Com os estragos causados na economia global pelo tsunami do Covid-19, o momento é de contabilizar as avarias nos cascos das finanças das empresas e buscar alternativas de curto prazo para repor parte das perdas sofridas nesse período de turbulência.
Este movimento parece sugerir, em um primeiro momento, que projetos de inovação fiquem de lado em função de preocupações mais urgentes a tratar por enquanto. Mas, na prática, o que está ocorrendo é uma aceleração da tomada de decisão em favor de novas soluções que possam gerar receitas adicionais como uma forma de equilibrar as perdas ocorridas durante o momento da crise.
Nota-se, portanto, um movimento de seleção mais racional e menos glamourizado na escolha de projetos a serem implementados. Dentro desse novo cenário, ganham protagonismo projetos de novos produtos, serviços ou negócios em fases de validação do conceito principal e execução de modelos já validados.
Somente a Play Capital, consultoria de inovação e venture builder, foi procurada por diversas empresas dispostas a acelerar a operação de alguns projetos em fase de validação e execução que estavam engavetados já há algum tempo.
A maioria das soluções vêm da indústria varejista e alimentícia com o objetivo de diminuir os gargalos de logística e atendimento ao consumidor no canal de e-commerce, causados pela grande procura das pessoas no curto prazo em função da quarentena.
Essa tendência tem todas as condições para continuar forte nos próximos meses. Soluções com profundo grau de disrupção, mas que ainda precisam de algum tempo de refinamento darão espaço neste momento para as inovações mais simples e imediatas que resolvam problemas momentâneos e que possam gerar receita às corporações no curto prazo.
Em suma, o que as empresas vão precisar nos próximos meses é de uma capacidade prática de tirar projetos do papel e fazer com que tragam resultados comerciais o quanto antes.
Marcelo Nicolau é sócio-diretor da Play Capital