O mundo inteiro vive um período de maior aceitação às diferenças, sejam raciais, sociais ou religiosas. Atualmente, as pessoas têm mais facilidade se colocar no lugar do outro e, consequentemente, respeitá-lo. O mesmo se aplica à Síndrome de Down. Descrita pela primeira vez em 1866, essa condição genética era vista, inicialmente, como doença e incapacitante, mas este pensamento foi modificado com o passar dos anos.
Hoje, encontramos pessoas com Síndrome de Down vivendo suas vidas plenamente em família, no trabalho e relacionamentos afetivos. Estão presentes em grupos de música, dança, fotografia, e outros. Com essa mudança de pensamento e a inclusão social que se faz mais do que necessária, os artistas e formadores de opinião vem proporcionando oportunidades a essas pessoas, além de reacender o debate sobre a inclusão.
Recentemente, a cantora Anitta estimulou essa questão para pessoas com SD, num projeto especial e até o momento ‘secreto’, segundo assessoria de imprensa da artista. Meses atrás a cantora fez a mesma ação com um grupo de dançarinas plus size.
Participar da vida de uma pessoa com SD é muito gratificante, pois eles nos ensinam a romper preconceitos e barreiras ensinadas ao longo dos séculos. É importante estimular, independentemente de possuir SD, o respeito, a humanidade e o inconformismo”, destaca a médica e sócia-fundadora do Espaço Elo21, dedicado às pessoas com SD, Dra. Carla Pinto.
A médica geneticista, Carla Pinto, destaca algumas ações para serem sempre praticadas a partir do ambiente familiar e além dele, no intuito de promover a inclusão, além do discurso.
Papel dos pais – O carinho e respeito da família é essencial para o bem-estar dessas pessoas. É importante que os familiares, principalmente os mais próximos, deixem o filho participar efetivamente do cotidiano. Os cuidados e atenção não devem ser superprotetores para que ela possa se desenvolver adequadamente e com maior segurança e autonomia.
Interação – Independentemente de SD, tendemos a ser afetivos e sociáveis. Porém, eles podem apresentam uma dificuldade em se expressar, maior do que a de compreender. Além disso é importante comunicar-se de forma clara, objetiva e concreta. Diante disso, cabe aos familiares, amigos e professores utilizarem uma linguagem acessível, para que as crianças fiquem mais à vontade e confortáveis com mudanças, com o aprendizado e com o expressar-se.
Cuidados – Adaptação do meio. É preciso entender que, assim como todos, quem possui Síndrome de Down vive e enxerga o mundo a sua maneira.. Por exemplo: quando uma criança com SD deixa de fazer algo solicitado em sala de aula, não é, necessariamente porque ela não quer. Existem algumas limitações, que todas as pessoas têm, mas isso pode ser resolvido e adaptado, sem gerar estresse ou repreensão.
Preconceito – De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 96,5% das pessoas ainda têm algum preconceito com quem apresenta alguma necessidade específica. Há quem confunda, por exemplo, as deficiências intelectuais (Síndrome de Down) com as doenças mentais (esquizofrenias e paranoias), em que o indivíduo tem surtos e ataques. Porém, os indivíduos com Síndrome de Down podem conviver totalmente incluídos na sociedade. Diante disso, entender exatamente o que é a Síndrome de Down é o primeiro passo para desenvolver a empatia e a solidariedade.
Brincadeiras – Crianças são crianças, independentemente de suas diferenças e condições específicas. Encontrar brincadeiras e jogos em que todos possam se divertir é uma excelente maneira de integração. O brincar é de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo, emocional e físico para todas as crianças, potencializando o seu desenvolvimento globalmente e muito útil na estimulação daquelas com SD. Brincar ajuda a desenvolver diversas capacidades, como habilidades motoras, cognitivas, linguística e raciocínio lógico.