A Colômbia enfrenta nesta quarta-feira (4) a terceira greve geral em 14 dias de protestos. O governo de Iván Duque tenta um Grande Diálogo Nacional, envolvendo diversos setores da sociedade para solucionar a crise, mas não conseguiu ainda um acordo com os líderes das manifestações.
Os protestos na Colômbia são convocados pelo Comitê Nacional de Paralisações (Comité Nacional del Paro, em espanhol), organização que conta com a participação de sindicatos de trabalhadores e associações de estudantes. Ontem (3), representantes do governo se reuniram com líderes do comitê mas não chegaram a um entendimento.
O comitê exigiu que o governo não convocasse o Esquadrão Móvel Antidistúrbios da Polícia (Esmad) para as manifestações de hoje, além de espaço em rede de televisão nacional para explicar diretamente à população os motivos da convocação da greve geral.
“Exigimos a garantia de que o Esmad não estará presente [nas manifestações de hoje]. Vamos fazer marchas em paz, coloridas, com ar natalino”, afirmou ontem Diógenes Orjuela, presidente da Central Única dos Trabalhadores da Colômbia.
No dia 25 de novembro, um jovem de 18 anos morreu após ter sido atingido por um disparo feito por um membro do Esmad. Dilan Cruz tornou-se símbolo dos protestos no país.
No entanto, o coordenador do Grande Diálogo Nacional, Diego Molano, afirmou ontem que o governo não acataria os pedidos do comitê. “O Governo Nacional não pode dar essas garantias, porque a responsabilidade do governo é a presença e a proteção tanto daqueles que marcham como daqueles que não marcham; e diante da outra petição [espaço em rede nacional de televisão], existe um estatuto da oposição que define quais são os requisitos para fazer apresentações exclusivas na televisão”, disse Molano, ao rejeitar as demandas do comitê.
Apesar da preocupação do governo com a segurança da população, as marchas na Colômbia, até o momento, foram na sua maioria pacíficas.