Cármen Lúcia diz que inquérito sobre golpe de Estado é ‘gravíssimo’ e critica tese de ‘anistia’ para investigados

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia afirmou, hoje, em entrevista à GloboNews, que as investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado durante o governo Jair Bolsonaro, em 2022, mostram a importância de seguir defendendo a democracia.

“São tempos muito doentes, em que a democracia, que foi uma conquista da humanidade nesse caminhar nosso […] que isso seja usado em detrimento e contra as próprias pessoas.” As informações são do Blog da Camila Bomfim, do G1.

Cármen Lúcia não citou nomes ou investigados específicos, mas fez referência ao fato de que a chamada “minuta do golpe” – rascunho de um documento golpista encontrado com membros do governo Jair Bolsonaro – previa, inclusive, a prisão de ministros do STF.

“Sobre essas mentiras todas criadas – e no caso de golpe, que é gravíssimo. […] E só estamos falando disso porque o golpe não deu certo. Se tivesse [dado certo], eu, por exemplo, seria um dos alvos preferenciais”, disse a ministra.

A ministra também disse acreditar que a educação e a informação são importantes para reforçar, na sociedade, a ideia de que a democracia é “o primeiro dos direitos fundamentais”. Ou seja: fundamental para garantir que os cidadãos tenham acesso aos outros direitos.

“Se não tiver a democracia, a gente não tem liberdade, garantia de dignidade, mesmo os direitos que já foram reconhecidos constitucionalmente. É preciso que haja um Poder Judiciário para te contar e te garantir isso”, disse.

“Esta situação não é superficial. Não é ‘não vou falar de democracia, porque nem tenho emprego’. Eu não tenho emprego porque não tenho democracia que me garantiu as condições para que eu conquistasse esse trabalho e esse emprego” continuou.

“É preciso que a gente conte para o professor, para ele contar para o aluno, para o aluno contar em casa que é preciso realmente essa construção democrática. Porque aí, ficaria muito mais fácil, a gente nem ter de pensar e se ocupar […] sobre uma tentativa de golpe. Não tínhamos que estar, realmente, tratando isso”, disse Cármen Lúcia.

‘Anistia’ pode ser ‘desvio de finalidade’

Cármen Lúcia também foi questionada sobre a ideia, já citada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores em discursos recentes, de propor uma “anistia” (um perdão oficial) para os acusados e condenados por atos golpistas, incluindo o do 8 de janeiro de 2023.

A ministra afirmou que não há “assunto proibido” e que o tema pode vir a ser analisado pelo STF – mas indicou que não vê a hipótese com bons olhos.

“Eu acho que anistia tem um sentido humanitário. […] Cada instituto no direito tem uma finalidade, não pode haver desvio de finalidade. O que se vai perguntar é isso, qual é a finalidade?”.

“Anistia, portanto, é um instituto que vem para dar um caráter humanitário a determinadas situações, nas quais as penas sejam consideradas indevidas ou desumanas, ou já deixou de ser lei. Não me parece que é o caso. Se vier, vai ser judicializado e vamos analisar”, afirmou.

Reformar Judiciário sem ‘esvaziar’

Na entrevista, a ministra também comentou propostas recentes que estão em debate no Congresso e determinam mudanças no formato de organização do STF. Entre elas, está a que impõe mandato fixo aos ministros.

Cármen Lúcia disse ver um movimento no Congresso, “no sentido de dizer que ele está se posicionando”. A ministra afirmou não se opor absolutamente a mudanças no Supremo, mas disse que o Legislativo não pode “esvaziar” o Judiciário.

“Eu não sou das que acham que não pode nunca tocar no Supremo. Pode, naquilo que seja eventualmente uma transformação necessária, por conta do que a sociedade pensa. Não pode é esvaziar o poder Judiciário, como o Judiciário não pode esvaziar o Legislativo, como o próprio Legislativo não pode se desmanchar, porque isso é proibido por texto constitucional expresso.”

Campanha Páscoa Solidária do TJPE é prorrogada até dia 20

Incentivar a empatia, solidariedade e responsabilidade social de todos e todas que fazem o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Esta é a proposta da “Páscoa Solidária TJPE 2024: por uma vida mais doce”, promovida pela Diretoria de Desenvolvimento Humano da Secretaria de Gestão de Pessoas (DDH/SGP), e prorrogada até o dia 20 de março, a fim de receber mais doações para o Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (ONG Cervac).

As doações podem ser feitas em dinheiro para chave PIX cervac@cervac.com.br ou na entrega de alimentos não perecíveis, material de higiene pessoal e caixa ou barra de chocolates, em adequada data de validade, nas caixas coletoras disponíveis nos fóruns do Recife e Região Metropolitana.

No Recife, existem caixas coletoras situadas nos fóruns Thomaz de Aquino e Rodolfo Aureliano; Palácio da Justiça, Edf. Paula Baptista, Central dos Juizados, Juizado do Torcedor, Juizado do Idoso e Centro Integrado da Criança e do Adolescente (Cica). E, na Região Metropolitana, as doações podem ser entregues nos fóruns de Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e Paulista.

“O ato de doação exprime nossa aspiração por uma sociedade em que todos tenham suas necessidades fundamentais atendidas. A campanha da Páscoa Solidária nos oportuniza expressar nossa responsabilidade social de coração aberto, e, por essa razão, queremos aqui estender nosso convite para que todas e todos possam participar de modo efetivo desta importante ação beneficente”, conclui a gestora da DDH, Valéria Temporal.

ONG Cervac – Desde 1988, a entidade sem fins lucrativos, trabalha em prol da inclusão e apoio de crianças e adolescentes com deficiência e funciona de segunda a sexta-feira, na Praça Morro da Conceição, 211, no Recife. Com seus atendimentos e atividades, busca apoiar o serviço de acolhimento, saúde, assistência e cuidado a pessoas em situações de vulnerabilidade social e, em razão disso, depende de contínuas contribuições para manter a qualidade do seu atendimento integral e humanizado. Para saber mais, acesse o perfil @cervacpd no Instagram ou ligue para os telefones 81 3498-5598/ 3076-0554 / 99819-5771.

Mãe não gestante em união homoafetiva tem direito à licença-maternidade, decide STF

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a mãe não gestante em união estável homoafetiva tem direito à licença-maternidade. Se a companheira tiver direito ao benefício, deve ser concedido à mãe não gestante licença pelo período equivalente ao da licença-paternidade. A decisão foi tomada no julgamento, nesta quarta-feira (13), do Recurso Extraordinário (RE) 1211446, com repercussão geral.

O caso trata de uma servidora pública municipal, mãe não gestante, cuja companheira, trabalhadora autônoma, com quem convive em união estável homoafetiva, engravidou após procedimento de inseminação artificial. No recurso ao STF, o Município de São Bernardo do Campo (SP) questionava a decisão de Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo que garantiu a licença-maternidade de 180 dias à servidora.

Proteção

Em seu voto pelo desprovimento do recurso, o ministro Luiz Fux, relator, afirmou que a licença-maternidade constitui benefício previdenciário destinado à proteção da maternidade e da infância. Dessa forma, o benefício se destina também às mães adotivas e mães não gestantes em união homoafetiva, que apesar de não vivenciarem as alterações típicas da gravidez, arcam com todas as tarefas que lhe incumbem após a formação do novo vínculo familiar.

Na avaliação do ministro, diante da ausência de legislação que proteja suficientemente as entidades familiares diversas e, especialmente, as crianças integrantes dessas famílias, cabe ao Judiciário fornecer os necessários meios protetivos. Para ele, é dever do estado assegurar especial proteção ao vínculo maternal, independentemente da origem da filiação ou de configuração familiar.

Igualdade

Nesse sentido, Fux acrescentou que o caso dos autos deve ser visto também sob o prisma do princípio da igualdade. “A circunstância de ser mãe é, no meu modo de ver, o bastante para se acionar o direito, pouco importando o fato de não ter engravidado”, disse.

Para ele, o reconhecimento deste direito tem efeito duplo: na proteção da criança, que não escolhe a família onde nascer, e na proteção à mãe não gestante em união homoafetiva, “escanteada por uma legislação omissa e preconceituosa”.

O colegiado também acolheu proposta do ministro Cristiano Zanin para que situações excepcionais, como, por exemplo, quando a companheira não gestante faça tratamento para ter condições de aleitamento, recebam soluções excepcionais, analisadas caso a caso.

Tese

Foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “A mãe servidora ou trabalhadora não gestante em união homoafetiva tem direito ao gozo de licença-maternidade. Caso a companheira tenha utilizado o benefício, fará jus à licença pelo período equivalente ao da licença-paternidade”.

Os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia ficaram vencidos apenas quanto à tese. A seu ver, como nas uniões homoafetivas as duas mulheres são mães, ambas devem ter o direito ao benefício da licença-maternidade

Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio acumulado em R$ 50 milhões

22/06/2023 - Brasília - Mega-Sena, concurso da  Mega-Sena, jogos da  Mega-Sena, loteria da  Mega-Sena. - Volantes da Mega Sena sendo preenchidos para apostas em casas lotéricas da Caixa. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil/Arquivo

As seis dezenas do concurso 5.700 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio está acumulado em R$ 50 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

CCJ aprova PEC que criminaliza posse de qualquer quantidade de droga

23/06/2023 -  óleo de canabis, canabidiol, cbd, thc. Foto: Pfüderi/ Pixabay

A Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (13), por votação simbólica, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inclui no artigo 5º da Carta Magna que “a lei considerará crime a posse e o porte, independentemente da quantidade, de entorpecentes e drogas afins sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.

Apenas quatro senadores dos 27 da CCJ se manifestaram contrários ao texto.

O texto acrescenta que deve ser “observada a distinção entre o traficante e o usuário pelas circunstâncias fáticas do caso concreto, aplicáveis ao usuário penas alternativas à prisão e tratamento contra dependência”. O texto agora segue para análise no plenário do Senado.

O relator da PEC, senador Efraim Filho (União-PB), defendeu que o “fórum adequado” para discutir o tema é o parlamento brasileiro e argumentou que a possibilidade de se permitir a posse de alguma quantidade de maconha favorece o tráfico de drogas. A PEC aprovada foi apresentada no Senado em resposta ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que analisa se o porte de maconha para uso pessoal pode ser considerado crime.

O Supremo também busca definir critérios para diferenciar o traficante do usuário a partir da quantidade de maconha apreendida. O julgamento foi suspenso, na semana passada, por pedido de vista do ministro Dias Toffoli.

Para destacar a diferença entre usuário e traficante, o relator Efraim acatou a emenda do senador Rogério Marinho (PL-RN) e incluiu no inciso o trecho “pelas circunstâncias fáticas do caso concreto”, justificando que, assim, “garante-se constitucionalmente a necessidade dessa distinção no plano fático entre o usuário de drogas e o traficante, que é um dos temas que tem permeado essa discussão”.

Um dos argumentos dos ministros do STF é de que o sistema de justiça tende a considerar como traficantes as pessoas pobres e negras e, por isso, seria necessários critérios objetivos para definir quem é usuário e quem é traficante.

Durante a sessão, o relator Efraim argumentou que a lei não discrimina por cor ou condição social e que o Judiciário deve, nesses casos, tentar corrigir a aplicação da lei.

“Se há dificuldade na aplicabilidade da lei, se há erro na aplicabilidade da lei, e a lei é aplicada pelo juiz, pelo promotor, pela autoridade policial, cabe, por exemplo, ao CNJ [Conselho Nacional de Justiça] chamar os juízes para fazer seminários e orientar, aplicar de forma correta, tratar o usuário sem encarceramento, tratar o traficante com rigor da lei”, defendeu.

Debate

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) divergiu do relator por entender que a PEC não inova em relação ao que já existe na Lei de Drogas, não diferencia o traficante do usuário e que “estamos passando para a população uma falsa percepção de que o problema da segurança pública vai ser resolvido”. Para ele, haverá discriminação a depender da cor da pele e da origem social.

“[Se] ele [o usuário] for flagrado com cigarro de maconha, as circunstâncias fáticas ali vão ser a cor da pele e o local do crime, que ele vai ser atribuído como tráfico de entorpecente. Agora, nos bairros nobres, aqui no plano piloto em Brasília, aquele mesmo jovem, com a mesma quantidade, pelas circunstâncias fáticas, vai ser tratado como usuário de substância entorpecente”, disse.

Senadores favoráveis à PEC argumentaram que o julgamento do Supremo estaria “usurpando” as competências do Congresso Nacional, como expressou o senador Eduardo Girão (Novo-CE). “Existiu uma usurpação de competência, uma invasão na prerrogativa nossa aqui do parlamento brasileiro”, ressltou.

O senador Rogério Marinho, por outro lado, defendeu que os critérios para definir quem é usuário ou traficante devem ser das autoridades que estão na ponta do sistema de justiça. “A definição se é ou não posse, ou tráfico, é de quem faz de fato a apreensão. De quem está com a mão na massa e não quem está em um gabinete de ar refrigerado.”

Marinho ainda reclamou dos votos dos ministros do STF sobre a quantidade a ser apreendida que poderá ser considerada para consumo pessoal. “Países que liberaram a maconha estabeleceram uma quantidade de droga que, em média, são bem menores do que o voto médio que foi dado no Supremo Tribunal Federal”, disse.

Conforme os votos proferidos até o momento proferidos no STF, há maioria para fixar uma quantidade de maconha para caracterizar uso pessoal, e não tráfico de drogas, que deve ficar entre 25 e 60 gramas ou seis plantas fêmeas de cannabis. A quantidade será definida quando o julgamento for finalizado.

Já o senador Humberto Costa (PT-PE) manifestou a preocupação pela possibilidade de se encarcerar usuários como traficantes, aumentando assim a mão-de-obra disponível para as facções criminosas.

“Alguém que foi preso porque estava portando uma quantidade mínima de drogas vai, a partir daí, ter que se tornar soldado do crime organizado para poder sobreviver na cadeia”, destacou.

Já o senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que a proposta é um retrocesso, uma vez que o mundo ocidental tem flexibilizado o porte e posse de maconha. Para Castro, o tema não é matéria constitucional.

“Estamos equiparando o usuário, ou dependente ou doente ou recreativo, ao traficante e ao criminoso. Estamos colocando na Constituição que todo aquele que for pego com qualquer quantidade de droga, com meio grama, ele é criminoso. Isso é aceitável? É razoável? Eu acredito que não.”

Entenda

O Supremo julga, desde 2015, a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei das Drogas (Lei 11.343/2006), que cria a figura do usuário, diferenciado do traficante, que é alvo de penas mais brandas. Para diferenciar usuários e traficantes, a norma prevê penas alternativas de prestação de serviços à comunidade, advertência sobre os efeitos das drogas e comparecimento obrigatório a curso educativo para quem adquirir, transportar ou portar drogas para consumo pessoal.

A lei deixou de prever a pena de prisão, mas manteve a criminalização. Dessa forma, usuários de drogas ainda são alvos de inquérito policial e processos judiciais que buscam o cumprimento das penas alternativas.

No caso concreto que motivou o julgamento, a defesa de um condenado pede que o porte de maconha para uso próprio deixe de ser considerado crime. O acusado foi detido com três gramas de maconha.

Ato na Cinelândia lembra seis anos da morte de Marielle Franco

Rio de Janeiro (RJ), 14/03/2024 – Ato simbólico marca os seis anos do assassinato de Marielle Franco, nas escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um ato em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, no centro da cidade do Rio de Janeiro, lembrou os seis anos dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Os manifestantes, liderados pela viúva de Marielle, atualmente vereadora, Mônica Benício (PSOL), pediram Justiça.

Marielle e seu motorista foram assassinados na noite de 14 de março de 2018, quando o carro onde estavam foi fuzilado, no bairro do Estácio, na região central da cidade. Dois acusados dos homicídios, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, foram presos em março de 2019, um ano depois do crime. Lessa é suspeito de ter efetuado os disparos e Queiroz, de conduzir o carro usado no assassinato.

Um terceiro homem, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, foi preso no ano passado, depois de uma delação premiada de Queiroz, que o apontou como responsável por monitorar as movimentações de Marielle. Em janeiro deste ano, Edilson Barbosa dos Santos foi preso, suspeito de ajudar a se desfazer do carro usado no crime.

Outros suspeitos foram mortos no decorrer do inquérito policial. Os manifestantes, no entanto, exigem as conclusões das investigações, que poderiam apontar para as motivações do crime e possíveis mandantes.

“Além da tristeza, ainda permanece a indignação de chegar ao marco de seis anos de um assassinato como esse sem essa resposta, é dizer que esse tipo de violência ainda é aceito na nossa sociedade com outras Marielles”, afirmou Mônica. “Hoje é um dia de dor. Eu preferia estar na minha cama, chorando, com a minha saudade, mas a gente precisa levantar para produzir atos que não só lembrem a sociedade, mas que reivindiquem às autoridades a Justiça”.

Rio de Janeiro (RJ), 14/03/2024 – A vereadora Monica Benicio, durante ato simbólico que marca os seis anos do assassinato de Marielle Franco, nas escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.  Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro – A vereadora Monica Benicio, durante ato simbólico que marca os seis anos do assassinato de Marielle Franco – Foto Tomaz Silva/Agência Brasil

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil fluminense. Em fevereiro do ano passado, a Polícia Federal (PF) abriu sua própria frente de investigação.

Presente ao ato, o deputado federal Henrique Vieira (PSOL-RJ) afirmou que a bancada de seu partido quer se reunir, em breve, com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para receber atualizações sobre as investigações.

“Desde o ano passado, com o [então ministro da Justiça] Flávio Dino, sentimos mais confiança no processo de investigação. Nos últimos meses, percebemos alguns avanços importantes, o que aumenta nossa confiança de que vamos saber quem e por quê”, disse Vieira.

A viúva, no entanto, apesar de esperar a conclusão da investigação, não tem muita esperança de que isso ocorrerá. “Vou me reservar o direito de não ter mais expectativas neste momento. Houve avanços significativos desde o ano passado, especialmente com a delação do Élcio Queiroz, que hoje é um réu confesso, mas a minha expectativa era de que a gente não chegasse ao marco de seis anos sem essas respostas”.

A PF respondeu que não comenta ou divulga informações sobre investigações em andamento. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que criou uma força-tarefa para acompanhar as investigações em 2021, informou que “avanços foram obtidos no último ano das investigações”. A Polícia Civil não respondeu à Agência Brasil até o fechamento desta reportagem.

Acic recebe visita de comitiva de representantes e empresários da cidade de Passira

A manhã desta quarta-feira (13) foi de fortalecimento das relações institucionais e troca de experiências entre Caruaru e Passira. Uma comitiva de representantes e empresários do município esteve na sede da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic) com o objetivo de conhecer a história centenária da Instituição para a criação de uma associação em Passira.

O prefeito e o vice-prefeito de Passira, Severino Silvestre e Ernandes Filho, respectivamente, estiveram presentes, além dos secretários de Governo, Eriston Alves, de Desenvolvimento Econômico, Cristian Viturino, e de Administração, Luana Gomes. Os empresários de Passira Braz Bento, Damião Fabiano e Rogério Silva também participaram da agenda. “A Acic nos dá um norte para que possamos ter um resultado positivo no nosso município e na nossa futura associação. Aqui, pudemos conhecer melhor os caminhos do associativismo e assim poderemos tomar decisões mais assertivas”, afirmou Severino Silvestre.

Vice-presidente da Associação, Danielle Lago enfatizou a satisfação da Acic em ser referência para outras iniciativas associativistas. “A Acic é a maior associação do Norte e Nordeste do País e isso traz grandes responsabilidades. Entre elas, a de contribuir com outros grupos de empresários, através da nossa experiência. Agradecemos à comitiva de Passira por ter nos escolhido para essa visita técnica e por esse diálogo produtivo que renderá bons frutos nas duas cidades”, disse.

O vice-presidente de Relações Institucionais, Jaime Anselmo, o vice-presidente para Assuntos de Câmaras Setoriais e Núcleo Especiais, Luiz Vicente, a gerente de projetos do Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em Pernambuco (NTCPE), Karen Benevides, a coordenadora administrativa da Acic, Laurenice Lopes, representando a Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco (Facep), e o historiador, consultor cultural e curador patrimonial da Acic, Walmiré Dimeron, também estiveram presentes.

Rodrigo Pinheiro mostra força ao receber apoio do Podemos

Em um grande evento, realizado na noite desta quarta-feira (13), no Teatro Difusora, o partido Podemos, liderado em Caruaru por Anderson Luiz, garantiu o apoio à reeleição do prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB). Nomes de peso do partido estiveram no encontro, como o presidente estadual da sigla, Marcelo Gouveia, o vice Ricardo Teobaldo, o ex-senador Armando Monteiro e o ex-deputado estadual Wanderson Florêncio. O deputado estadual e líder do Governo do Estado, Izaías Régis, também esteve presente.

“Estamos montando uma chapa extremamente competitiva aqui, em Caruaru, para fortalecer o partido na Câmara dos Vereadores e garantir a reeleição de Rodrigo Pinheiro, que vem fazendo, em apenas dois anos, um excelente trabalho, com muita determinação, em prol de toda a população, da zona rural à zona urbana”, ressaltou o presidente municipal, Anderson Luiz.

Armando Monteiro ressaltou a boa parceria da governadora Raquel Lyra com Rodrigo Pinheiro em prol de Caruaru. “É tempo de esperança para Caruaru. Um jovem e competente prefeito e uma governadora que tem um olhar sobre todo o Pernambuco e o compromisso de fazer uma aliança administrativa com Rodrigo Pinheiro para garantir a Caruaru novas e importantes conquistas. Agradeço pela acolhida e digo que eu não tenho dúvida nenhuma de que vamos celebrar em outubro essa grande vitória. Conte conosco, conte com o Podemos”, falou.

Já o presidente estadual do partido falou da missão do Podemos na Capital do Agreste. “O Podemos está junto do desenvolvimento de Caruaru. Essa é a nossa missão, é a missão do partido. E viemos aqui fortalecer esse time, fortalecer essa batalha. Tenho certeza absoluta de que no dia 7 de outubro estaremos comemorando a vitória de Rodrigo Pinheiro para prefeito do município de Caruaru. Conte com o nosso partido”, disse Gouveia.

Por sua vez, o prefeito Rodrigo Pinheiro agradeceu o apoio do partido. “O Podemos foi o primeiro partido a nos apoiar. Política é feita de pessoas para pessoas. É dormindo tarde e acordando cedo que esse trabalho ainda vai render muitos frutos. Caruaru continuará a crescer transformando a vida das pessoas, que é a nossa missão desde 2017 junto à ex-prefeita e governadora Raquel Lyra. Gratidão a todos que fazem o Podemos. Boa sorte a todos os pré-candidatos”, ressaltou.

Além do vereador Maurício Caruaru, já filiado ao partido, também irão concorrer ao pleito e preencheram a ficha de inscrição os ex-vereadores Duda do Vassoural, Alison da Farmácia, Sérgio Siqueira, Heleno Oscar e Lairton Vieira e as lideranças Roberta Costa, Thiago Macaco e Emanuel Mendes. Chegaram ao partido, também, os vereadores Irmão Ronaldo, Carlinhos da Ceaca e Jorge Quintino.

Prefeitura de Caruaru lança consulta pública sobre programa “Afrobetizando”

O “Afrobetizando” está cada vez mais próximo de deixar de ser um programa se tornando de forma permanente em uma política pública de educação antirracista na rede municipal de ensino de Caruaru. Desenvolvida na rede desde 2022, quando foi lançada, e com fórum já realizado no ano passado, a iniciativa agora avançou para etapa de consulta pública, onde os interessados poderão contribuir com suas sugestões, para ampliação de práticas antirracistas no âmbito escolar.

“Essa integração com a população, por meio da consulta, é muito importante para avançarmos na adoção de ações que promovam, cada vez mais, o respeito às diferenças raciais nos espaços escolares da rede local. Convidamos a todos para participarem dela!”, destacou a secretária de Educação e Esportes de Caruaru, Aline Tiburcio.

Após esta etapa, a Prefeitura de Caruaru encaminhará projeto de Lei até a Câmara Municipal de Vereadores, com o objetivo de instituir o programa como política permanente. A consulta pública está disponível acessando o link: https://forms.gle/xRwC8zUtABNiLvwb8

Mais sobre o Afrobetizando

Ele objetiva promover o combate ao racismo nos espaços escolares, valorizando e difundindo a cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena contribuindo para o reconhecimento desses povos e sua identidade, e o respeito às suas culturas e etnias, com formações contínuas em toda rede de educação da cidade, desde o infantil até os anos finais e EJA, utilizando um conjunto de técnicas, métodos e estratégias de ensino de maneira ativa em todo ano letivo, não somente em datas comemorativas pontuais.

‘Liberdade atacada de forma virtual’, diz Moraes em centro de combate às fake news

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, inaugurou nesta terça-feira (12) um grupo voltado para combater fake news, discursos de ódio e antidemocráticos no âmbito das eleições. O Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (Ciedde) funcionará no edifício sede da Corte e contará com o apoio de instituições públicas para garantir a integridade do pleito municipal de 2024.

Na ocasião, o magistrado afirmou que a “liberdade vem sendo atacada de forma virtual” por milícias digitais que tem o objetivo de distorcer a realidade.

“O TSE tem a missão de garantir a liberdade na hora da escolha da eleitora e do eleitor. E essa liberdade já desde as eleições 2018, passando por 2020 e as eleições de 2022. Agora, nas próximas eleições de 2024, essa liberdade vem sendo ataca de forma virtual. Por milícias digitais que, se aproveitando de notícias fraudulentas, de fake news, pretendem capturar a vontade do eleitor na hora de seu voto”, disse.

“(Eles) Pretendem desvirtuar a verdade, o mercado livre de ideias com falsidades, com mentiras, com desinformação, com discurso de ódio, discurso antidemocráticos. Nós, do TSE, já vínhamos nesse combate e, agora, nós estamos dando um salto a mais na eficiência desse combate”, completou Moraes.

Devem compor o grupo representantes de redes sociais; de aplicativos de mensagens; da Procuradoria-Geral da República (PGR); do Ministério da Justiça e Segurança Pública; do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Punição

Alexandre de Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral não irá tolerar disseminação de fake news e que os responsáveis serão punidos. “Sem ódio, sem mentiras, sem um discurso antidemocrático. A Justiça Eleitoral não vai admitir discurso antidemocrático; a Justiça Eleitoral não irá admitir discurso de ódio; não irá admitir deep fake; e notícias fraudulentas”, disse.

Segundo ele, o grupo também tem a missão de levar formação às pessoas. No evento, ele agradeceu as instituições que estão participando do projeto. “Quero agradecer a esses parceiros que irão trabalhar nesse conjunto de troca de informações, troca de ideias, troca de estudos, para que nós possamos mais uma vez que garantir eleições tranquilas, transparentes, que garanta que o voto que o voto que o eleitor deposita na urna é o voto apurado”, destacou.

“Mas mais do que isso: tendo todas as informações verdadeiras. Ele [eleitor] não sofrerá um abuso de informações. Se isso ocorrer, aqueles que fizerem, serão responsabilizados. Inclusive, com a cassação do registro ou a cassação do mandato. É um momento muito importante para a Justiça Eleitoral”, concluiu.

O Ciedde vai trabalhar nas seguintes tarefas:

Cooperação entre instituições para garantir o cumprimento das regras aprovadas pelo TSE para a propaganda eleitoral no fim de fevereiro;
Troca de informações entre integrantes do grupo, para otimizar a atuação preventiva e corretiva;
Coordenar a realização de cursos, seminários e estudos para a promoção de educação em cidadania, democracia, Justiça Eleitoral, direitos digitais e combate à desinformação eleitoral;
Organizar campanhas publicitárias e educativas;
Sugerir aos órgãos competentes as alterações normativas necessárias para o fortalecimento da Justiça Eleitoral, assim como para o enfrentamento da desinformação e dos discursos de ódio e antidemocráticos no período eleitoral.

Parceria

Antes da inauguração, o ministro Alexandre de Moraes participou de uma reunião com presidentes dos 27 tribunais regionais eleitorais do país. Eles conversaram sobre os temas relativos às eleições deste ano. Em seguida, o presidente do TSE anunciou que os TRE’s serão, a partir de agora, responsáveis pela comunicação direta com o Ciedde para fake news.

“Hoje, na reunião com os 27 TRE’s, inclusive, cito o crédito, da sugestão do presidente do TRE-PR. Cada TRE já tem a sua comissão que cuida da desinformação, mas vai dar mais uma função para essa comissão. Vai ser o canal de ligação para o centro integrado de desinformação e defesa da democracia”, explicou Moraes.

“Vamos ter uma rede de 27 TRE’s em comunicação on-line e 24h por dia com o Ciedde para garantir a liberdade do eleitor na hora de votar, para garantir que as fake news e, principalmente, o mau uso da inteligência artificial e as deep fakes possam ser combatidas nessas eleições”, ressaltou.

Também estiveram presentes na solenidade: Ricardo Lewandowski (ministro da Justiça e Segurança Pública); Cármen Lúcia (vice-presidente do TSE); Edilene Lobo (ministra substituta do TSE); Vera Lúcia Santana Araújo (ministra substituta do TSE); Paulo Gonet (procurador-geral da República e procurador-geral eleitoral); Floriano de Azevedo Marques (ministro do TSE); André Ramos Tavares (ministro do TSE); Beto Simonetti (presidente da OAB); Carlos Manuel Baigorri (presidente da Anatel); Alexandre Espinosa (vice-PGE); ex-ministros do TSE; presidentes do tribunais regionais eleitorais e representantes das plataformas: Meta, tiktok e X (antigo twitter).

Confira as informações no Correio Braziliense.