A expectativa de mais uma denúncia criminal contra o presidente Michel Temer (PMDB) pode ser a pá de cal para o governo. A avaliação é do líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT). Para ele, o segundo pedido de investigação deve ser ainda mais consistente que o primeiro, que foi rejeitado pelo Congresso Nacional após uma série de negociações e liberação de emendas.
Além da denúncia da Procuradoria-Geral da República, O Supremo Tribunal Federal (STF) também autorizou, esta semana, a abertura de inquérito contra membros da cúpula do PMDB, incluindo o presidente. De acordo com investigações da Polícia Federal, Temer teria recebido vantagens de mais de R$ 31 milhões.
“O cerco está se fechando contra Temer e seus comparsas. Dia após dia, explodem novas revelações contra ele e contra os seus aliados. São malas de dinheiro apreendidas, gravações, inúmeros depoimentos. As provas se acumulam e a situação tem se tornado insustentável. Não posso acreditar que, depois de tudo isso, os parlamentares resolvam jogar de vez a sua reputação no lixo. Negar a investigação é também se associar a essa quadrilha que tirou uma presidente honesta do poder e que agora comanda ilegitimamente o País. Isto sem falar na falta de apoio popular deste presidente, que tem uma aprovação tão pequena que chega a sumir nas margens de erro das pesquisas”, afirmou.
Humberto também voltou a criticar o governo Temer por ter transformado o Congresso “num balcão de negócios”. “Para conseguir se salvar da primeira denúncia, Temer liberou 15 bilhões em programas e emendas. Depois disso, aumentou a gasolina e anunciou a venda de empresas e até de parte da Amazônia. Hoje, o governo bate recorde no rombo das contas públicas. Se ele continuar nesse pique, com uma segunda denúncia, não vai sobrar País para contar história”, sentencia Humberto.