Curso de audiodescrição encerra com Exposição Acessível

Finaliza com exposição coletiva, no próximo dia 30, a segunda edição do curso de audiodescrição em artes visuais, Pra Todo Mundo Ver. A iniciativa é da incentivadora cultural caruaruense Circullus, através de incentivo do Governo de Pernambuco, por meio de aprovação no edital Funcultura Geral. O projeto foi realizado na cidade de Garanhuns e conta, ainda, com apoio do Espaço Zero – Práticas Artísticas e Iguana Arquitetura.

Ao longo dos meses de outubro e novembro deste ano, os participantes tiveram contato, teórico e prático, com as normas e formas de se desenvolver audiodescrição, importante mecanismo de acessibilidade para pessoas com deficiência visual. Encerrando o período de aulas, próximo sábado, 30, será realizada exposição acessível, cujas audiodescrições foram desenvolvidas pelos próprios participantes, sob supervisão dos mediadores Vanessa Marques e Michell Platini.

A exposição estará aberta à visitação gratuita em oportunidade única, das 14h às 18h, no Espaço Zero – Práticas Artísticas, localizado na Avenida Júlio Brasileiro, nº 1461 – Heliópolis, na cidade de Garanhuns. Serão expostas 10 obras, entre pinturas, esculturas, colagem dentre outros objetos artísticos e decorativos.

“A audiodescrição é um mecanismo fundamental de inclusão. Como vimos, ele é destinado prioritariamente às pessoas com deficiência visual, mas também é uma experiência que possibilita ampliação da percepção para pessoas normovisuais. É uma demonstração explícita que, quando focamos em observar e atender às especificidades das pessoas, toda a sociedade sai ganhando, destaca Humberto Botão, artista visual e coordenador do projeto.

De acordo com Botão, que também assina a expografia da exposição, “essa experiência é bastante interessante pois, além de apresentar o resultado prático destes dois meses de dedicação da turma, nos provoca uma relação diferente com o objeto artístico exposto. Conceitualmente, o primeiro contato é com a audiodescrição, sem ver a obra. Só depois que acessamos sua imagem física. Isso nos faz despertar para detalhes que, incialmente, poderiam passar despercebidos”, explica.

“Como fotógrafa e produtora, percebo o quanto é essencial criar espaços onde todos possam se sentir incluídos. A acessibilidade cultural não é apenas uma necessidade, mas um direito que deve ser garantido, especialmente em cidades do interior como Garanhuns, onde essas iniciativas ainda são raras”, destaca Rita Rocha, uma das participantes do projeto. “Esse curso me deu ferramentas para tornar meu trabalho mais inclusivo e me mostrou que a arte, quando acessível, pode realmente alcançar e impactar mais pessoas. Acredito que incluir a audiodescrição em minhas produções é um passo importante para fortalecer a cultura na região e inspirar outros profissionais a seguirem esse caminho”, finaliza.

_O que: Exposição coletiva acessível_

_Quando: 30 de novembro de 2024 (sábado)_

_Que horas: 14h às 18h_

_Onde: Espaço Zero – Práticas Artísticas (Avenida Júlio Brasileiro, nº 1461 – Heliópolis / Garanhuns)_

_Quanto: Gratuito_

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.