Nas eleições presidenciais do ano passado, o Brasil assistiu a uma das maiores polarizações da sua história. De um lado, o lulismo, de outro o bolsonarismo, representados pelo PT e PL, respectivamente. As eleições municipais que se aproximam, em outubro do ano que vem, podem repetir esse dualismo. Ambos os partidos já traçam estratégias para eleger o maior número de prefeitos.
Enquanto a legenda liberal tem a meta de eleger até 1.000 executivos municipais, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não coloca a definição de um número de prefeitos e vereadores como prioridade. O PT saiu enfraquecido das últimas eleições municipais, em 2020.Na época, conseguiu eleger 183 prefeitos, o pior desempenho do partido desde 2000. A sigla perdeu o comando de 71 prefeituras no comparativo com o pleito anterior. Já o PL elegeu 349 prefeitos em todo o Brasil 52 a mais do que em 2016, quando elegeu 297 chefes municipais.
Os petistas devem se apoiar na volta do presidente Lula ao Palácio do Planalto para tentar retomar maior relevância nos cenários políticos municipais, e o partido já organiza uma conferência nacional, com a presença do presidente, em dezembro, para alinhar metas e estratégias eleitorais com pré-candidatos.
O senador Humberto Costa (PT-PE), coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT, disse ao Poder360 que o foco do partido para 2024 serão as cidades com mais de 100 mil eleitores e capitais. Lula, inclusive, já disse que dedicará o próximo ano para viajar pelo Brasil e “visitar obras”.
Chances no Norte e Nordeste
Segundo Costa, dentre as capitais que terão candidatos competitivos, a maioria está no Norte ou no Nordeste. Também fala em boas chances para candidatos do PT em Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS). Uma das principais estratégias do PL também será a investida na estrela do partido: o ex-chefe do executivo e presidente de honra da sigla, Jair Bolsonaro. Ele deve, igualmente, viajar por cidades do Brasil ao longo da campanha eleitoral.
Da mesma forma, Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, desempenha um papel central no alcance do eleitorado feminino, e tem viajado a diversas cidades. A deputada Rosana Valle (PL-SP), presidente do PL Mulher em São Paulo, disse que o partido tenta incentivar candidaturas femininas, inclusive por meio de cursos de capacitação política visando a eleição de 2024.
Em resolução do PT divulgada em agosto, o partido defende chapas “representativas”, que devem ser construídas “com a manutenção de políticas afirmativas relacionadas especialmente às mulheres, à população negra, além da juventude, da popu-lação LGBTQIA+ e dos povos originários”.
Folhape