A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude de Pernambuco (SDSCJ), está atuando para assegurar o acesso à educação formal por adolescentes apreendidos em razão de autoria ou envolvimento em atos infracionais. Os socioeducandos do Centro de Internação Provisória (Cenip) Caruaru, no Agreste, passarão a ter aulas de alfabetização e de educação física regularmente. A ação está sendo viabilizada em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e Esportes (SEE), que certificará o conteúdo por meio da Escola Estadual José Carlos Florêncio, situada no município.
A unidade da Funase já dispunha de um programa de alfabetização, mas só com atendimentos individuais. A partir desta segunda-feira (15), os adolescentes passam a ser atendidos coletivamente, em uma sala de aula recém-equipada. O formato também passará a ser intensivo, nos cinco dias úteis da semana, o que permitirá que os socioeducandos tenham acesso ao conteúdo em até 45 dias, período máximo que podem ficar no Cenip Caruaru à espera de decisão judicial sobre os processos aos quais respondem. Os alunos terão frequência e desempenho acompanhados normalmente, como ocorre com os demais estudantes da rede estadual de ensino.
Porta de entrada do sistema socioeducativo na região, o Cenip Caruaru recebe adolescentes de 12 a 18 anos. Antes de chegar à Funase, alguns vivenciaram situações de evasão escolar ou de distorção idade-série, o que faz do contato com as aulas de alfabetização a chance de iniciar uma trajetória diferente. “Aqui na unidade, temos uma boa inserção em Informática Básica, mas só não atingimos ainda 100% porque alguns socioeducandos não têm a escolaridade necessária. Com esse novo formato de aulas de alfabetização, com método lúdico, buscamos mudar esse cenário”, diz a coordenadora geral do Cenip Caruaru, Maria Clara Amorim.
Já as aulas de educação física começarão no próximo dia 23, sempre às terças-feiras. As ações ocorrerão na quadra da unidade, ao longo de quatro horas. “Teremos um professor para trabalhar com os adolescentes a prática de basquete, vôlei, futebol e futsal. É algo que vai entrar em uma rotina de atividades que, além do curso de Informática Básica, já tem cinema, horticultura, artesanato, pintura em toalhas de prato, entre outras. Com essas ações, estamos conseguindo com que os adolescentes passem o dia inteiro fora dos alojamentos, realizando atividades diferenciadas, convivendo e aprendendo nos espaços da unidade”, completa Maria Clara.
Imagem: Divulgação/Funase