Após questões preliminares, os deputados começaram a discutir a denúncia contra o presidente da República, Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) há provas do envolvimento de Temer e dos ministros em crimes graves, porque, desde 2006, eles procuraram ocupar cargos para desviar recursos de propina, formando uma organização criminosa. Segundo Molon, quando Temer assume a presidência da República, em 2016, passa a usar a instituição para continuar a cometer crimes.
“Não há que se falar em criminalização da política, mas em uso da política para atividades criminosas”, disse ao atacar um dos argumentos da defesa, de que a denúncia criminaliza a política.
Já o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), ao defender a inocência de Temer e dos ministros, disse que os bandidos são os delatores que provocam essa segunda denúncia. “Funaro é um bandido renomado, que ameaça as pessoas com quem negocia, e em nome de sua salvação, inventou de tudo”, disse sobre o doleiro que teria atuado em nome do PMDB.
Perondi mostrou a carta do presidente Michel Temer, que ontem disse estar indignado com as acusações. “Fora a economia, que está melhorando, e muito, e isso deixa a oposição nervosa”, disse.
Cada um dos 132 integrantes da CCJ tem 15 minutos para falar, além de 10 minutos para não-membros, até o limite de 20 contra e 20 a favor do relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Por causa desse tempo, a discussão deve se estender até amanhã e a votação do parecer deve ocorrer no início da noite desta quarta-feira.