Mais oito agências da Caixa Econômica Federal precisaram ser fechadas por suspeitas de contaminação de bancários pela Covid-19: cinco no estado de Pernambuco e três no Maranhão. Em Sergipe, casos confirmados de empregados infectados pelo coronavírus foram registrados no Complexo Pereira Lobo e em mais cinco agências da capital Aracaju, além do município de São Cristóvão, segundo informações da Associação do Pessoal da Caixa no estado (Apcef/SE).
“Lamentavelmente, os trabalhadores do banco — assim como a população — são vítimas da ineficiência e da irresponsabilidade do governo”, afirma o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto.
“Não houve planejamento nem ampla e efetiva campanha de informação à sociedade sobre o auxílio emergencial. A centralização do pagamento do benefício nas agências da Caixa provocou o que estamos vendo desde o início da pandemia: filas e aglomerações em diversas unidades do banco, colocando em risco a saúde de mais de 50 milhões de beneficiários e de aproximadamente 50 mil trabalhadores do banco à frente do atendimento à população”, ressalta Takemoto.
De acordo com as associações que representam os trabalhadores da Caixa (Apcefs) nestes três estados, as agências que precisaram ser fechadas passaram por higienização e, em algumas situações, troca de equipes. No Maranhão, foram suspensas as atividades de duas unidades em Imperatriz: a de número 644, uma das maiores do país, fechada hoje (14); e a unidade Rio Tocantins, fechada nesta quarta-feira (13). Na segunda-feira (11), a agência do município de Açailândia também teve o funcionamento suspenso. Estas três unidades prestam atendimento a todo o sudoeste maranhense e também para parte da região conhecida como “Bico do Papagaio” (sul do Pará e norte do Tocantins).
Em Pernambuco, cinco agências da Caixa foram fechadas ao longo desta semana depois que empregados do banco apresentaram sintomas da Covid-19. Três delas na capital Recife (unidades Conde da Boa Vista, Prazeres e Parque 13 de Maio), uma em Itamaracá e outra em Santa Cruz do Capiberibe.
“Fizemos diversas reivindicações à direção da Caixa e a outros órgãos do governo — inclusive, ao ministro da Saúde, Nelson Teich — solicitando que ações efetivas e definitivas fossem tomadas em proteção à saúde das pessoas e dos bancários”, observa o presidente da Fenae, “Descentralizar o pagamento do auxílio emergencial e realizar uma abrangente campanha de informação à sociedade estão entre as medidas imprescindíveis e que deveriam ter sido tomadas desde o início da concessão do benefício”, acrescenta.
Sérgio Takemoto também lembra que a Fenae e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) — diante da omissão do governo e da falta de ações coordenadas em nível nacional — enviaram, na última semana, ofício ao governador da Bahia, Rui Costa, presidente do Consórcio do Nordeste. No documento, as entidades pedem apoio aos nove governadores da região para a organização das filas e aglomerações em agências da Caixa.
“O governo continua jogando para os trabalhadores da Caixa Econômica a responsabilidade de organizar o pagamento do auxílio emergencial. Esse não é o papel dos bancários, que estão fazendo um trabalho essencial aos brasileiros, se desdobrando para atender a todos que precisam; especialmente, os mais carentes”, reforça o presidente da Fenae.
PROTOCOLOS — A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-Caixa) vê como essencial o rigoroso cumprimento, pelo banco, dos protocolos de prevenção e enfrentamento à pandemia do coronavírus. As normas foram estabelecidas graças a reivindicações da Fenae, da CEE, do Comando Nacional dos Bancários, da Contraf-CUT e de outras instâncias do movimento sindical.
“Não é momento de abrandar os protocolos. É momento de fortalecer a prevenção e a promoção da saúde dos trabalhadores da Caixa”, afirma o coordenador da CEE, Dionísio Reis, ao defender que os empregados sejam submetidos à testagem para a Covid-19 e que o home office seja respeitado para as situações acordadas; principalmente, no caso de bancários em grupo de risco.
Os protocolos estabelecem, por exemplo, que quando houver nas agências casos confirmados ou suspeitos da doença, a medida adotada deve ser o afastamento imediato do trabalhador e a adoção de quarentena inicial por cinco dias, podendo ser estendida para 14 dias.
No caso de empregados ou terceirizados com sintomas da Covid-19, a agência deve ser fechada para higienização por uma empresa contratada. A unidade pode ser aberta após a desinfecção se todos os trabalhadores forem substituídos.