Até a última quarta-feira, continuava hospitalizada em estado grave a modelo Andressa Urach, 27 anos, apresentadora da Rede TV! e eterna musa do concurso Miss Bumbum. Em busca da perfeição corporal (como se já não a tivesse), a bela fez uma aplicação de hidrogel numa proporção 200 vezes maior do que a recomendável pela Anvisa.
O produto é indicado para “procedimentos reparadores”, como “preenchimento” de pequenas depressões na pele. No caso de Andressa, a aplicação se deu na coxa. Ou ela queria ter a perna ainda mais grossa ou queria “apagar” algum rastro de celulite. O resultado é que o organismo rejeitou o hidrogel e a loira permanecia, até a última quarta-feira, com grave quadro de infecção e respirando com ajuda de aparelhos, num hospital em Porto Alegre.
“Hidro” é um elemento que entra na composição de muitas palavras da língua portuguesa. Exprime ideia de “água”, “suor” ou “líquido”. No caso do hidrogel, temos um gel à base de água.
Normalmente este elemento não vem seguido de hífen, unindo-se diretamente à palavra seguinte. É o caso de “hidrocefalia” (Estado mórbido caracterizado pelo aumento anormal da quantidade do fluido cerebral com dilatação dos ventrículos; cabeça-d’água), “hidroavião” ou “hidravião” (Aeroplano munido de flutuadores que lhe permitem decolar e pousar sobre a água) e “hidrobiologia”.
Médicos alertam para os perigos do uso do hidrogel. Usado para aumentar o bumbum e as pernas (Andressa tornou-se famosa com a exibição de seus impressionantes atributos), o produto pode causar deformações e – o pior – levar a paciente à morte. Segundo especialistas, há procedimentos considerados mais confiáveis para aumentar os glúteos. Um deles é a colocação de próteses de silicone ou o preenchimento com gordura retirada do próprio corpo. Andressa nem precisava disso. Mas, como tantas mulheres por aí, sempre achava que seu corpo tinha imperfeições e que precisava modelá-lo a qualquer custo. Queira Deus que ela não pague caro demais por isso.
Menelau Júnior é professor de português