reforço que o que estamos fazendo hoje terá impacto daqui a 15 dias”, disse o secretário estadual.
Caso as medidas de distanciamento social sejam flexibilizadas, o sistema de saúde pode entrar em colapso nos próximos dias. “Abril não foi um mês fácil e maio também será um mês difícil. A curva tende a chegar ao pico em maio, então é fundamental que a população continue em casa e cumprindo com as medidas de higienização das mãos e de etiqueta respiratória”, pontuou o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. André Longo ressaltou que os primeiros 15 dias do próximo mês tendem a ser “duríssimos”.
Nesta segunda, Pernambuco confirmou 460 novos casos da Covid-19, sendo 203 casos que se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), quando os pacientes foram internados e/ou tiveram quadros mais graves, além de outros 257 casos leves. Agora, o estado totaliza 5.358 casos confirmados, sendo 3.688 casos graves e 1.670 casos leves. Dos casos graves, 1.684 estão em isolamento domiciliar; 190 estão internados em UTIs e 660 em leitos de enfermaria. As ocorrências estão distribuídas por 110 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha e de ocorrências de pacientes de outros estados e países.
Também foram confirmados laboratorialmente 35 óbitos, totalizando 450 mortes no estado. As mortes confirmadas no novo boletim epidemiológico foram de 20 homens e 15 mulheres. Os óbitos foram de pessoas residentes de 15 municípios pernambucanos: Recife (13), Jaboatão dos Guararapes (4), Olinda (3), Paulista (1), Água Preta (2), Vitória de Santo Antão (1), Carpina (1), Cabo de Santo Agostinho (1), Venturosa (1), Chã de Alegria (1), Bonito (1), Araçoiaba (1), Ribeirão (1), Aliança (1) e Camaragibe (3).
As pessoas que morreram tinham entre 20 e 97 anos. Os óbitos aconteceram entre os dias 16 e 26 deste mês. Dos 35 pacientes que morreram, 25 tinham doença preexistente confirmada – como histórico de hipertensão (15), diabetes (13), doença cardiovascular (6), tabagismo (3), AVC (2), tuberculose (2), etilismo (1), obesidade (1), transtorno mental (1), doença renal (1), leucemia (1) e doença de Chagas (1) – e um não tinha. Os demais casos ainda estão em investigação pelos municípios onde os pacientes residiam.
Fonte: Diário de Pernambuco