Em carta pública endereçada ao embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, um grupo de 12 deputados do Partido Democrata dos Estados Unidos saíram em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acusam o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato no Paraná, de perseguir o petista por meio de decisões arbitrárias. O jornal Folha de S. Paulo obteve a carta e divulgou trechos em que os parlamentares afirmam que o ex-presidente está sendo “perseguido”.
“Estamos especialmente preocupados com a perseguição do ex-presidente Lula da Silva, que viola as normas de tratados internacionais que garantem o direito da defesa para todos os indivíduos”, diz trecho da carta obtida pelo jornal.
Lula é réu em cinco ações penais, sendo três no âmbito da Operação Lava Jato, uma na Operação Zelotes e uma na Operação Janus. Em dezembro do último ano, o ex-presidente fez campanha online para arrecadar fundos contra a dita “perseguição judicial” contra ele. A campanha, que terminou no dia 24 de dezembro, arrecadou R$ 250 mil em 17 dias.
O petista se diz vítima de manipulação “arbitrária da lei” e de um “vale-tudo acusatório”por parte dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e do juiz Sérgio Moro. O valor arrecadado será usado para divulgar o movimento pró-Lula na internet e para organizar mobilizações, eventos e manifestações internacionais para defender o ex-presidente.
Ainda de acordo com o jornal, os parlamentares americanos afirmam que o governo de Michel Temer tem agido “para proteger figuras políticas corruptas, para impor uma série de políticas que nunca seriam apoiadas em uma eleição nacional e pressionar adversários nos movimentos sociais e nos partidos de oposição.”
O grupo é liderado pelo deputados democrata John Conyers. “Nos últimos meses, ele [Lula] tem sido alvo de uma campanha de calúnias e acusações não comprovadas de corrupção pelos grandes veículos privados de mídia alinhados com as elites do país”, dizem os americanos. Alguns sindicatos americanos também assinam a carta.