De 3 a 5 de setembro, o 8º Congresso Internacional do Alumínio reuniu as principais lideranças nacionais e internacionais, as maiores empresas e especialistas do setor, que ao lado de autoridades do governo, discutiram os caminhos da indústria brasileira do alumínio, apresentaram exemplos de sucesso e partilharam experiências. O evento, o maior do gênero na América Latina, tem curadoria da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e é realizado em paralelo à ExpoAlumínio, a grande vitrine do setor, que também leva a chancela da ABAL.
Algumas novidades marcaram a edição deste ano. O Congresso da ABAL aconteceu simultaneamente e dividiu espaço com Congresso da SAE, que reúne engenheiros e técnicos da indústria automotiva e aeroespacial. A sinergia entre ambos ficou patente no número de pessoas que estiveram na São Paulo Expo, onde os eventos aconteceram: cerca de 10 mil visitantes. A outra novidade foi a Casa do Alumínio, montada na área externa do Congresso da Abal e aberta ao público. A residência, em seus diversos cômodos, mostrava de forma didática e interativa, os usos do alumínio e sua onipresença em nosso dia a dia.
Para Milton Rego, presidente-executivo da ABAL, essa foi a maior e mais representativa edição do encontro. “O 8º Congresso Internacional do Alumínio se mostrou o melhor espaço para a troca de experiências entre os agentes do segmento. Os diversos painéis que aconteceram ao longo dos três dias do evento indicaram as tendências e os principais drivers que devem guiar a indústria do alumínio nos próximos anos. Entre eles, sem dúvida, estão a inovação e a sustentabilidade”, avalia. “Também destaco o fato de o nosso Congresso, assim como a ExpoAlumínio, acontecerem no mesmo espaço e em paralelo ao Congresso da SAE Brasil. O ramo automotivo trouxe a sua visão para a nossa indústria, assim como oferecemos a nossa visão a eles”.
O Congresso reuniu cerca de mil congressistas, apresentou 70 trabalhos técnicos e o mesmo número de palestras distribuídas entre 15 painéis, que discutiram os principais temas do setor. Na cerimônia de abertura, Moreira Franco, ministro de Minas e Energia, abordou uma das questões que afetam a indústria, em particular a produção de alumínio: o custo da energia elétrica. Octávio Barros, que foi economista chefe do Bradesco e é um dos consultores mais requisitados do mercado, traçou um panorama dos desafios que aguardam o próximo presidente da república.
Nos debates específicos da indústria do alumínio e as suas perspectivas, o tema China, país que é o maior produtor, consumidor e exportador de produtos do metal, dominou a cena. A consultora Kirstine Veitch, da Metal Bulletin, por exemplo, apresentou um detalhado estudo da indústria chinesa de alumínio e de seu impacto no mercado mundial. E Milton Rego, em seu discurso de abertura do Congresso, lembrou a importância do Brasil estabelecer uma relação de reciprocidade com o seu maior parceiro comercial na atualidade, a China.
O alumínio é um material em crescimento no mundo. A demanda deve aumentar em pelo menos 50% até 2030. A produção mundial do metal primário se encontra hoje na casa dos 63,5 milhões de toneladas. Além de crescer, o mundo, segundo diversos especialistas presentes no Congresso, vai optar por um produto cada vez mais sustentável e com baixa pegada de carbono. Neste cenário, a indústria brasileira do alumínio tem muito a oferecer, já que sua produção se utiliza de fontes limpas de energia, além do país exibir índices de reciclagem do alumínio que estão acima da média mundial.