A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que, no início da tarde desta quinta-feira (15), a Fiocruz Rio de Janeiro liberou a confirmação laboratorial de 4 casos de sarampo em Pernambuco. As ocorrências são relacionadas a 3 viajantes que participaram de uma excursão para Porto Seguro entre o final de junho e início de julho, além de 1 contato desse grupo. Das confirmações, 2 são de residentes do Recife e 2 de Caruaru.
Ao todo, 9 casos relacionados a essa excursão de Porto Seguro foram notificados, a partir do dia 25.07. Ou seja, além das 4 confirmações, outras 5 notificações relacionadas à viagem (1 do Recife, 1 de Olinda, 2 de Bezerros e 1 de Jaboatão dos Guararapes) continuam em investigação pelo laboratório de referência nacional para a doença. Todos passam bem. Os casos estão conectados a um paciente positivo de São Paulo, monitor da viagem.
Ao todo, 182 pernambucanos participaram da excursão. A vigilância epidemiológica dos municípios dos viajantes, com o apoio da SES-PE e das I e IV Gerências Regionais de Saúde (Geres), realizaram busca ativa dessa população e dos possíveis contatos para verificar se há outros casos suspeitos e também para realizar bloqueio (vacinação com a tríplice viral), quando necessário, para evitar a circulação viral. Ao todo, 24 ações de bloqueio foram executadas, com mais de 1,2 mil doses da vacina aplicadas. O bloqueio deve ser feito de forma seletiva e a tríplice viral é administrada conforme a situação de cada contato, na faixa etária de 6 meses a 49 anos. Acima dessa idade, se avalia a necessidade da imunização. A SES-PE reforça que todas as ações de prevenção e controle foram realizadas a partir da notificação dos casos, independente do resultado laboratorial, e que o órgão continua vigilante para a situação.
“A Vigilância Epidemiológica do Estado, juntamente com a dos municípios, está empenhada na investigação desses casos suspeitos de sarampo. Todas as ações para prestar a devida assistência a esse público e aos seus contatos foram tomadas pela Secretaria Estadual de Saúde e pelos municípios. Importante ressaltar que as nove pessoas notificadas estão com quadro de saúde estável”, afirma o secretário estadual de Saúde, André Longo. “Com essas confirmações de casos de sarampo, precisamos chamar mais uma vez a atenção da população para a importância de manter a caderneta de vacinação atualizada. A primeira dose da vacina contra o sarampo, que ainda protege contra rubéola e caxumba, deve ser tomada aos 12 meses. A tríplice viral ainda pode ser administrada para o público até os 49 anos. Quem está com alguma dose em falta ou não sabe se completou o esquema, além de não ter tido a doença, é importante ir a um posto de saúde para regularizar a situação. Na dúvida, vacine. Esse é o recado e a forma mais rápida e segura de proteger nossa sociedade”, finaliza o secretário.
NOTIFICAÇÕES GERAIS: Desde janeiro deste ano, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) recebeu 132 notificações de casos suspeitos de sarampo, com 74 descartes, 4 confirmações e 54 ainda em investigação. Do total de notificações, 69 (52%) foram realizadas nas semanas após o caso relacionado a Porto Seguro, o que mostra que as unidades de saúde estão vigilantes e atentas para notificar suspeitas. A notificação desses casos é importante para garantir o acompanhamento da possibilidade de circulação do vírus da doença no Estado. É preciso frisar, ainda, que as ações necessárias para frear a transmissão e aumento dos casos (investigação, bloqueio vacinal e coleta de material para análise laboratorial) são desencadeadas logo após a notificação, independente do resultado laboratorial.
Em 2018, das 213 notificações, 209 foram descartadas e 4 confirmadas, todas relacionadas a um paciente com histórico de viagem para Manaus, área com circulação do vírus na época. Em 2017 foram 45 notificações e em 2016, 39, todas descartadas.
Importante destacar que Pernambuco não registra casos autóctones (transmissão sustentada por um período acima de 1 ano) do sarampo desde 2000 – em 1999 foram registradas as últimas 240 ocorrências. Em 2012 houve 1 caso importado e entre 2013 e 2014 um surto com 226, que foi controlado com as ações de vigilância epidemiológica e imunização do Estado e municípios envolvidos.
CASO SUSPEITO PARA SARAMPO: Todo paciente que apresentar febre e exantema maculopapular morbiliforme de direção cefalocaudal (manchas avermelhadas que começam na cabeça e vão descendo para o restante do corpo), acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite, independentemente da idade e situação vacinal; ou todo indivíduo suspeito com história de viagem para locais com circulação do vírus do sarampo, nos últimos 30 dias, ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou para local com circulação viral. No Brasil, os Estados com casos são: Rio de Janeiro, São Paulo, Pará, Sergipe, Minas Gerais, Santa Catarina, Amazonas e Roraima. A notificação de caso suspeito de sarampo é obrigatória. Apresentando essa sintomatologia, é importante ir ao posto de saúde mais próximo para receber a devida assistência.
IMUNIZAÇÃO: A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba e está disponível de rotina nas salas de vacina dos municípios. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) ressalta a importância de finalizar o esquema vacinal para evitar casos da doença. A imunização com a tríplice deve seguir o seguinte esquema:
– Indivíduos de 12 meses a 29 anos de idade: 2 doses de tríplice viral com intervalo mínimo de 30 dias entre elas;
– Indivíduos de 30 a 49 anos de idade não vacinados: 1 dose de tríplice viral;
– Profissionais de saúde não vacinados: 2 doses com a vacina tríplice viral independente da idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
No momento, ainda é indicada a vacinação de crianças de 6 meses a menores de 1 ano que vão se deslocar para municípios que apresentam surto ativo de sarampo. A imunização deve ser feita pelo menos 15 dias antes da viagem.
* Em 2019, até 27 de julho, 85% das crianças com 1 ano fizeram a primeira dose da tríplice viral e 63% a segunda. A meta mínima é de 95% de cobertura. A SES-PE ainda reforça a importância dos municípios pernambucanos buscaram homogeneidade em suas coberturas para evitar o surgimento de casos.