Lei Maria da Penha: Avanços e desafios no combate à violência contra a mulher

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) anunciou que os seis primeiros meses de 2023 contabilizaram mais feminicídios do que todo o ano de 2022, no Distrito Federal. Os registros de violência contra a mulher, no Rio Grande do Norte, subiram 26% entre janeiro e abril deste ano, segundo os dados da Polícia Civil. Enquanto em todo o Brasil, uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas, de acordo o relatório da Rede de Observatórios da Segurança.

Essas estatísticas alarmantes revelam que, mesmo com os avanços da legislação e dos esforços de conscientização, muitas mulheres ainda são vítimas de violência física, psicológica, sexual e patrimonial. Para a coordenadora do curso de Direito do UniFavip Wyden, Natália Barroca, a Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006 e celebrada nesta segunda-feira (7), foi um grande avanço para o enfrentamento da violência contra a mulher.

“Com o objetivo de minimizar os impactos sobre as diferenças entre gêneros e a visão da soberania masculina, bem como, reduzir a objetificação da mulher em sociedade, várias legislações adentram no nosso ordenamento jurídico para garantir, de forma mais delimitada, o direito constitucional à igualdade. A Lei Maria da Penha é um ótimo exemplo disto, pois criou mecanismos para coibir a violência doméstica e proteger as mulheres que são vítimas dessa situação”, disse a coordenadora do curso de Direito do UniFavip Wyden.

No entanto, Natália Barroca frisou que, apesar da Lei Maria da Penha ser efetiva, a sociedade ainda enfrenta inúmeros desafios, como a subnotificação dos casos. “Nestes 16 anos de legislação, buscamos dar visibilidade às estatísticas sobre o tema e pensarmos, coletivamente, sobre as estratégias de combate à violência doméstica e familiar contra a pessoa de gênero feminino, mas precisamos fazer cada vez mais para sairmos deste cenário tenebroso de altos índices de violência”, finalizou.

Homem é detido com furgão roubado e quase mil maços de cigarro ilegal em Caruaru

Um homem que transportava 960 maços de cigarro ilegal e de origem estrangeira foi detido, no domingo (6), durante uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR 104, em Caruaru. Um furgão que era utilizado para transportar a mercadoria possuía um registro de roubo desde dezembro de 2018, em Santa Cruz do Capibaribe.

Policiais realizavam uma fiscalização na rodovia, quando abordaram um furgão com placas do Mercosul. Dentro do veículo, as equipes localizaram caixas de cigarro estrangeiro que são proibidas de serem comercializadas no país. Em consulta ao veículo, foi descoberto que as placas eram clonadas e o veículo possuía uma queixa de roubo.

O motorista disse ter adquirido o furgão por R$35 mil, em uma feira de veículos próximo ao Hospital Regional do Agreste, em Caruaru. Sobre o cigarro, ele disse ter comprado na feira de Toritama.

O homem foi encaminhado à Delegacia de Polícia Federal de Caruaru. Ele poderá responder por descaminho e adulteração de sinal identificador de veículo.

Mercado reduz previsão da taxa Selic para menos de 12% ao ano

Após a redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, os juros básicos da economia, na semana passada, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam por uma diminuição ainda maior até o final deste ano. A forte queda da inflação fez o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortar os juros pela primeira vez em três anos e levar a Selic de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano.

Para o mercado, a taxa básica deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano, na semana passada a previsão era de 12% ao ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (7), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é Selic em 8,5% ao ano, para os dois anos.

A última vez em que o BC tinha reduzido a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

A taxa Selic é o principal instrumento de BC para alcançar a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Inflação
No Boletim Focus de hoje, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – se manteve em 4,84% neste ano. Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,88%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo CMN, a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em junho, houve deflação no país, ou seja, um recuo nos preços na comparação com maio. O IPCA ficou negativo em 0,08%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o quarto mês seguido em que a inflação perdeu força. Em maio, o IPCA foi de 0,23%.

No ano, o índice soma 2,87% e, nos últimos 12 meses, 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e seguindo a tendência de queda apresentada desde junho de 2022, quando o índice estava em 11,89%.

PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 2,24% para 2,26%.

Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é crescimento de 1,3%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

A previsão para a cotação do dólar está em R$ 4,90 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,00.

Poupança tem retirada líquida de R$ 3,58 bilhões em julho

Dinheiro, Real Moeda brasileira

Após registrar ingresso líquido em junho , o saldo da aplicação na caderneta de poupança voltou a cair com o registro de mais saques do que depósitos no mês passado. Em julho, as saídas superaram as entradas em R$ 3,58 bilhões, de acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Banco Central (BC).

O resultado negativo, entretanto, foi menor do que o verificado em julho do ano passado, quando os brasileiros sacaram R$ 12,66 bilhões a mais do que depositaram na poupança.

No mês passado, foram aplicados R$ 326,61 bilhões, contra saques de R$ 330,19 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas de poupança somaram R$ 6,16 bilhões.

Com o resultado de julho, a poupança acumula retirada líquida de R$ 70,22 bilhões nos primeiros sete meses do ano.

No ano passado, a caderneta registrou fuga líquida (mais saques que depósitos) recorde de R$ 103,24 bilhões, em um cenário de inflação e endividamento altos.

Os rendimentos voltaram a ganhar da inflação por causa dos aumentos da taxa Selic (juros básicos da economia), mas outras aplicações de renda fixa continuam mais atraentes que a poupança.

Em 2020, a poupança tinha registrado captação líquida (depósitos menos saques) recorde de R$ 166,31 bilhões. Contribuíram para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

Vista de Weber suspende julgamento de licença paternidade no STF

Brasília, (DF) – 31/07/2023 – A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Rosa Weber, participa do Seminário Internacional de Repressão e Assistência às Vítimas do Tráfico de Pessoas e Oficina sobre Produção de Provas no Processo Judicial nos Casos de Tráfico de Pessoas. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

Um pedido de vista da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, interrompeu o julgamento sobre a eventual omissão do Congresso para legislar sobre a licença-paternidade. Ainda não há previsão para que o assunto volte à pauta.

O tema era julgado no plenário virtual do Supremo, em que os ministros têm um prazo para votar eletronicamente, sem deliberação presencial. Nesse caso, a análise havia começado em junho, antes do recesso judicial de meio de ano, e seria concluída nesta segunda-feira (7).

O julgamento foi interrompido já com maioria de seis votos favoráveis a que o Supremo declare a omissão do Congresso. Esse tipo de decisão costuma estabelecer um prazo para os parlamentares deliberarem sobre a questão, bem como as consequências pelo descumprimento. Nesses pontos ainda não há maioria formada.

Ao menos quatro ministros – Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes – concordaram com o prazo de 18 meses para que o Congresso legisle sobre a licença-paternidade. Eles divergem, contudo, sobre as consequências pelo estouro desse prazo.

Hoje a Constituição, em seus artigos 7 e 10, garante cinco dias de licença paternidade aos trabalhadores formais, “até que a lei venha a disciplinar” o direito. Desde 1988, contudo, o Congresso não regulamenta o benefício.

Pelo entendimento da maioria, passou da hora de o tema ser melhor regulamentado, de modo a equipar os direitos a licença paternidade e maternidade. Em geral, as mães com carteira assinada, por exemplo, recebem 120 dias de afastamento remunerado. Tal discrepância é anacrônica é inaceitável, escreveu, por exemplo, o ministro Luís Roberto Barroso.

Para o ministro, “a radical diferença entre os prazos atuais das licenças-maternidade e paternidade produz impactos negativos e desproporcionais sobre a igualdade de gênero e sobre os direitos das crianças”. Ele acrescentou ser preciso “combater o estereótipo socialmente enraizado de que o cuidado com os filhos é um dever da mulher e não uma responsabilidade igualmente compartilhada entre os genitores”.

O ministro Dias Toffoli frisou as transformações na sociedade desde 1988 e que é tempo de o Congresso evoluir em relação ao prazo transitório de cinco dias para a licença paternidade.

“O exíguo prazo de 5 (cinco) dias para o gozo da licença-paternidade não mais se compatibiliza com a realidade das famílias brasileiras, sob diversos aspectos, visto que a ideia de família não é mais a mesma que existia em 1988”, escreveu Toffoli.

PT e PSDB retomam antagonismo histórico

Na última sexta-feira (4), o imbróglio para decidir o tom na oposição do PT à governadora Raquel Lyra (PSDB) finalmente chegou ao fim. Ao longo da semana, o Diario de Pernambuco noticiou a reunião da executiva do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco para definir os principais pontos da nota oficial que seria divulgada com o posicionamento da legenda em relação à atual gestão estadual.

Após as deliberações, o diretório do partido chegou a uma à conclusão de que vai encampar uma “oposição comprometida com os interesses do estado”, pontuando como principais motivos para o antagonismo à governadora a conjuntura política nas últimas eleições e a “falta de diálogo com os sindicatos e a classe trabalhadora”.

Leia o posicionamento na íntegra:

“Após um amplo debate interno que envolveu a direção partidária, parlamentares e gestores municipais, nos últimos meses, o PT de Pernambuco decidiu aprovar uma resolução sobre a atual conjuntura política no estado. É importante lembrar que, no ano passado, as urnas fortaleceram o projeto do partido em Pernambuco, garantindo uma grande vitória para o presidente Lula (PT), com mais de 66% dos votos válidos (3.640.933) e para a senadora Teresa Leitão, com 46% dos votos válidos (2.061.276), além da eleição de uma bancada estadual e federal.

No primeiro e no segundo turno da disputa, o PT apoiou candidaturas opostas a da atual governadora Raquel Lyra. Fato que, naturalmente, pelo resultado das urnas, coloca o partido em um campo de oposição ao da atual gestão. Além disso, o PT tem discordâncias políticas e administrativas, especialmente em diversas áreas de políticas públicas e sociais e na falta de diálogo da gestão atual com vários movimentos sociais e sindicais, em especial servidores e servidoras públicas. Vale destacar, ainda, que o governo Raquel Lyra mantém parceria com forças políticas que antagonizam com o projeto representado pelo governo do presidente Lula, que tem trabalhado pela reconstrução do país e pela melhoria da vida da população brasileira.

Nesse contexto, o PT decide anunciar que estará na oposição ao governo tucano. O partido mantém o compromisso com o povo pernambucano de acompanhar e fiscalizar as ações da gestão estadual, e fará uma oposição comprometida com os interesses do estado, defendendo os grandes investimentos do presidente Lula em Pernambuco e as parcerias institucionais que vêm sendo estabelecidas pelo governo federal, governo estadual e os governos municipais”.

PSDB
Partido da governadora Raquel Lyra, o PSDB, por meio do governador do Rio Grande do Sul e presidente nacional da legenda, Eduardo Leite, também divulgou um posicionamento oficial, e afirmou que “não fará parte do atual governo federal sob nenhum pretexto”. A legenda também reforçou que sempre divergiu ideologicamente do Partido dos Trabalhadores, embora diversas lideranças da sigla tenham apoiado, em 2022, a candidatura de Lula no segundo turno na disputa contra Jair Bolsonaro (PL).

Confira um trecho do posicionamento:

“O PSDB não fará parte do atual governo federal comandado pelo PT, em cargo nenhum sob nenhum pretexto. Respeitamos o presidente Lula. Ele é o presidente do Brasil, foi eleito pelos brasileiros, e temos – a executiva nacional, nossos governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores – o dever de ter com o atual governo uma relação institucional em defesa da população brasileira e do Brasil. Assim continuaremos. Sempre. Queremos um Brasil melhor, sim. E atuaremos para isso como oposição consequente, que reconhece que não era mais possível continuar como estávamos, mas que também sabe que o país ainda não tem um caminho claro, seguro e sereno de futuro”.

Diario de Pernambuco

Cidades de até 100 mil habitantes concentram 85% das “emendas Pix” neste ano

Turbinados este ano, os repasses já liberados pelo governo Lula em emendas parlamentares com transferência direta aos municípios — mecanismo com pouca transparência conhecido como “emendas Pix” — priorizam cofres de prefeituras que comandam cidades pequenas e, para especialistas, têm potencial para distorcer a disputa eleitoral do ano que vem, em meio à ausência de critérios para sua destinação e às dificuldades na fiscalização da aplicação desses recursos.

O dinheiro é enviado diretamente dos cofres da União, sem um projeto específico. A modalidade também foi usada por parlamentares para irrigar redutos comandados por parentes.

Cruzamento feito pelo Globo entre dados de execução do Orçamento e os resultados populacionais do Censo 2022, divulgado pelo IBGE, aponta que as cidades com menos de 100 mil moradores concentram 85% dos R$ 5,9 bilhões já empenhados (com autorização para uso) em emendas Pix aos municípios em 2023. Por outro lado, elas somam apenas 42% da população das cidades contempladas com transferências diretas.

Os dados revelam o tamanho da discrepância no acesso às verbas. O grupo de municípios com menor população tem o maior valor de emendas Pix por habitante: foram liberados R$ 75,39 para cada morador. Já os municípios com população acima de 1 milhão terão à disposição transferências diretas que somam R$ 2,94 para cada habitante. Além disso, enquanto as 33 cidades com mais recursos por população, todas com menos de 16 mil moradores, somam, em média, o equivalente a R$ 1,6 mil em repasses para cada habitante — a média é de R$ 36,87 quando consideradas todas as 4.147 cidades beneficiadas no período.

Uma das cidades no grupo com mais dinheiro a ser repassado por emendas Pix exemplifica a dinâmica eleitoral, que ganha contornos familiares. Bituruna, no interior do Paraná, que soma pouco mais de 15 mil habitantes, será beneficiada com R$ 19,4 milhões neste ano, o que equivale a um repasse de R$ 1.252,03 por morador, quase 33 vezes a média nacional nessa modalidade de emendas.

Desse valor, 83% foram destinados pelo ex-deputado federal Valdir Rossoni (PSDB), pai do atual prefeito da cidade, Rodrigo Rossoni (PSDB), em uma única destinação — 91% de tudo que indicou para execução do Orçamento deste ano. O valor é significativo para o caixa da cidade, que tem receita estimada em R$ 69 milhões para 2023.

Nas redes sociais, o prefeito comemorou a aquisição de um ônibus para projetos da Saúde por meio de recursos repassados pelo pai, via emendas, em publicação feita em março. O GLOBO não conseguiu contato com o ex-deputado Valdir Rossoni. A Prefeitura de Bituruna também não respondeu a um pedido para detalhar em que obras e projetos serão aplicados os repasses federais.

Já São Luiz, em Roraima, terá à disposição o maior montante destinado por meio de emendas Pix frente à sua população. A cidade soma apenas 7.315 habitantes, o menor número do estado. Ao todo, a prefeitura contará com R$ 37,7 milhões em caixa, o que equivale a R$ 5.163,37 por morador, destinados pelo ex-senador Telmário Mota e pela ex-deputada federal Shéridan de Oliveira (PSDB). Procurada, a prefeitura de São Luiz não respondeu ao pedido do GLOBO para detalhar como seriam aplicados os recursos de emenda Pix já empenhados para 2023.

O atual prefeito, James Batista (Solidariedade), que governa a cidade pela terceira vez, coleciona condenações no Tribunal de Contas de Roraima por mau uso de dinheiro público. Em outubro do ano passado, o político foi condenado pelo TCE a restituir aos cofres públicos pouco mais de R$ 1,1 milhão pela ausência de prestação de contas de valores repassados em um convênio com o governo do estado para recuperar estradas. Em dezembro, foi multado em R$ 8.902,80 por não cumprir a Lei de Acesso à Informação (LAI) em relação ao enfrentamento da pandemia de Covid-19. No ano passado, o prefeito de São Luiz ficou nacionalmente conhecido por contratar um show do cantor sertanejo Gusttavo Lima ao custo de R$ 800 mil aos cofres do município. O evento foi cancelado por determinação da Justiça.

Também em Roraima, Mucajaí, cidade de 18 mil habitantes, terá R$ 18,051 milhões em emendas para investimentos, o que representa quase R$ 1 mil por morador em recursos. Quase 90% do valor foi direcionado ao município pelo ex-deputado federal Edio Lopes (Solidariedade), que é marido da atual prefeita, Eronildes Aparecida Gonçalves, eleita pelo PL. O montante também representa toda a verba do Orçamento federal destinada em emendas pelo então parlamentar no Orçamento deste ano. Em relação aos recursos da cidade, a quantia liberada equivale a quase um quarto das receitas previstas para 2023 no orçamento municipal, estimadas em R$ 66,5 milhões.

Procurada, a Prefeitura de Mucajaí não detalhou como pretende utilizar os recursos. Ao GLOBO, Edio Lopes afirmou que Roraima tem 15 municípios e uma bancada de 11 parlamentares, o que equivale a “quase um parlamentar por município”, o que explica o alto volume de recursos. Todas as cidades do estado tiveram repasses de emendas Pix liberadas este ano.

Minhas emendas serão aplicadas prioritariamente em projetos de desenvolvimento da agricultura familiar, recuperação e manutenção de estradas vicinais, saúde e educação. Quanto à destinação para Mucajaí, o município não recebeu emendas de outros parlamentares. Por esta razão, e ainda por ser o município onde vivo há mais de 40 anos, julguei ser justo e necessário — justificou.

Também na Região Norte, o ex-deputado Jesus Sérgio (PDT-AC) escolheu destinar mais da metade das emendas individuais em transferências especiais a Tarauacá, que é comandada por sua mulher, Maria Lucinéia (PDT). A liberação de R$ 13 milhões ao município, que soma pouco mais de 43 mil habitantes, equivale a 16% das receitas totais da cidade para 2023, estimadas em R$ 80,9 milhões.

O ex-parlamentar reforça a relação com a prefeita e com a cidade nas redes sociais, em que dá destaque a projetos movimentados com recursos oriundos de indicações do seu gabinete na Câmara. Em dezembro passado, quando ainda estava no exercício do mandato, Jesus Sérgio comemorou a finalização de obra em uma rua de Tarauacá, destacando que o empreendimento contou com recursos destinados por ele. Procurado pelo GLOBO, Jesus Sérgio não retornou ao contato.

A relação entre parlamentares federais e prefeitos faz parte da lógica das eleições municipais, na avaliação do professor de Ciência Política Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Para deputados e senadores, destinar emendas a cidades pequenas é uma forma mais eficaz de capitalizar politicamente. Por outro lado, com a reeleição dos prefeitos, ainda conseguem construir uma rede de cabos eleitorais para as eleições gerais de 2026.

— É muito mais fácil mostrar obras e garantir apoio da população em municípios pequenos, porque o político não precisa dividir a visibilidade com outros parlamentares — explica. — Por outro lado, prefeitos e vereadores que sejam candidatos à reeleição neste ano são futuros cabos eleitorais de deputados daqui a três anos. Por isso, o bom desempenho de aliados e familiares em redutos é importante para o deputado e o senador.

O advogado Guilherme France, coordenador de Pesquisa da Transparência Internacional, alerta que, embora os parlamentares conheçam bem realidades locais e sejam representantes legítimos para pleitear recursos para as comunidades, não há transparência sobre os critérios adotados nas negociações envolvendo essas emendas, inclusive nos lobbies feitos pelas prefeituras. Outro aspecto é que pequenos e médios municípios, mais favorecidos, em geral, não contam com estruturas consistentes de fiscalização, como Controladoria Geral do Município e portais de transparência adequados.

— A destinação desigual pode ter efeitos perversos, não só aprofundado desigualdades regionais, como desertos eleitorais, regiões que acabam sofrendo pela falta de recursos. Além disso, transferências para municípios sem controles adequados aumenta o risco de corrupção — avalia. — Vai ser um grande desafio garantir que o processo eleitoral do ano que vem aconteça de forma isonômica e de forma a possibilitar a renovação política, a entrada de novos quadros, como grupos marginalizados. A entrada de mulheres, negros, indígenas e representantes de comunidades tradicionais em espaço de poder, por exemplo, depende de um processo eleitoral igualitário.

Nessa modalidade de emendas parlamentares, criada em 2019 para acelerar o repasse a estados e municípios, ao menos 70% dos recursos devem ser aplicados em investimentos, excluindo despesa com pessoal e pagamento de dívida. Como mostrou O Globo, a distribuição via emendas Pix é oito vezes maior em 2023 na comparação com 2020, quando começou a valer.

Em março, o Tribunal de Contas da União (TCU) entendeu que cabe aos tribunais de contas locais fiscalizar a aplicação de transferências especiais e eventuais casos de irregularidades. O entendimento é que a emenda à Constituição que estabeleceu esses pagamentos, feita em 2019, determina que os recursos relativos às transferências especiais “pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira”.

Nos estados, a análise sobre as transferências ainda está em estágio inicial. O Tribunal de Contas do Paraná, por exemplo, abriu no dia 14 de julho um processo para definir a forma como vai atuar nesses casos. Em Santa Catarina, um mapeamento de emendas foi iniciado e, por enquanto, não é analisada a aplicação dos recursos. O TCE de Roraima não informou se já faz um monitoramento desses repasses.

O Globo

Vale Luz troca materiais recicláveis por desconto na conta de energia em 16 locais diferentes nesta semana

O projeto Vale Luz, da Neoenergia Pernambuco, tem dado a oportunidade para milhares de clientes trocarem resíduos recicláveis por desconto na fatura de energia elétrica. Até a próxima sexta-feira (11), tendas da concessionária estarão em 16 locais espalhados pelos bairros do Recife e Região Metropolitana (ver lista abaixo) com a finalidade de promover o recolhimento dos materiais e garantir o desconto aos clientes de baixa renda. O Vale Luz faz parte do programa de Eficiência Energética da Neoenergia, regulado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Além de garantir mais economia na conta, a ação estimula diretamente a descarbonização da economia e o uso racional dos recursos naturais, além de minimizar os impactos negativos causados pelos resíduos no meio ambiente em prol da sustentabilidade.

Para participar, basta que o cliente separe os resíduos aceitos pelo projeto, que devem estar separados por tipo, limpos e secos, leve até o ponto de coleta e informe o código do cliente, presente no lado esquerdo do QRCode da conta de energia.

Materiais recicláveis aceitos no Vale Luz

• PAPEL E PAPELÃO: jornais, revistas, cadernos e caixas.

• PLÁSTICOS: PET, catemba e sacolas

• METAL: latas de alumínio (refrigerante, cerveja, suco), latas de aço, latas de produtos alimentícios (leite em pó e conservas), aerossol desodorante, alumínio grosso

• FERRO

• VIDRO: embalagens de vidro, garrafas etc.

• ÓLEO VEGETAL: Óleo de soja, canola, girassol, gergelim, amendoim, milho, coco, algodão e mamona (todos precisam estar frios)

• ELETRÔNICOS: CPU com placa mãe, televisores, monitores, celulares, impressoras e copiadora

Confira os locais itinerantes desta semana:

• 07/08 – ALTO DO MANDÚ – Avenida Doutor Eurico Chaves, 379 – Recife

• 07/08 – CORREGO DO JENIPAPO – Rua Adolfo Caminha, 31 – Recife

• 10/08 – LOJA NEOENERGIA CAMARAGIBE – Avenida Doutor Belmino Correia,747 – Camaragibe

• 10/08 – ILHA DE DEUS – Associação Remo – Recife

• 10/08 – IMBIRIBIERA – Rua Sargento Silvino de Macedo, s/n – Recife

• 11/08 – SAN MARTIN – Rua Apulcro de Assunção, Nº840 – Recife

• 11/08 – PRAZERES – Rua Fernando Vieira Pinto, 318 – Jaboatão dos Guararapes

Confira os locais fixos do Vale Luz:

• Madalena – R. Carlos Gomes, 50 – Madalena, Recife (Segunda a Sexta)

• Posto Arrecife – Av. Pres. Dutra, 451, Ibura, Recife (Segunda a Sábado)

• Container Jaqueira – Praça Souto Filho, s/n – Jaqueira, Recife (Terça a Domingo)

• Hiper Cordeiro Limoeiro – 449, PE-050, 295, Limoeiro (Segunda a Sábado)

• RETORNA MACHINE: Casa Zero (Apenas latinhas de alumínio e PET) – Rua do Bom Jesus, 237 – Recife (Horário de funcionamento local)

• RETORNA MACHINE: Ferreira Costa (Apenas latinhas de alumínio e PET) – Rua Cônego Barata, 275 – Tamarineira, Recife – PE (Horário de funcionamento local)

• RETORNA MACHINE: Shopping Boa Vista (Apenas latinhas de alumínio e PET)- Rua do Giriquiti, 48 – Boa Vista, Recife – PE (Horário de funcionamento local)

• RETORNA MACHINE: Shopping Recife (Apenas latinhas de alumínio e PET) – Rua Padre Carapuceiro, 777 – Boa Viagem, Recife – PE (Horário de funcionamento local)

• RETORNA MACHINE: Shopping Patteo Olinda – R. Carmelita Muniz de Araújo, 225 – Casa Caiada, Olinda (PE) – Piso L3 (Horário de funcionamento local)

Descontos

O projeto Vale Luz da Neoenergia Pernambuco já concedeu cerca de R$ 280 mil em descontos nas contas de energia dos pernambucanos, apenas no primeiro trimestre de 2023. Esse valor recorde da concessionária foi obtido pelos mais de 4.800 clientes após realizarem a entrega de 412,34 toneladas de materiais recicláveis nos pontos de atendimento da ação sustentável.

Secretaria de Ordem Pública de Caruaru recebe representantes da Guarda Municipal de Passira

Na manhã da última quinta-feira (03), a Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Ordem Pública (Secop), recebeu representantes da Guarda Municipal (GM) da cidade de Passira, em uma visita técnica.

O encontro teve como objetivo a explanação de experiência da GM de Caruaru, compartilhando e debatendo ações de segurança para a redução dos números de violência, com o foco, principalmente, para editais federais que garantem recursos para investimento na Guarda Municipal. “Estamos buscado o conhecimento nas cidades que foram contempladas com esses investimentos por meio do Governo Federal. Caruaru vem sendo destaque, viemos conhecer o diferencial daqui, através dos projetos e planejamentos que a Capital do Forró realiza”, comentou o guarda municipal e consultor de segurança da cidade de Passira, Sandro Quirino.

O grande destaque da reunião foi sobre toda organização e planejamento para a implantação do plano municipal Juntos Pela Segurança, em Caruaru, case de sucesso que está na versão 2.0. “O encontro foi muito gratificante, a equipe conseguiu assimilar muito bem como é feita toda a gestão da Prefeitura de Caruaru para a segurança pública, além de buscar informações sobre os editais que fomos contemplados”, pontuou o secretário de Ordem Pública, Coronel Patrício Filho.

“Foi muito importante essa visita, ficamos gratos pelo reconhecimento do trabalho que estamos realizado para um melhor desenvolvimento da segurança pública como um todo”, afirmou o comandante da GM de Caruaru, Carmelo Chalegre.

Governo Lula recicla programas, mas novas apostas miram eleitorado da classe média

Desde o começo de seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já reciclou ao menos quatro programas de seus governos passados, todos voltados para a baixa renda. O último foi o Luz para Todos, relançado na sexta-feira.

Antes, ele já havia anunciado a volta do Bolsa Família, do Mais Médicos e do Farmácia Popular e há ainda a retomada do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), batizado como Novo PAC, prevista para esta sexta-feira.

A tática para as novas marcas, no entanto, é outra. Projetos como o Desenrola, de renegociação de dívidas, e o Voa, Brasil, para a compra de passagens aéreas, miram também a classe média.

Para o sociólogo Carlos Lavareda, que atuou como consultor de opinião pública e comunicação dos dois governos do Fernando Henrique, a tática de Lula de segmentação das políticas públicas é bem objetiva.

— Por um lado, com a retomada de programas sociais que deram certo, Lula quer contemplar o eleitorado da última eleição cumprindo promessas. São ações voltadas para quem ganha entre zero e dois salários mínimos, faixa de renda em que ele foi vitorioso. Por outro, com ações como o Voa, Brasil, ele conquista a simpatia da população e atinge várias classes, principalmente do grupo que ganha de dois a cinco salários. Com isso, Lula já alcançou mais de 70% do eleitorado do país — avalia Lavareda.

O ministro das Comunicações de Lula, Paulo Pimenta, confirmou a existência de uma estratégia voltada para o grupo de eleitores que ganham até dois salários, com o ensino fundamental completo ou incompleto, que garantiram a eleição do petista. Ele aponta a comunicação com a população como um dos principais pontos para respaldar a opção do governo de reeditar programas antigos em vez de criar novos.

— Nós fizemos pesquisas e identificamos que muito do apoio do presidente se deve a uma ideia de legado. Os projetos que relançamos possuem marcas fortes no imaginário das pessoas, tanto que o antigo governo (de Jair Bolsonaro) tentou mudar os nomes, mas nunca pegou. Marcas hoje são muito valiosas e difíceis de criar, é um desafio até mesmo no mercado publicitário privado. Por isso, no que foi possível, mantivemos as que já tínhamos — explicou o ministro ao Globo.

O marqueteiro Paulo Vasconcelos, que atuou na campanha de reeleição do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), destaca a importância da comunicação para a consolidação das marcas dentro dos governos, que facilitam a adesão da informação pela população:

— O maior desafio de qualquer marca é instalar na cabeça do consumidor a ideia de benefício de seu produto, que o faz voltar a comprar. Em política é a mesma coisa. Vimos uma eleição onde programas como Minha Casa, Minha Vida e Luz para Todos tinham deixado registros na cabeça das pessoas.

A necessidade de estratégias segmentadas para os diferentes grupos eleitorais foi identificada pelo governo ainda no primeiro trimestre, após análise de pelo menos sete pesquisas de opinião sobre o desempenho do governo. Vem desse período o anúncio das primeiras reedições de programas sociais das gestões anteriores, que vieram acompanhados de novos benefícios para os brasileiros com menor renda.

A primeira marca retomada foi o Minha Casa, Minha Vida, ainda em fevereiro, que no governo Bolsonaro tinha sido renomeada de “Casa Verde Amarela”. Ao retomar o programa, Lula elevou o subsídio do FGTS às famílias de menor renda e criou diferentes taxas de juros para o parcelamento, que para famílias com renda de até R$ 2 mil é de 4% ao ano nas regiões Norte e Nordeste e de 4,5%, nas demais localidades do país. O Nordeste, região onde Lula teve o melhor desemprenho na última eleição, também conta com o maior número de pessoas beneficiadas pelo programa Luz Para Todos.

O governo Lula recuperou ainda o nome do programa Bolsa Família, relançado em março, que no último governo tinha se tornado Auxílio Brasil e foi a aposta de Bolsonaro para tentar a reeleição. O ex-presidente, além de rebatizar e reformular os programas de Lula, é atrelado a criação do Pix.

Lula retomou também o programa Farmácia Popular, criado em 2004 para garantir o acesso gratuito ou com desconto a medicamentos, e o Mais Médicos, lançado em 2013, na gestão de sua sucessora Dilma Rousseff. A ex-presidente também tinha outras marcas fortes de sua gestão, como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e o Ciência sem Fronteiras, para incentivar a formação acadêmica para brasileiros no exterior, e chegou a ser conhecida como “mãe do PAC” por sua atuação na Casa Civil de Lula.

O ex-presidente Michel Temer (MDB), que ocupou a Presidência de agosto de 2016 até dezembro de 2018, criou programas sociais como Criança Feliz, o Progredir, o Estratégia Amigo da Pessoa Idosa e o Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade do INSS. As marcas, no entanto, não são conhecidas pelos brasileiros. Caso diferente é o de FHC, constantemente lembrado pela criação de marcas como o Bolsa Escola, programa tido como precursor do Bolsa Família, e o Plano Real — conjunto de medidas econômicas implementadas em 1994, no governo de Itamar Franco, mas associadas ao tucano que à época era o ministro da Fazenda.

As novas marcas Desenrola Brasil e Voa, Brasil têm propostas que ampliam o perfil assistencialista dos projetos sociais reciclados dos primeiros dois governos de Lula, alcançando a classe média, por exemplo. O primeiro, que segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já desnegativou 3,5 milhões de pessoas que tinham dívidas de até RS 100 reais, oferece a renegociação de dívidas para pessoas que ganham até R$ 20 mil. O Voa, Brasil, de acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, vai oferecer passagens a R$ 200 por um aplicativo que está sendo desenvolvido pelo governo federal em parceria com as companhias aéreas.

Na próxima sexta-feira, o governo relança o Programa de Aceleração, focada na retomada de obras paradas em seis eixos principais: transportes (rodovias, ferrovias, porto, aeroportos e hidrovias); infraestrutura urbana (Minha Casa Minha Vida, financiamento habitacional e urbanização); equipamentos sociais (educação e saúde); abastecimento de água, incluindo o esgotamento sanitário; comunicações; e energia (geração, transmissão, distribuição, petróleo e gás).

O cientista político da UFRJ e Coordenador do Observatório Político e Eleitoral (OPEL) Josué Medeiros pontua que o governo Lula ainda está no início, o que facilita a reedição de programas que já deram certo e só precisam ser reestruturados. Ele prevê ainda que, nos próximos anos, Lula terá que criar ainda mais novas marcas para se fortalecer visando a eleição de 2026.

— A última eleição foi apresentada como uma proposta de retomada, já que Lula se apresentava como uma oposição e teve a memória como referência. Mas para 2026, a narrativa atual será insuficiente em uma eventual reeleição e o governo terá que criar novas marcas — avalia.

O Globo