O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) intensificou suas articulações para tentar escapar da cassação por quebra de decoro parlamentar. A cinco dias da primeira votação do parecer do Conselho de Ética em plenário, com recomendação de perda de mandato, o ex-presidente da Câmara lançou um site (www.adefesadocunha.com.br) em que apresenta suas alegações, tanto em termos jurídicos quanto na análise política do seu caso.
No site, Cunha se limita a reproduzir os documentos dos processos jurídico e político – desde a representação feita no Conselho de Ética da Câmara pelo PSol, em outubro de 2015, até o voto em separado apresentado pelo deputado João Carlos Bacelar (PP-BA), que pede apenas uma punição administrativa para Cunha.
A página eletrônica reproduz o conteúdo dos 11 inquéritos a que Cunha está respondendo e outros cinco documentos da defesa feita no Conselho de Ética. Entre eles está o parecer do advogado Francisco Rezeck, ex-presidente do Supremo Tribunal e contratado para defende-lo, e do advogado e professor José Tadeu de Chiara, professor da USP, que trata de questões relacionadas patrimônio de Cunha no exterior.
O ex-presidente da Câmara também tem enviado seguidas cartas aos colegas alegando inocência e pedindo voto contra a sua cassação. No texto da mensagem que manda aos gabinetes dos demais deputados, Cunha reconhece a dificuldade de convencer os pares em uma carta, mas apela para que reconheçam a sua atuação no impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Todos sabem que sem a minha determinação e sem a minha atuação jamais este processo teria sido aberto”, escreveu na carta.
Cunha diz na carta que não mentiu à CPI da Petrobras, em março de 2015, quando negou que tenha contas em bancos no exterior e não declaradas à Receita Federal e por isso não cometeu ilegalidades. Apela para a decisão política dos colegas com o argumento de que foi fundamental para a retirada do PT do poder.