Obra do Governo de Pernambuco em aeroporto de Noronha entra em nova fase

As obras no Aeroporto Governador Carlos Wilson, em Fernando de Noronha, vão entrar em nova etapa com a chegada de uma usina de asfalto que garantirá a produção de material suficiente para a execução de reparos e recomposição em toda a faixa central da pista de pouso. Esse equipamento saiu do Porto do Recife, na tarde desta quinta-feira (04), rumo ao arquipélago no navio SBL Harmonia, que passou por adaptação para ancoragem na ilha.

Nesta fase das obras, de acordo com a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), será feita a fresagem da pista de pouso e decolagem, com largura de 18 metros, com a execução de reparos e recomposição asfáltica.

“Atualmente, mais de 70% (15,6 toneladas) de insumos, equipamentos e materiais estão na ilha para a execução dos serviços. Essa obra é muito significativa para os ilhéus e comerciantes de Noronha por garantir a volta das aeronaves a jato”, afirmou o secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Diogo Bezerra.

Os serviços de pavimentação no aeroporto têm custo de R$ 60 milhões e um novo cronograma será divulgado após a chegada e testes da usina de asfalto na ilha. O Governo do Estado, através da Semobi, vem realizando todas as tratativas com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e companhias aéreas para a liberação de aeronaves a turbo jato após conclusão da primeira etapa da obra.

INTERDIÇÃO – Para garantir a segurança da operação, a Administração de Fernando de Noronha vai fechar o Porto de Santo Antônio, do domingo (7) a terça-feira (9), das 13h às 20h. A praia ficará aberta apenas na parte da manhã, durante esses dias, para a comercialização de produtos, banhos de mar, passeios e outras atividades aquáticas.

TERMINAL – Um novo contrato de concessão para o aeroporto foi feito com validade de 25 anos com a concessionária Dix Aeroportos, com investimentos no valor de R$ 60 milhões. Está previsto um novo terminal de passageiros, no valor de R$ 45 milhões. A execução das obras tem previsão de conclusão em dois anos e meio. A empresa irá investir cerca de R$ 15 milhões na implantação de equipamentos de auxílio à navegação aérea de última geração. Também será feita a reforma do sistema de combate a incêndio e a aquisição de um novo caminhão.

Foto: Weidson Carlos

Estação elevatória da Adutora do Agreste é inaugurada pela governadora Raquel Lyra e pelo presidente Lula, beneficiando 615 mil pessoas

A expectativa de ter água com regularidade nas torneiras se tornou realidade para 615 mil pessoas beneficiadas com o acionamento da Estação Elevatória de Água Bruta da primeira etapa da Adutora do Agreste, localizada no município de Arcoverde, no Sertão do Moxotó. O equipamento foi inaugurado nesta quinta-feira (4) pela governadora Raquel Lyra e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse sistema de bombeamento irá beneficiar de maneira imediata nove municípios do Sertão e Agreste pernambucanos. O total de investimento foi de R$ 124 milhões, sendo aplicados recursos do governo federal e do Governo do Estado.

“Essa é uma conquista do povo pernambucano que sente na pele a dura realidade da falta d’água. E essa obra é um dos resultados do momento de mudança que estamos vivendo em Pernambuco. Estive pessoalmente em Brasília diversas vezes para me reunir com os ministros e defender a conclusão da Adutora do Agreste. Agradeço todo o esforço e trabalho do time do governo federal, sobretudo ao presidente Lula. Nós temos firmado as parcerias necessárias para que a água nas torneiras chegue para todos os pernambucanos”, ressaltou a governadora Raquel Lyra.

Em seu discurso, o presidente Lula defendeu que a Transposição do Rio São Francisco foi essencial para melhorar o abastecimento de água no Estado. “O que estamos vivendo hoje aqui é um milagre. Ninguém acreditava que a Transposição do Rio São Francisco fosse virar realidade. E tantos anos depois do início desse projeto, voltamos aqui para mais essa inauguração, da Adutora do Agreste. Agradeço e parabenizo a governadora Raquel Lyra porque o estado de Pernambuco terá água para todos”, lembrou.

O sistema de bombeamento triplicará o volume de água do Rio São Francisco para os municípios de Arcoverde, Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim e Tacaimbó. Essas cidades eram atendidas provisoriamente pelo Sistema Moxotó. Também será ampliado o abastecimento de água para Caruaru, São Caetano, três distritos de Brejo da Madre de Deus (Fazenda Nova, Barra de Farias e Mandaçaia) e o distrito de Serra dos Ventos, em Belo Jardim, passando de 200 para 600 litros de água por segundo.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou que esta obra é prioridade para o governo federal. “Nós temos recursos garantidos por meio do Novo PAC, em demonstração clara de que o governo federal está comprometido em entregar essa obra, que é tão importante para garantir a segurança hídrica para o estado de Pernambuco”, afirmou.

Pela primeira vez, o Sistema Adutor do Agreste funcionará de acordo com o projeto original, captando água no Ramal do Agreste da Transposição. O ramal leva água do município de Sertânia até o reservatório de Ipojuca, que fica em Arcoverde e onde tem início a Adutora do Agreste. A Estação Elevatória de Água Bruta realizará a captação de água no Reservatório Ipojuca e injetará na Adutora do Agreste.

De acordo com o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo, a obra da Transposição teve seu projeto inicial modificado para atender ao Agreste, que tem o pior balanço hídrico do país. “Essa é uma conquista que dura quase 30 anos. Quando completadas as duas etapas, a Adutora do Agreste transportará cerca de 5 mil litros de água por segundo. Estaremos praticamente duplicando a oferta nas cidades do Agreste. É uma redenção e um marco para o desenvolvimento social e econômico da região”, explicou o titular da pasta, acompanhado do presidente da Companhia, Alex Campos.

“É um momento emocionante para nós e um dia de grande importância para Pernambuco, porque leva mais água para toda a população de uma região já tão sacrificada. Agradeço ao presidente e à governadora por tirarem essa obra do papel e transformarem a vida das pessoas”, disse o prefeito de Arcoverde, Wellington Maciel.

A educadora social e moradora da Zona Rural de Arcoverde Maria do Socorro Vidal comenta que a inauguração da Estação Elevatória traz mais benefícios para a população. “O impacto dessa obra é que os moradores sempre migraram para outras regiões, e com essa possibilidade concreta, nós ganhamos mais possibilidades de morar aqui no campo. Com a perspectiva de trabalhar com a agricultura familiar”, disse.

A Adutora do Agreste transporta atualmente 200 litros de água por segundo vindos do Sistema Moxotó, solução que garantiu a funcionalidade ao sistema antes da conclusão das obras do Ramal do Agreste. Com o acionamento da Estação Elevatória, o sistema terá potencial para transportar até 2 mil litros de água por segundo nesta primeira etapa de obras da Adutora do Agreste, que está em execução pela Compesa, e 4 mil litros de água por segundo na segunda etapa.

PRIMEIRA ETAPA – Já estão em execução as obras do trecho que ampliará a oferta de água para Caruaru, Bezerros e Gravatá, que fazem parte da primeira etapa da Adutora do Agreste. Serão mais de 500 mil pessoas beneficiadas nas três cidades com o investimento de R$ 92 milhões. Também está sendo instalada uma nova Estação de Tratamento de Água com vazão de 200 litros de água por segundo, localizada no bairro Bela Vista, em Caruaru. Com investimento de R$ 4,4 milhões, a previsão é que seja entregue no segundo semestre de 2024.

Nesta primeira etapa da Adutora do Agreste, já foram construídos cerca de 696 quilômetros dos 790 quilômetros previstos, o que corresponde a 88% de tubulações assentadas. Para a conclusão da primeira etapa, prevista para 2026, ainda serão concluídas uma Estação de Tratamento de Água em Pesqueira e duas estações elevatórias nos municípios, sendo uma em Buíque e outra em Iati.

A primeira etapa tem valor total estimado em R$ 2 bilhões e, quando estiver concluída, terá uma vazão de 2 mil litros por segundo, beneficiando 1,3 milhão de pessoas em 23 municípios: Arcoverde, Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Bento do Una, São Caetano, Caruaru, Bezerros, Gravatá, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Brejo da Madre de Deus, Pedra, Venturosa, Buíque, Tupanatinga, Itaíba, Águas Belas, Iati, Cachoeirinha e Lajedo.

Estiveram presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Alexandre Padilha (Relações Internacionais); os senadores Fernando Dueire, Humberto Costa e Teresa Leitão; os deputados federais Augusto Coutinho, Carlos Veras, Fernando Monteiro e Pedro Campos; e os estaduais Doriel Barros, Débora Almeida e Rosa Amorim. Secretários estaduais, prefeitos e lideranças locais também compareceram.

Foto: Miva Filho/Secom

Nova fábrica vai suprir demanda por medicamento para hemofilia

O governo federal inaugurou nesta quinta-feira (4) a nova fábrica de medicamentos da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), no complexo industrial da estatal, em Goiana, em Pernambuco.

A planta terá capacidade produtiva de fabricar 1,2 bilhão de unidades do Hemo-8r, medicamento profilático fator 8 recombinante, usado no tratamento da hemofilia A, a mais comum, responsável por cerca de 70% dos casos no país.

O Brasil tem cerca de 15 mil pessoas em tratamento por hemofilia. A inauguração contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava acompanhado da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, além de outras autoridades.

Segundo Lula, a fábrica faz parte da estratégia do governo de impulsionar a indústria da saúde no Brasil e tornar o país autossuficiente na produção de remédios.

“Nosso objetivo, ao criar essa estratégia, é expandir a produção nacional de itens prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS), além de reduzir a dependência de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos estrangeiros da saúde”, afirmou.

No caso da hemofilia A, o Hemo-8r é uma alternativa ao medicamento hemoderivado, oriundo do beneficiamento do plasma, extraído de doações de sangue excedentes cedidas por hemocentros à Hemobrás.

Homenagem

Em seu discurso, Lula lembrou de milhares de hemofílicos que sofreram, durante muitos anos, sem tratamento adequado para a doença no Brasil, e fez uma homenagem à memória dos irmãos Betinho e Henfil, que tiveram a doença.

“Há 27 anos perdíamos nosso companheiro Betinho, e, há 36 anos, o seu irmão, Henfil. Dois brasileiros extraordinários que lutaram pelo Brasil, pela justiça e pela democracia. Mas, em meio à luta por um país melhor, Betinho e Henfil também travaram uma dura batalha contra as consequências e complicações da hemofilia. Perdemos vidas precocemente por não termos o tratamento adequado para os portadores de hemofilia”, assegurou o presidente.

A previsão, segundo o Ministério da Saúde, é que a nova fábrica – localizada no Bloco B07 do complexo da Hemobrás – esteja em plena atividade a partir de 2025, com distribuição dos produtos para o Sistema Único de Saúde.

A capacidade produtiva será suficiente para abastecer 100% da demanda do SUS pelo remédio. O projeto da nova fábrica foi desenvolvido a partir de uma planta instalada na Suíça e envolveu especialistas dos Estados Unidos e profissionais de biotecnologia de outros países. O investimento na infraestrutura é de aproximadamente R$ 1,2 bilhão.

Durante a cerimônia de hoje, a ministra Nísia Trindade destacou que, além de tornar o Brasil autossuficiente na fabricação do medicamento, a fábrica terá capacidade de atender a demanda de outros países, por meio de uma tecnologia dominada por poucos países. “A Hemobrás foi considerada uma empresa estratégica de defesa, ou seja, de soberania nacional. Só cinco países detêm a tecnologia que o Brasil agora deterá”, garantiu.

Transposição
Mais cedo, ainda em Pernambuco, o presidente Lula participou da inauguração da Estação Elevatória de Água Bruta Ipojuca e do trecho Belo Jardim-Caruaru da Adutora do Agreste de Pernambuco, na cidade de Arcoverde.

O sistema abastecerá o interior pernambucano com água da transposição do Rio São Francisco.

Governo de Pernambuco divulga calendário de pagamento da 3ª parcela do Fundef

O Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Educação e Esportes, divulgou, nesta quarta-feira (3), o calendário de pagamento dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). O repasse é referente a uma dívida que a União tem com o Estado e beneficia os profissionais do magistério da educação básica (estatutários, temporários e celetistas) que atuaram na Rede Estadual de Ensino entre 1997 e 2006. O pagamento será realizado no dia oito de maio, garantido a todos que têm o seu cadastro preenchido e devidamente validado. As datas posteriores servirão para os pagamentos dos que estiverem se regularizando. Serão mais de 63 mil pessoas beneficiadas pelo Fundef. 
 
“O Governo de Pernambuco está empenhado em garantir que os recursos dos precatórios do Fundef cheguem o quanto antes aos professores ativos e inativos que têm o direito ao recebimento. São mais de novecentos milhões de reais esse ano. Estamos divulgando o calendário e colocando a equipe da Secretaria de Educação à disposição, por telefone, Whatsapp e e-mail, para esclarecer todas as dúvidas. Todas as ações que visem prestigiar os professores e a educação são prioridade da nossa gestão”, registrou a governadora Raquel Lyra. 
 
A plataforma https://precatoriofundef.educacao.pe.gov.br/ estará aberta para atualização de dados e contestação entre os dias 15 e 21 de abril. À medida que os beneficiários e herdeiros que ainda não realizaram o cadastro o fizerem e seus dados forem confirmados, eles serão incluídos no próximo mês de pagamento. Nos casos em que forem encontradas divergências na documentação, a SEE irá enviar e-mail ao requerente para a devida correção.
 
Os canais de atendimento estão disponíveis para quem ainda tiver alguma dúvida de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, pelos telefones (81) 3183-8773 / 3183-8808, pelo WhatsApp (81) 98877-1584 ou por e-mail fundefprecatorio@adm.educacao.pe.gov.br.
 
Cronograma
Abertura da Plataforma (atualização de dados e contestação) – 15 de abril
Análise das contestações e atualização de dados – 22 de abril
3º Cálculo – Fechamento geral do índice, após inclusão das decisões das contestações – 02 de maio
Início dos Pagamentos – 08 de maio
Maio – 8 e 17 
Junho – 21
Julho – 19
Agosto – 23
Setembro – 20
Outubro – 18
Novembro – 22
Dezembro – 20

Pernambuco recebe R$ 6,3 milhões para campanha de vacinação nas escolas

O Ministério da Saúde destinou R$ 150 milhões para estados e municípios como incentivo financeiro excepcional e temporário para custear ações de vacinação, incluindo a mobilização nas escolas. Pernambuco vai receber R$ 814,6 mil para o desenvolvimento de estratégias, além de R$ 5,5 milhões para 185 municípios do estado.

O calendário da vacinação nas escolas, pactuado com a representação de todos os estados e municípios em reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) vai até 19 de abril. Os entes federativos podem optar por datas que julgarem mais oportunas para iniciar a mobilização.

Caruaru está com inscrições abertas para o III Curso de Cuidador da Pessoa Idosa

A Secretaria Municipal de Saúde de Caruaru (SMS), por meio da Coordenação de Políticas Estratégicas, está com inscrições abertas para o III Curso de Cuidador da Pessoa Idosa. A formação é gratuita e será realizada de forma presencial, no auditório da SMS, que fica localizado na Avenida Vera Cruz, nº 654, bairro São Francisco.

É necessário ter acima de 18 anos e o ensino médio completo. O curso inicia no dia 18 de abril e as inscrições estarão disponíveis até o dia 14 deste mês. Serão disponibilizadas 50 vagas. Os interessados devem se inscrever através do link https://forms.gle/m295JF93h4RJyXAv8 que dá acesso ao formulário de inscrição.

Espaço aéreo do São João de Caruaru será monitorado pela Defesa Civil

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Ordem Pública, informa que o espaço aéreo do São João de Caruaru será monitorado pela Defesa Civil. A determinação tem por objetivo o estabelecimento de medidas que promovam a melhoria da segurança, na organização do controle de tráfego aéreo de RPAs (Aeronave Remotamente Pilotada) e similares.

Essa ação mais uma vez, será conjunta com a Força Aérea Brasileira, que fará os bloqueios (no fly zone), em todos os polos de animação, dentre eles: Estação Ferroviária, Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga, Monte Bom Jesus, Azulão, Alto do Moura e São João na Roça.

Em caso da necessidade de uso do drone para cobertura do evento ou realização de ações pontuais, será necessário entrar em contato com a Defesa Civil de Caruaru, no número 98384-2411, para liberação do uso do equipamento, por meio da apresentação de documentos obrigatórios.

O cadastro deverá ser realizado até o dia 15 de abril, para utilização de drones na zona rural, já a cobertura do evento, na área urbana, será até o dia 20 de maio. A solicitação é gratuita.

STF derruba lei do Paraná que facilitava porte de armas de fogo a CACs

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional lei do Estado do Paraná que facilita o porte de arma de fogo aos CACs (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores). A norma justificava a necessidade do porte para a categoria em razão do exercício de atividade de risco e pela ameaça à sua integridade física.

A decisão foi tomada na sessão plenária virtual encerrada em 3/4, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7569, apresentada pela Presidência da República.

Competência da União

No voto que conduziu o julgamento, o ministro Cristiano Zanin, relator, verificou que a Lei estadual 21.361/2023 tratou de matéria cuja competência é constitucionalmente atribuída à União, a quem cabe legislar, autorizar e fiscalizar o uso de material bélico.

Ele explicou que o porte de arma para defesa pessoal encontra previsão no artigo 10 do Estatuto do Desarmamento (Lei federal 10.826/2003), cuja autorização compete à Polícia Federal, órgão responsável pela análise do preenchimento dos requisitos legais.

Zanin lembrou ainda que o STF tem jurisprudência consolidada no sentido da inconstitucionalidade de normas estaduais que tratem do risco da atividade de atiradores desportivos.

Mega-sena acumula e prêmio vai a R$ 17,5 milhões

Bilhetes de aposta da mega-sena

Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2.708 da Mega-Sena. O sorteio foi realizado na noite desta quinta-feira (4), no Espaço da Sorte, em São Paulo.

Os números sorteados foram: 10-11-12-19-23-28

O valor estimado para o próximo sorteio, no sábado (6) é de R$ 17,5 milhões.

A quina teve 126 apostas ganhadoras e cada uma receberá R$ 17.344,12. Outras 5.990 apostas fizeram a quadra, e irão ganhar um prêmio de R$ 521,19 cada.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

CFM proíbe procedimento pré-aborto; entidades criticam

Referentes ao período de 2006 a 2015, os dados tornam o Brasil o sétimo da América do Sul no quesito taxa de gravidez adolescente

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou esta semana uma resolução que veda ao médico a realização da chamada assistolia fetal para interrupção de gravidez – no caso de aborto previsto em lei e oriundo de estupro – quando houver possibilidade de sobrevida do feto. A decisão foi tomada em sessão plenária no fim de março.

Conforme definição do CFM, o ato médico da assistolia provoca a morte do feto, antes do procedimento de interrupção da gravidez, por meio da administração de drogas – geralmente cloreto de potássio e lidocaína, injetados no coração do feto. Já morto, ele é retirado do corpo da mulher.

“É vedada ao médico a realização do procedimento de assistolia fetal, ato médico que ocasiona o feticídio, previamente aos procedimentos de interrupção da gravidez nos casos de aborto previsto em lei, ou seja, feto oriundo de estupro, quando houver probabilidade de sobrevida do feto em idade gestacional acima de 22 semanas”, destaca a publicação.

Viabilidade

Atualmente, pela literatura médica, um feto com 25 semanas de gestação e peso de 500 gramas é considerado viável para sobreviver a uma vida extrauterina. No período de 23 a 24 semanas, pode haver sobrevivência, mas a probabilidade de qualidade de vida é discutida. Considera-se o feto não viável até a 22ª semana de gestação.

Ética médica

O conselheiro do CFM e relator da resolução, Raphael Câmara, ressaltou que, a partir da 22ª semana de gestação, há possibilidade de vida extrauterina, e a realização da assistolia fetal pelo profissional nesses casos, portanto, não teria previsão legal.

Ele lembrou ainda que o Código de Ética Médica estabelece que é vedado ao profissional praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no país. “Estamos falando de fetos viáveis. Fetos de sete, oito, nove meses.”

Direitos

De acordo com o conselheiro, o CFM não se opõe a casos de aborto previstos em lei, uma vez que a resolução trata apenas da proibição da assistolia fetal a partir da 22ª semana de gestação. Ele defende que o texto não tira o direito de mulheres vítimas de estupro de se submeterem ao aborto garantido por lei nesse tipo de circunstância.

“Não estamos tirando o direito da mulher de se livrar daquela gravidez indesejada”, disse. “A mulher não é obrigada a ficar com aquele fruto indesejável do estupro”, completou. Segundo ele, após 22 semanas, os casos não configurariam mais aborto, mas antecipação de parto.

“A mulher [vítima de estupro] vai poder fazer isso a qualquer momento”, destacou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (4), referindo-se à antecipação do parto e citando como procedimentos possíveis a indução do parto vaginal ou a cesárea.

Para o CFM, ultrapassado o marco temporal das 22 semanas de gestação, deve-se preservar o direito da gestante vítima de estupro à interrupção da gravidez e o direito do nascituro à vida por meio do parto prematuro, “devendo ser assegurada toda tecnologia médica disponível para sua sobrevivência após o nascimento”.

Câmara avalia que cabe ao Estado brasileiro a aplicação de opções estabelecidas em lei de tutela e acolhimento para garantir que não haja contato indesejado, evitando, assim, o agravamento do sofrimento materno e preservando a vida extrauterina do recém-nascido.

Outros casos

Questionado se a resolução abarca os demais casos de aborto legal previstos no Brasil, como quando há risco de vida para a gestante e fetos com anencefalia, o conselheiro explica que o texto se aplica apenas a casos de gravidez oriunda de estupro.

“Quando há indício de morte materna, não há qualquer vedação [da assistolia fetal], a qualquer momento”, disse, ao citar, como exemplo, casos de gravidez ectópica (quando o feto se forma fora do útero) e de perfusão arterial reversa, condição rara que afeta fetos gêmeos.

Constitucionalidade

Para a coordenadora da organização não governamental (ONG) feminista Grupo Curumim, Paula Viana, a resolução “mais desprotege do que atende aos direitos das mulheres”. “É uma resolução muito ambígua”, avaliou.

“Não existe, na Constituição brasileira, esse conceito de vida desde a concepção. Portanto, é uma resolução também inconstitucional, que desprotege, principalmente meninas e mulheres. A criminalização fica visível, pois considera valores, coloca a vida de meninas e mulheres com baixo valor, expõe mais a riscos.”

Enfermeira de formação, Paula destaca que o conceito de saúde precisa ser muito mais amplo do que o proposto pela resolução. “A gente tem que pensar saúde de forma integral, de forma mais abrangente, em todas as dimensões da vida de uma pessoa e, nesse caso, explicitamente, estão envolvidas a saúde mental, a saúde emocional e, consequentemente, a saúde física.”

“A gente tem um estatuto legal que permite essa proteção, não importa a idade gestacional. Isso não é discutível na pauta da preservação e da promoção da saúde. É uma resolução com forte caráter moralista e, infelizmente, violadora de tantos direitos.”

“Casos de violação e violência sexual são muito complexos, envolvem a família, a comunidade”, disse. “O que o CFM está fazendo é colocar, além da barreira no acesso a esse direito, também colocar barreiras na qualidade da atenção. O que está sendo negado é o acesso à melhor tecnologia que existe, segundo a Organização Mundial da Saúde, a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia.”

Limbo e riscos

A coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Flávia Nascimento, avalia que, com a resolução, vítimas de estupro que estejam com mais de 22 semanas de gestação passam a ocupar uma espécie de limbo ao tentar acessar o aborto legal em serviços de saúde.

“A gente tem uma legislação, desde 1940, que não impõe nenhuma limitação ao direito ao aborto legal. Não se discute, isso é um direito”, disse. “Os serviços de saúde devem se organizar para atender, de forma ilimitada, na forma que está na legislação, as três hipóteses [vítimas de estupro, quando há risco de vida para a gestante e fetos com anencefalia].”

Para Flávia, o CFM, “exorbitando seu poder regulamentador”, cria, com a resolução, uma limitação aos profissionais de saúde e que se aplica única e exclusivamente a casos de aborto legal decorrentes de crimes de estupro.

“Veja que não limitou a realização desse procedimento em casos de risco de vida, que é o que a gente chama de aborto terapêutico necessário. Mas limitou nos casos de aborto humanitário. Aqui a gente já percebe que não há nenhum fundamento científico para impor essa limitação. Não há qualquer justificativa.”

“É uma norma que é expressamente contrária à lei. Pode fazer com que os profissionais de saúde deixem de cumprir com seu dever legal, podendo incidir, inclusive, em ato criminoso, como omissão de socorro.”

Revitimização

Flávia lembra que, na maioria das vezes, a busca por serviços de saúde para aborto legal acima de 22 semanas acontece em casos de gestação infantil ou de jovens meninas. “Muitas vezes, meninas que ainda não tiveram a primeira menstruação, que são vítimas de violência sexual e descobrem a gravidez por alterações no corpo. E já descobrem no estágio mais avançado.”

“A gente sabe que essas meninas que sofrem violência têm dificuldade pra falar da violência sofrida, muitas vezes, porque têm medo ou porque até desconhecem que estão vivenciando uma situação de violência. Falar sobre violência sexual, sobre direitos sexuais e reprodutivos, durante muito tempo, foi um debate interditado. Vem sendo um debate interditado”, criticou a coordenadora.

“O que essa resolução faz é promover mais violência contra meninas e jovens mulheres, adolescentes principalmente, perpetuando essa situação de violência que elas sofreram, obrigando a levar uma gestação a termo que, além de revitimizá-las, por conta da situação de violência, ainda reforça o risco de vida.”

Judicialização

Dentre as possíveis consequências citadas pela coordenadora está o aumento da judicialização de casos de aborto após a 22ª semana de gestação. “Isso gera uma insegurança no profissional de saúde que tem o dever legal de agir, que deve trabalhar nessa perspectiva do cuidado em saúde, que deve proteger essa mulher e essa menina que buscam um serviço de saúde.”

“Esse profissional de saúde vai buscar respaldo jurídico para legitimar aquele ato que já é legal, mas que, diante dessa normativa ilegal, inconstitucional e inconvencional do CFM, vai fazer com que essas pessoas busquem um atendimento jurídico e judicializem esses casos. Isso vai promover um aumento de demandas no Poder Judiciário, demandas totalmente desnecessárias”, acrescentou.

“Piora tudo, não resolve nada. É regulamentar um procedimento que, na verdade, vai prejudicar a saúde de meninas e mulheres. E ainda de forma seletiva porque o procedimento vai poder ser realizado em algumas hipóteses de aborto legal, mas, exclusivamente, em casos de gestação decorrente de estupro, não vai poder ser realizado.”

*Colaborou Tâmara Freire, da Rádio Nacional