Entre julho e agosto deste ano os financiamentos para a compra da casa própria pelo Sistema Financeiro de Habitação cresceram 11,5%. Em muitos casos, entretanto, por ser um contrato geralmente longo e considerando as oscilações de mercado, opções como o aluguel podem fazer mais sentido. A dúvida do consumidor leigo, movido por sonhos, é o que considerar para fechar o melhor modelo de negócio.
Para o especialista em avaliações e perícias, Flavio Figueiredo, engenheiro civil, diretor da Figueiredo & Associados e conselheiro do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias em Engenharia (Ibape/SP) não existe uma receita para a escolha perfeita. A melhor é aquela que mais se encaixa à necessidade do comprador. Ele esclarece que o maior erro das pessoas é tomar a decisão apenas comparando números. “Os consumidores tomam decisões baseadas na disponibilidade de recursos, mas se esquecem de que o planejamento de vida a curto e médio prazo deve ser o ponto inicial e determinante”, complementa.
O engenheiro explica, ainda, que primeiramente a pessoa deve analisar o momento de vida, levando em conta se pretende casar logo, ter filhos, se há possibilidade de seguir carreira em outro Estado ou país, dentre outros motivos que podem determinar seus planos. “Às vezes é melhor até morar por algum tempo em um flat, enquanto aguarda a tomada de decisão final”, diz.
Outra recomendação está relacionada ao perfil do comprador. Se o interessado optar por um imóvel em construção com entrega programada a longo prazo, deve ponderar se poderá esperar o imóvel ficar pronto. “Se a pessoa vai casar e o imóvel só for entregue daqui a dois anos, é preciso avaliar se esse prazo se encaixa em seus planos”, ensina Figueiredo.
Segundo o especialista, também é necessário avaliar os custos de cada alternativa. Se tratando de aluguel, ele afirma que não devem ser esquecidos os custos de algumas instalações e de reparos para deixar o imóvel no perfil do morador . Já na compra, são relevantes os gastos com escritura, registro de imóvel e imposto municipal (ITBI).
Figueiredo chama atenção para um erro muito comum cometido pelas pessoas ao comparar o rendimento proporcionado por determinado capital investido e o aluguel de imóvel de igual valor. O ponto de partida para a análise não pode ser o rendimento nominal do investimento, mas o real, descontada a inflação. Aquele que usa o rendimento integral de um investimento para pagar um aluguel irá ter seu capital corroído pela inflação.