Marcha das Mulheres Indígenas começa nesta segunda em Brasília

Brasília (DF) - 31/08/2023, Manifestação de Indígenas contra o Marco Temporal na praça dos Três Poderes.  
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Mulheres indígenas de todo o país reúnem-se em Brasília, de 11 a 13 de setembro, a fim defender os direitos das mulheres e a preservação das culturas indígenas. Com o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade através das raízes ancestrais”, a abertura oficial da 3ª Marcha das Mulheres Indígenas ocorre na noite deste domingo (10).

A marcha de 2023 também marca a continuação da luta contra o garimpo ilegal, pela demarcação de terras e pela formação política de representação indígena nos espaços de poder.

O evento é promovido pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e as atividades se concentram no Eixo Cultural Ibero-Americano, na área central da capital federal. Estão previstas plenárias, grupos de trabalho e ações culturais. Na quarta-feira (13), elas sairão em caminhada pela Esplanada dos Ministérios e terão diálogo com autoridades sobre a carta de reivindicações, que foi entregue na pré-marcha, em janeiro deste ano.

“Nossos maiores inimigos são as leis que não reconhecem nossa diversidade e nossa existência. Falar em demarcação de terras indígenas é gritar pela continuidade da existência dos nossos povos. Ter uma mulher indígena como primeira ministra indígena é afirmar que as mulheres são a cura da terra e a resposta para enfrentamentos à violência de gênero e racismos como o estrutural, institucional e ambiental”, diz a Anmiga, em referência à ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

“No centro dessa marcha está um poderoso apelo por direitos iguais para as mulheres indígenas. Essas mulheres enfrentaram inúmeros desafios e injustiças ao longo de suas vidas, mas se recusam a continuar sendo silenciadas. Exigimos acesso a cuidados de saúde de qualidade, educação e oportunidades econômicas. Lutamos pela proteção da terra e recursos naturais, que vêm sendo explorados por muito tempo. Defendemos o fim da violência contra as mulheres indígenas, um problema generalizado que tem atormentado nossas comunidades há gerações”, acrescentou.

Representantes do movimento de mulheres indígenas de outras partes do mundo também estarão presentes, como do Peru, dos Estados Unidos, da Malásia, da Rússia e da Nova Zelândia. “Essa diversidade de participantes destaca a universalidade das questões enfrentadas pelas mulheres indígenas, como o acesso à terra, a violência de gênero, a discriminação e a luta pela autonomia e empoderamento”, explicou a Anmiga.

1ª Marcha das Mulheres Indígenas ocorreu em 2019, com o tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”. A segunda edição foi em 2021 e teve como tema “Mulheres originárias: Reflorestando mentes para a cura da Terra”.

Com 600 mil visitantes, Bienal do Rio vende 5,5 milhões de livros

Rio de Janeiro (RJ), 10/09/2023 – Público durante o último dia da 20ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Mais de 600 mil pessoas passaram pelo Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, na edição comemorativa de 40 anos da Bienal do Livro, que terminou neste domingo (10). Cerca de 5,5 milhões de livros foram vendidos, segundo balanço apresentado hoje em coletiva de imprensa. 

Em 2019, foram comercializados aproximadamente 4 milhões de livros e, em 2021, em edição reduzida em função da covid-19, o número de livros vendidos na Bienal do Rio de Janeiro alcançou 2,5 milhões de exemplares. A média anterior de seis livros por pessoa foi superada, atingindo nove livros comprados por visitante.

“Esse é o Brasil que a gente quer”, salientou a diretora da GL events, Tatiana Zaccaro, responsável pela organização da feira. O presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), Dante Cid, acrescentou que todos os segmentos foram bem-sucedidos. Ele destacou o empenho dos organizadores em tornar o evento “mais diverso e inclusivo” possível, com representantes de toda a sociedade brasileira.

Na avaliação dos organizadores, a Bienal se consolidou como o maior festival de literatura, cultura e entretenimento do país, estimulando o hábito da leitura não só entre crianças, mas também entre os jovens. “A Bienal é um patrimônio do Rio de Janeiro”, apontou Tatiana Zaccaro. Para Dante Cid, o evento cumpriu o papel de demonstrar a preciosidade que é o livro.

Tatiana lembrou que mais de 100 mil crianças de escolas da rede pública visitaram o evento e, muitas delas, adquiriram um livro pela primeira vez, graças aos cartões distribuídos com essa finalidade para estudantes e professores pelas secretarias municipal e estadual de Educação. Os investimentos com essa finalidade somaram R$ 13,5 milhões.

Rio de Janeiro (RJ), 10/09/2023 – Público durante o último dia da 20ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Público durante o último dia da 20ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Movimento

Foram dez dias de ruas movimentadas, alegria por encontrar os autores preferidos e pessoas saindo da feira com sacolas cheias de livros. Os painéis da Bienal ganharam, nesta edição, novos formatos e espaços para o público apaixonado por histórias. Com mais de 497 editoras, selos e distribuidoras e uma diversidade de títulos, o tíquete médio de gastos com livros ficou em torno de R$ 200.

“Estamos falando do livro como ponto de partida ou chegada, a partir de uma transversalidade com os mais diversos tipos de mídia, porque os assuntos tratados no livro físico também viram séries, filmes, games, música, e isso garante que as histórias possam atrair mais pessoas formando novos leitores, já que o livro é sempre o protagonista”, ressaltou Tatiana.

Com área ocupada de 90 mil metros quadrados, 10% maior que na edição de 2019, no período anterior à pandemia da covid-19, a Bienal 2023 recebeu mais de 380 autores na programação oficial.

Rio de Janeiro (RJ), 10/09/2023 – Público durante o último dia da 20ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Público durante o último dia da 20ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Novidades

As crianças que visitaram a Bienal encontraram um universo lúdico chamado Uma Grande Aventura Leitora, em um espaço de 600 metros quadrados. Ali, foram comemorados os 60 anos da personagem Mônica, da obra do escritor e ilustrador Maurício de Sousa.

Outra novidade da Bienal foi o Baile de Máscaras da Julia Quinn, promovendo uma festa de época como ocorre nos episódios de Os Bridgertons, sucesso dos livros da autora inglesa que viraram série em vídeo. “O público curtiu e veio fantasiado para participar do baile”, relembrou Tatiana Zaccaro.

A Bienal 40 anos lançou o espaço Páginas na Tela, com curadoria da cineasta e escritora Rosane Svartman, e Páginas no Palco, coordenado por Bianca Ramoneda. São formatos que se cruzam entre livro, audiovisual e teatro. No Sextou com Simas, o professor e autor Luiz Antonio Simas recebeu convidados, transformando o Café Literário em um verdadeiro boteco carioca. Neste espaço, a curadoria recebeu autores como Ailton Krenak e Conceição Evaristo.

Os fãs de histórias em quadrinhos tiveram a oportunidade de conhecer ao vivo quadrinistas independentes de todo o Brasil no novo espaço batizado Artists Alley. A Bienal foi palco também do Rio International Publishers Summit, promovido pelo Snel, com objetivo de conectar os protagonistas do mercado editorial e discutir temas urgentes para o setor. O fórum tratou dos desafios da transformação tecnológica, uso da inteligência artificial e preservação do direito autoral, entre outros temas.

Amistoso da seleção pré-olímpica de futebol em Marrocos é cancelado

 Terremoto - Em Marrocos, seleção pré-olímpica revela susto após terremoto. Foto: Mohamed Bissar/CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou que o amistoso entre as seleções masculinas pré-olímpicas (sub-23) de Brasil e Marrocos, que seria disputado na tarde desta segunda-feira (11), na cidade marroquina de Fez, foi cancelado. O anúncio foi feito pela federação africana devido o terremoto que atingiu o país na sexta-feira (8) e matou pelo menos 2,1 mil pessoas.

A delegação brasileira está concentrada a cerca de 700 quilômetros do epicentro do terremoto, que atingiu 6.8 graus na escala Richter. Apesar da distância, jogadores e comissão técnica relataram terem sentido o tremor, ainda que em segurança.

Segundo a nota divulgada pela CBF, a decisão da federação marroquina de cancelar o amistoso desta segunda se deu em razão da comoção nacional pela tragédia. O Rei Mohammed VI decretou três dias de luto. Mais cedo neste domingo (10), chegou a ser anunciado que o jogo ocorreria com portões fechados.

O duelo seria o segundo entre as equipes em Fez. O primeiro foi disputado na última quinta-feira (7), com vitória marroquina por 1 a 0. Os jogos servem de preparação para o Pré-Olímpico de futebol masculino, que será em janeiro. Somente duas seleções da América do Sul se classificam à Olimpíada de Paris, na França. O Brasil é o atual bicampeão da modalidade.

Apoio

A Embaixada do Brasil em Rabat, capital de Marrocos, pode ser contatada pelo telefone +212 661 16 81 81 (inclusive WhatsApp). Outro canal é o plantão consular do Itamaraty, no telefone +55 (61) 98260-0610 (também Whatsapp). Não há notícias de brasileiros entre as vítimas da tragédia

Pernambucana vai do sonho de ser Marta ao pódio no ciclismo e triatlo

04.09.2023- Jogos da Juventude 2023 - Ribeirão Preto (SP) - de 01 a 16 de Setembro. Kawani Sofia de Pernambuco, medalha de ouro na prova de resistência do Ciclismo nos Jogos da Juventude em Ribeirão Preto, SP. Foto Luiza Moraes / COB

Não é incomum que atletas jovens militem em diferentes modalidades antes de decidirem qual caminho seguirão na carreira. A pernambucana Kawani Sofia Carneiro, de 15 anos, é um exemplo. Nesta edição dos Jogos da Juventude, em Ribeirão Preto (SP), a garota nascida em Olinda (PE) e que mora em Paulista (PE) competiu no ciclismo e no triatlo – e foi ao pódio em ambos.

A competição, que reúne cerca de quatro mil atletas entre 15 e 17 anos, de escolas públicas e privadas de todo o país, segue até o próximo dia 16, com transmissão da TV Brasil (confira, no fim do texto, a programação da semana que vem).

Na primeira fase do evento, Kawani disputou medalhas no ciclismo. Conquistou três: bronze na prova de potência máxima (em que os atletas pedalam uma bicicleta fixa e ganha quem exercer maior potência), prata na de velocidade e ouro na de resistência.

“Para falar a verdade, eu não estava muito confiante, porque eu sempre tinha as concorrentes em mente e sabia que elas eram um pouco mais fortes por conta da idade, mas se estou aqui é porque mereço. Na última volta [da prova de resistência], peguei a esquerda, fiquei atrás um pouco e decidi no sprint [explosão de velocidade]. Usei a cabeça”, disse Kawani, ao site do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

A pernambucana, porém, ainda tinha mais medalhas a buscar na recém-finalizada segunda fase dos Jogos, desta vez no triatlo, uma das cinco modalidades que estrearam no evento. A jovem foi ao pódio duas vezes, com um bronze (equipes mistas) e uma prata (individual). Nesta última, Kawani também brilhou no sprint, agora na corrida, ultrapassando a paulista Maria Luiza Oliveira quase na linha de chegada.

“O último gás veio justamente da minha treinadora, a Ceça, que estava o tempo todo me acompanhando e, também, a torcida que me ajudou muito. Não posso mentir: não estava acreditando muito em mim mesma, mas, graças aos meus técnicos e aos meus fãs, consegui essa medalha”, comemorou a jovem.

Da bola à bicicleta

Kawani já acumulava medalhas em competições nacionais de base no ciclismo e no triatlo antes dos Jogos da Juventude. Os resultados a credenciaram a ser contemplada pelo Bolsa Atleta (programa federal de patrocínio individual), na categoria Estudantil. Ela também recebe o Bolsa Atleta do estado de Pernambuco. Na infância, porém, o esporte que a encantava era outro. Torcedora do Sport, ela começou no futebol, aos seis anos.

“Queria ser uma Marta. Ela sempre será uma referência para mim, assim como a Formiga, e tem um lugar no meu coração para esse esporte. Depois eu fui para a natação, porque meu irmão tinha asma e minha mãe tinha muito medo que eu tivesse. Então, ela queria que todos nós nadássemos, pois ajuda a melhorar. Mas eu conheci o ciclismo e em 2019, justamente nos Jogos da Juventude, em Blumenau [SC], consegui três medalhas. Foi aí que a minha paixão pela bicicleta falou mais alto”, recordou a pernambucana.

A garota concilia a rotina de acordar cedo e pegar ônibus para ir e voltar da escola com treinos de natação, três vezes por semana, e atividades na casa da técnica Ceça, onde pedala no rolo fixo, um equipamento fixado ao eixo da roda traseira da bicicleta para garantir estabilidade, que compensa a dificuldade para se exercitar na estrada.

“A família dela é bem humilde, ela ajuda a mãe com o Bolsa Atleta. O que a gente pode fazer é chegar junto, [auxiliar com] material esportivo, coisas que ela ainda não tem próprias. Graças a Deus, ela conseguiu as bolsas estadual e federal, por mérito dela”, destacou Ceça, em vídeo publicado no canal do Time Brasil no YouTube.

Apesar de se destacar em duas modalidades, está chegando a hora de Kawani decidir qual delas proporcionará o melhor caminho rumo ao sonho de representar o Brasil em uma Olimpíada. Segundo Ceça, a jovem não tem dúvidas de que o futuro está na bicicleta.

“A Kawani é nata e tem um futuro brilhante. No que se dedicar, ela vai desenvolver bem. Estamos entrando na fase de maturação, que temos de escolher as provas específicas, pois não dá para ser boa em tudo. Se quer pensar em seleção brasileira, não dá para abraçar o mundo. E hoje ela tem consciência de que a especialização é no ciclismo”, concluiu a treinadora.

Reta final

A segunda fase dos Jogos da Juventude chegou ao fim neste domingo (10). A partir de terça-feira (12), tem início a etapa final do evento, com sete modalidades: esgrima, tiro com arco, vôlei de praia, natação, águas abertas, handebol e basquete.

Transmissões da TV Brasil
Terça-feira (12)

9h – natação

Quarta-feira (13)

9h – natação

Quinta-feira (14)

9h – natação

16h – finais do vôlei de praia

Sábado (16)

11h – finais do handebol

Brasil recebe presidência do G20 e propõe força-tarefa contra fome

Nova Delhi, Índia, 10.09.2023 - Presidente Lula recebe muda de árvore em cerimônia no Bharat Mandapam, Plenário da Cúpula. Nova Delhi – Índia. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, neste domingo (10), a presidência do G20, durante o encerramento da 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do grupo, que ocorre em Nova Déli, na Índia. Durante a cerimônia, a liderança do bloco foi transmitida do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para Lula.

A presidência brasileira no G20 terá três prioridades: a inclusão social e a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza; o enfrentamento das mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental; e a defesa da reforma das instituições de governança global, que reflita a geopolítica do presente.

“Todas essas prioridades estão contidas no lema da presidência brasileira, que diz ‘Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável’”, disse Lula durante discurso no encerramento do encontro. Ele anunciou que serão criadas duas forças-tarefas: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.

O presidente brasileiro lembrou a tragédia no Rio Grande do Sul em decorrência da passagem de um ciclone extratropical. De acordo com o último balanço, divulgado às 18h deste sábado (9), o estado contabiliza 41 mortes e 46 pessoas seguem desaparecidas. São 88 municípios em estado de calamidade pública.

“Isso nos chama a atenção porque fenômenos como esse têm acontecido nos mais diferentes lugares do nosso planeta”, apontou. Ontem (9), durante discurso em outro evento da cúpula, Lula cobrou recursos de países ricos contra aquecimento global. “A natureza continua dando demonstração de que nós precisamos cuidar dela com muito mais carinho”, acrescentou o presidente.

O G20 reúne 19 das maiores economias do mundo e a União Europeia. A União Africana também tornou-se membro permanente durante a cúpula na Índia.

Combate à fome

“Precisamos redobrar os esforços para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até 2030, caso contrário estaremos diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos. Agir para combater a mudança do clima exige vontade política e determinação dos governantes, e também recursos e transferência de tecnologia”, disse Lula, sobre as linhas basilares da presidência brasileira.

Ele também destacou a necessidade de que países emergentes tenham mais participação nas decisões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). “A insustentável dívida externa dos países mais pobres precisa ser equacionada. A OMC [Organização Mundial do Comércio] tem que ser revitalizada e seu sistema de solução de controvérsias precisa voltar a funcionar. Para recuperar sua força política, o Conselho de Segurança da ONU precisa contar com a presença de novos países em desenvolvimento entre seus membros permanentes e não permanentes”, defendeu.

G20 no Brasil

A presidência brasileira começa em 1º de dezembro de 2023 e se encerra em 30 de novembro de 2024. A agenda do G20 será decidida e implementada pelo governo do Brasil, com apoio direto da Índia, última ocupante da presidência, e da África do Sul, país que exercerá o mandato em 2025. Esse sistema é conhecido como troika e é um dos diferenciais do grupo em relação a outros organismos internacionais.

Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, o Brasil deverá organizar mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades do país, que incluem cerca de 20 reuniões ministeriais, 50 reuniões de alto nível e eventos paralelos. O ponto alto será a 19ª Cúpula de chefes de Estado e governo do G20, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

De acordo com Lula, no G20, o Brasil pretende organizar os trabalhos em torno de três orientações gerais. Primeiro, ele propõe uma aproximação entre a trilha de política, mais ampla e onde se discutem políticas públicas, e a trilha de finanças, onde se discutem as questões de financiamento, de forma que “se coordenem e trabalhem de forma mais integrada”. “Não adianta acordarmos a melhor política pública se não alocarmos os recursos necessários para sua implementação”, avaliou.

A presidência brasileira deve criar ainda um canal de diálogo entre os líderes e a sociedade civil, assegurando que os grupos de engajamento da sociedade, entidades de classe e órgãos públicos tenham a oportunidade de reportar suas conclusões e recomendações aos representantes de governo.

Para o presidente, também é preciso evitar discussões sobre questões geopolíticas, como guerras, para não esvaziar a agenda de discussões das várias instâncias do bloco. “Não nos interessa um G20 dividido. Só com uma ação conjunta é que podemos fazer frente aos desafios dos nossos dias. Precisamos de paz e cooperação em vez de conflitos”, disse.

Agenda internacional

É a primeira vez que o Brasil assume a presidência do G20 desde a sua criação, em 1999. O país esteve presente desde o início, quando as 20 maiores economias do mundo se reuniram com o objetivo de buscar uma solução para a grave crise financeira que abalou todos os mercados e que levou à quebra de um número enorme de bancos e outras companhias.

O grupo reunia, à época, apenas ministros de finanças e presidentes de bancos centrais. Em 2008, para enfrentar nova crise financeira internacional, passou a ter o formato atual, com chefes de Estado e de governo.

“Nossa atuação conjunta nos permitiu enfrentar os momentos mais críticos, mas foi insuficiente para corrigir os equívocos estruturais do neoliberalismo. A arquitetura financeira global mudou pouco e as bases de uma nova governança econômica não foram lançadas. Novas urgências surgiram, os desafios se acumularam e se agravaram, vivemos num mundo em que a riqueza está mais concentrada, em que milhões de seres humanos ainda passam fome, em que o desenvolvimento sustentável está sempre ameaçado, em que as instituições de governança ainda refletem a realidade de meados do século passado”, alertou Lula em seu discurso em Nova Déli.

Para ele, a redução das desigualdades deve estar no centro da agenda internacional. “Só vamos conseguir enfrentar todos esses problemas se tratarmos da questão da desigualdade. A desigualdade de renda, de acesso à saúde, educação e alimentação, de gênero e raça e de representação está na origem de todas essas anomalias”, destacou.

Além dos líderes dos países-membros do G20 – África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia –, participaram da cúpula, na condição de convidados da presidência indiana, os líderes de Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos, Singapura e União Africana.

O principal documento resultante da 18ª Cúpula do G20 foi a Declaração de Líderes, que incluiu temas como necessidade do desenvolvimento sustentável, da cooperação econômica e científica, de ações contra desigualdade e da redução do sofrimento causado pelas guerras.

A presidência da Índia iniciou-se em dezembro de 2022 sob o lema Uma Terra, Uma Família, Um Futuro. Durante o período, o G20 teve como prioridades gerais estilos de vida sustentáveis, tecnologia, crescimento inclusivo, multilateralismo e liderança de mulheres.

Alckmin anuncia R$ 741 milhões para cidades do RS afetadas por ciclone

Rio Grande do Sul, 10.09.2023 - Presidente da República em Exercício Geraldo Alckmin, visita áreas destruídas pelas chuvas no Rio Grande do Sul e anuncia medidas de ajuda. Foto Cadu Gomes/VPR

O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, anunciou no início da tarde deste domingo (10) que o governo federal irá disponibilizar R$ 741 milhões em ajuda ao estado do Rio Grande do Sul, atingido por fortes chuvas e enchentes desde a última segunda-feira (4) após a passagem de um ciclone extratropical. Alckmin fez o anúncio em Lajeado (RS), na Universidade do Vale do Taquari (Univates), onde se reuniu com prefeitos locais, ministros e o governador Eduardo Leite.

Os recursos serão distribuídos da seguinte forma: R$ 26 milhões para o Ministério da Defesa, para o uso de helicópteros e demais maquinários na região nas buscas e reconstrução; R$ 80 milhões para Ministério da Saúde, que montou um hospital de campanha em Roca Sales (RS) e reconstrução de unidades de saúde destruídas, além da atuação das equipes da Força Nacional de Saúde na região.

O Ministério dos Transportes terá R$ 116 milhões para reconstruir um trecho da BR 116, no km 96, na região do Rio das Antas; o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e Ministério do Desenvolvimento Agrário aplicará R$ 125 milhões no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Por meio do Ministério das Cidades, R$ 195 milhões serão usados para a construção de moradias. Já o Ministério da Integração Nacional receberá R$ 185 milhões para ajuda humanitária e reconstrução de ruas, estradas, limpeza e pavimentação dos municípios. O Ministério da Previdência Social também receberá recursos, ainda sem detalhamento.

Saque do FGTS
O governo federal, conforme Alckmin, irá liberar o saque do FGTS, no valor de até R$ 6.220, para as pessoas atingidas diretamente pelas chuvas – os recursos já estão incluídos no montante recebido pelos ministérios.

Bolsa Família
Será antecipado também os repasses do Bolsa Família para os afetados, que ocorrerá no próximo dia 18, e do Benefício de Prestação Continuada, no dia 25. As prefeituras ainda deverão receber R$ 800 por habitante atingido. Para os interessados, também será liberado o valor de um salário mínimo pelo BPC – o valor deverá ser pago em até 36 meses sem correção.

O governo federal adiou do pagamento de tributos federais.

A previsão é que o número de municípios com reconhecimento do estado de calamidade pública na região deverá aumentar de 79 para 88, a partir de decreto que será publicado na manhã desta segunda-feira (11).

O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e uma comitiva de ministros foram ao Rio Grande do Sul neste domingo (10), e percorreram a região do Vale do Taquari, a mais afetada pelas chuvas e inundações.

O governo do Rio Grande do Sul atualizou, na manhã deste domingo (10), para 43 a quantidade de pessoas mortas em decorrência das chuvas e inundações que atingem o estado desde a última segunda-feira (4). O número de desaparecidos chega a 46.

A maioria das mortes ocorreu em Muçum (16), seguido de Roca Sales (dez), Cruzeiro do Sul (cinco), Lajeado (três), Estrela (dois), Ibiraiaras (dois) e em Encantado, Imigrante, Mato Castelhano, Passo Fundo e Santa Tereza, uma morte em cada município.

No cidade de Muçum, está também a maioria dos desaparecidos (30), seguido de Lajeado (oito) e Arroio do Meio (oito).

Segundo o governo estadual, 3.130 pessoas foram resgatadas; 224 estão feridas; 3.798 estão desabrigadas; e 11.642, desalojadqs. No total, 150.341 pessoas foram afetadas pelas chuvas e inundações em 88 municípios.

Hospital Mestre Vitalino destaca programação alusiva ao “Setembro Amarelo”

Em alusão ao Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção do suicídio, o Hospital Mestre Vitalino (HMV) elaborou uma série de ações voltadas para colaboradores, pacientes e acompanhantes. As ações tiveram início na terça (05), às 09h, com uma roda de conversa para os pacientes e acompanhantes da unidade de hemodiálise, essa ação se repetiu também na quarta (06). Nesta sexta (08), haverá uma palestra que trará a temática “Prevenção do suicídio: o escutar como caminho”, às 14h, no auditório do HMV.

Nos dias 12 e 13, a partir das 09h, na unidade de hemodiálise será realizada a apresentação do grupo “Sanfona para Elas”, da Secretaria da Mulher de Caruaru.

A programação não para por aí. Nos dias 13 e 14 haverá uma exibição de filmes temáticos com distribuição de pipoca, também na unidade de hemodiálise, das 08h às 11h. A programação é uma parceria entre o setor de Ensino e Pesquisa (NEP), e as equipes de psicologia, nutrição e a Unidade de Hemodiálise.

Dia Mundial da Segurança do Paciente será comemorado no Hospital Mestre Vitalino

Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o dia 17 de setembro como o Dia Mundial da Segurança do Paciente. Neste ano, as ações terão como tema “O engajamento dos pacientes para à segurança do paciente”, e o slogan “Amplifique a voz dos pacientes!”, e foram iniciadas na quarta (06), com momento educativo realizado dentro da unidade com a equipe multiprofissional. Essa ação será realizada de forma contínua até o dia 15 de setembro. 

 

No dia 18, haverá uma palestra, às 14h, no auditório do HMV, com o tema “Engajamento dos pacientes e familiares na segurança do paciente”, com a enfermeira Milca Silícia. Já de 19 a 29 de setembro, será a vez de realizar a ação educativa com pacientes e acompanhantes, por meio da equipe multidisciplinar. Segundo a OMS, as evidências demonstram que quando os pacientes são considerados parceiros em seus cuidados, ganhos significativos são obtidos em segurança, satisfação e resultados de saúde. 

 

A OMS enumera ainda uma série de objetivos do Dia Mundial da Segurança do Paciente 2023, alguns deles: conscientizar sobre a necessidade do envolvimento ativo dos pacientes, familiares e cuidadores em todos os ambientes e níveis de cuidado em saúde para melhorar a segurança do paciente; articular profissionais de saúde, organizações de pacientes, gestores de saúde, provedores de serviços de saúde e outras partes interessadas visando somar esforços para envolver pacientes e familiares nas políticas e nas práticas de segurança do paciente.

Fisioterapeutas são capacitados para atuação em todas as áreas de Atenção à Saúde

O Dia Mundial Da Fisioterapia, comemorado nesta sexta-feira (08), visa promover a união e a solidariedade da comunidade global de Fisioterapia, alinhando os valores profissionais da classe, não deixando de lado as especificidades locais na luta pela profissão. A profissional Maria Fernanda Marinho, coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Integrada CETE – FIC, em Garanhuns, agreste meridional de Pernambuco, destaca a construção da profissão do fisioterapeuta, que teve início no campo da reabilitação (quando o paciente já tem alguma necessidade de encaminhamento para a recuperação), mas evoluiu para a atuação em todas as áreas de Atenção à Saúde – que trabalha com a prevenção, promoção e recuperação da Saúde.

 

A fisioterapeuta  Maria Fernanda Marinho apresenta as especialidades possíveis de atuação para quem se forma em Fisioterapia: aquática, cardiovascular, dermatofuncional, esportiva, do trabalho, neurofuncional, respiratória, em gerontologia, em oncologia, traumato-ortopedia, em osteopatia, em quiropraxia, em saúde da mulher, em acupuntura, em terapia intensiva. “É um campo de atuação muito amplo. O papel do fisioterapeuta foi, inclusive, fundamental durante e após a pandemia da Covid-19, com relação à questão respiratória, o que refletiu na alta da demanda do mercado de trabalho e consequentemente na busca pela formação na área”.

 

Sobre a forma preventiva de atuação, a coordenadora do curso de Fisioterapia da FIC explica a condição do idoso como exemplo. “O fisioterapeuta pode identificar fatores que podem condicionar alguma alteração futura, sendo assim possível melhorar a qualidade de vida do paciente antes mesmo que ele desenvolva qualquer condição. Todo idoso vai ter alguma alteração fisiológica, com redução de força, elasticidade e equilíbrio. Em casos de queixas de dores, desequilíbrios e outras alterações ocasionadas em decorrência do envelhecimento, é possível melhorar a condição muscular e o equilíbrio. Isso pode evitar acessos de quedas e fraturas, no futuro, o que seria algo bem mais complexo de ser tratado”.  

 

Outro exemplo que a profissional traz é o da gestante. “A mulher pode ter a musculatura preparada para a passagem do parto, além de toda a consciência corporal necessária para que tenha maior probabilidade de seguir com o parto natural”. No entanto, em todos os casos de necessidade (em geral), é importante ficar atento para a busca do atendimento biopsicossocial, que acontece de forma multidisciplinar (com o envolvimento de vários profissionais), como também explica Maria Fernanda Marinho. “É preciso estar atento a todos os contextos da vida do paciente, por isso a necessidade desse trabalho em conjunto, muitas ou na maioria das vezes, pois há pessoas com a mesma patologia, mas que trazem individualidades”.

 

Por serem profissionais de primeiro contato, sem a necessidade de encaminhamento médico, os fisioterapeutas podem ser procurados de forma direta pelos pacientes. No entanto, a maioria dos casos provêm de encaminhamentos, o que não é obrigatório. Um dos profissionais que trabalha de forma multidisciplinar com o profissional da Fisioterapia é o médico ortopedista, uma vez que há uma significativa importância da fisioterapia para o tratamento de lesões da coluna e de doenças degenerativas, por exemplo. “A fisioterapia atua diretamente na reabilitação física da musculatura, dos ligamentos e das articulações, tornando assim mais fácil a recuperação do paciente e o retorno às suas atividades”, como destaca o especialista em doenças da coluna Thiago Pedro – com atendimento no SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia), em Caruaru, agreste de Pernambuco. 

 

O Dia Mundial Da Fisioterapia, instituído em 1996, homenageia a fundação da World Confederation of Physical Therapy (WCPT), atual World Physiotherapy – organização global com o objetivo de promover a profissão de fisioterapia e contribui para melhorar a Saúde em todo o mundo.

Setor imobiliário do Recife recebe novos empreendimentos de alto padrão

Fundada em 2013 pelo empresário José Aécio Filho, a Orea Empreendimentos é uma incorporadora imobiliária especializada no desenvolvimento de empreendimentos de alto padrão, contando com um portfólio que engloba a construção de empresariais, hospitais, edifícios médicos e empreendimentos multiusos. Há 10 anos no mercado, a Orea, junto com seus parceiros Evipar e Rede D’or São Luiz estão em fase de conclusão da obra que vai trazer para o Recife o Hospital Memorial Star, com o mais alto padrão de instalações e qualidade em saúde.

A primeira torre, com previsão de entrega em janeiro de 2024, teve um investimento total de R$ 340 milhões e potencializa ainda mais o Polo Médico do Recife, considerado como o segundo maior do Brasil.

O complexo hospitalar do Memorial Star será composto por três torres. Duas novas torres dão continuidade ao projeto. A segunda, em fase de licenciamento junto a Prefeitura do Recife, terá 20 mil m2, onde serão investidos R$ 150 milhões. Na fase de construção, vai gerar cerca de 350 empregos diretos e 1.750 indiretos. A previsão de entrega é de 24 meses após o início das obras.

“A Orea adquire áreas, concebe produtos imobiliários, sendo prédios em sua maioria, constrói e entrega. Esse projeto do Memorial Star traz um novo patamar hospitalar para o Nordeste, com tecnologia, luxo e conforto sem paralelos”, sublinha José Aécio Fernandes Vieira Filho, presidente da Orea. A operação ficará a cargo da Rede D’or – a maior operadora de saúde da América Latina.

Além das torres hospitalares, outros investimentos imobiliários da Orea Empreendimentos estão programados, entre eles uma área com academia, lojas, boulangerie e outros equipamentos.

“Na Orea acreditamos no poder da ação e estamos sempre comprometidos com a entrega de empreendimentos inovadores, que gerem valor para nossos parceiros e clientes. Um conceito que cultivamos desde a idealização do projeto até a sua finalização”, afirma José Aécio Filho.