Conselheiro do Irã diz que país vai reagir a ataque dos EUA

O conselheiro militar do líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse que o Irã vai adotar medidas diretas contra “instalações militares” dos Estados Unidos (EUA), da mesma forma como os americanos agiram diretamente contra o seu país.

Em entrevista concedida à CNN nesse domingo (5), o major-general Hossein Dehghan comentou o assassinato do comandante da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã na última sexta-feira (3).

Dehghan disse à CNN que os iranianos nunca estiveram em busca da guerra e não vão buscá-la. Entretanto, afirmou que os EUA iniciaram a guerra e, portanto, devem aceitar reações apropriadas às suas ações.

Em cerimônia fúnebre em Teerã, um ex-funcionário de alto escalão da Guarda Revolucionária Islâmica disse que os alvos da retaliação do Irã podem incluir cidades em Israel, aliado dos EUA.

O presidente americano, Donald Trump, manteve conversações por telefone, ontem, com o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sobre as elevadas tensões no Oriente Médio.

O governo francês informou que Macron manifestou solidariedade aos EUA. Ele teria manifestado a visão de que qualquer mobilização por parte do Irã, para retaliação relacionada ao assassinato do general Qassem Soleimani, poderia deteriorar ainda mais a situação que já se mostra instável, acrescentando que Teerã deve ter cautela.

Boris Johnson divulgou nota, depois de sua conversa telefônica com Trump, Macron e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

Johnson disse que tendo em vista o papel de liderança de Soleimani, ele havia comandado ações que levaram à morte de milhares de civis inocentes e pessoal da região ocidental. “Assim, não temos de lamentar sua morte”, afirmou.

Ele também ressaltou que todas os apelos para uma retaliação “simplesmente levariam a mais violência na região e, assim, não são de interesse de ninguém”.

Iraque

Uma série de foguetes atingiu a Zona Verde em Bagdá, capital do Iraque. Explosões foram ouvidas três vezes na parte central de Bagdá, nesse domingo (5).

A mídia local relatou que a embaixada americana na área não foi afetada pelos ataques. Porém, um foguete atingiu uma casa nas proximidades, ferindo pessoas. Não houve nenhuma reivindicação de responsabilidade pelos ataques.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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