Desafio Nova Economia convoca empresas de tecnologia para propor soluções a negócios impactados pela pandemia

Teve início, ontem (22/07), a etapa de inscrições do “Desafio OIL/AD Diper – Nova Economia”. A iniciativa pretende engajar a comunidade de inovação para encontrar soluções tecnológicas capazes de combater os impactos econômicos causados pela pandemia da Covid-19. Na prática, seis eixos prioritários servirão de guias para as proponentes apresentarem suas ideias inovadoras voltadas para: marketing e vendas; gestão de negócios; biossegurança; formação de pessoas; distribuição e logística e finanças e contratos.

As seis melhores ideias classificadas receberão aportes financeiros para viabilizar os custos de desenvolvimento, ou adaptação, para serem empregadas num ambiente de convivência com a COVID-19. Além disso, serão promovidas rodadas de investimento e abertura de crédito para aceleração com as empresas e startups participantes.

A chamada de inovação é uma iniciativa capitaneada pelo Governo de Pernambuco, por meio da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), estatal vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. O projeto conta com a coparticipação do Porto Digital e um grupo de especialistas setoriais, contratados pela AD Diper para montar e gerir essa chamada de Inovação Aberta, juntamente com empresas fomentadoras, como Grupo Moura, Grupo Cornélio Brennand, Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte, AkzoNobel e Indorama Ventures Polímeros.

As organizações estão engajadas na reconstrução da economia pernambucana, contribuindo diretamente para a aceleração de inovações em diversos segmentos econômicos e no desenho de soluções para os novos desafios que já estão postos para os negócios para o período de convivência com o novo coronavírus. As empresas fomentadoras contribuirão com um total de R$ 400 mil para viabilizar o desenvolvimento das propostas selecionadas.

“A Covid-19 está acelerando a cultura digital e, ao mesmo tempo, abreviando a vida útil de centenas de milhares de negócios, especialmente os analógicos, com impacto em cadeias inteiras. Nossa ideia é entender melhor alguns dos principais novos desafios do mercado e rapidamente mapear e implementar soluções inovadoras que preparem nossas empresas para a Nova Economia”, pontua Roberto Abreu e Lima, diretor-presidente da AD Diper.

Para Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, a volta da atividade econômica em Pernambuco e no País vai enfrentar muitos desafios. “Para conseguirmos atingir os mesmos níveis de antes da pandemia e superar todos os indicadores positivos, precisaremos não só de muito trabalho, mas cooperação, inteligência e tecnologia para fazermos mais e irmos mais longe”, ressalta.

O Desafio também envolve parceiros institucionais ajudando na promoção e na aceleração e ampliação da base de clientes desses produtos inovadores. Entre elas estão a Câmara Americana de Comércio no Recife (Amcham Recife); o Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco (LIDE/PE); o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Pernambuco (SEBRAE PE); a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e o Sistema Fecomércio. Essas instituições farão a ponte entre as demandas dos setores econômicos onde atuam para facilitar a adoção dessas tecnologias para mitigar os danos causados pela pandemia.

Os interessados em participar do desafio podem se inscrever no site da chamada (novaeconomia.portodigital.org) que estará recepcionando as propostas até o dia 05/08. Todo o processo se dará através de plataformas e formulários online. O resultado será divulgado na própria página da inscrição até o dia 26/08. Qualquer empresa de tecnologia ou pessoa física pode se inscrever para aderir a iniciativa.

De acordo com Elaine Poço, diretora de P&D e Sustentabilidade da AkzoNobel para América do Sul, o Brasil tem mostrado que, mesmo diante do adverso cenário atual, é um mercado rico em ideias. “Inovação e sustentabilidade são pilares que sempre estiverem presentes na trajetória da AkzoNobel, desde o seu início em 1792, por meio de práticas colaborativas. Agora, em um cenário que coloca à prova e demanda ainda mais capacidade criativa para superarmos esses tempos desafiadores que vivemos, não temos dúvidas que iniciativas como essa são as que farão a diferença no estímulo ao desenvolvimento dos diversos segmentos da economia local, a qual nos orgulhamos em fazer parte”, comenta.

Poderão ser submetidos aplicativos, plataformas, soluções de sensoriamento, Inteligência Artificial, Inteligência de Negócios (BI), entre outras ferramentas tecnológicas. Esses projetos serão analisados numa primeira etapa sob a ótica da tecnologia, prazos de desenvolvimento e viabilidade econômica. Após essa fase, aquelas que atenderem esses requisitos mínimos, serão submetidas ao Comitê das Empresas Apoiadoras, que terão total autonomia para apontar os vencedores desse Desafio.

“Inovar faz parte do DNA do Grupo Moura. Agora, nesse momento desafiador não só de retomada socioeconômica, mas de estruturação de um novo modelo de Economia, a organização não poderia deixar de contribuir diretamente para fomentar as inovações que ajudarão a reconstruir o futuro de Pernambuco”, reforça Andréa Lyra, diretora de Marketing e Comunicação Institucional do Grupo Moura.

Na opinião de Darcio Silva, diretor da Indorama Ventures Polímeros, é preciso ser extremamente criativo para se adaptar às situações que surgiram nesta crise e melhorar os patamares dos processos industriais. “Acreditamos e prestigiamos a inovação. São oportunidades que devem ser dadas para os jovens e empresas que estão no mercado em busca de crescimento. Não sabemos tudo e é deste ponto que poderemos criar ainda mais alternativas e saídas plausíveis para o desenvolvimento do nosso negócio”, pontua.

Com pensamento semelhante, Hisbello de Andrade Lima Neto, superintendente do grupo Raymundo da Fonte, fabricante da Brilux, acredita que a nova realidade provocada pela Covid-19 requer que todas as empresas se reinventem. “Precisamos unir forças para que a recuperação da nossa economia ocorra de forma rápida e eficaz. Acreditamos na criatividade e no empreendedorismo do nosso povo e nos unimos a outras marcas neste desafio”, destaca.

De acordo com Léo Mendes, presidente corporativo do Grupo Cornélio Brennand, o momento atual exige se aprofundar na busca por soluções que minimizem os reflexos da pandemia na economia, no cuidado com os setores mais vulneráveis e na atenção com as comunidades. “Sempre tivemos uma atuação empreendedora fortemente conectada com Pernambuco e não poderíamos agir de outra forma senão apoiando esta iniciativa que busca modelos inovadores para enfrentamento de uma situação adversa”, complementa.

EIXOS EXPLORADOS

As propostas de projetos enviadas devem atender a um dos eixos destacados. Os temas foram divididos em: Marketing e Vendas, com propostas que devem escalar a adoção de novas estratégias (digitais ou não) de marketing e vendas, principalmente para pequenos negócios locais, para que possam continuar lucrando durante e após a pandemia; Gestão de Negócios, propondo o redesenho de ofertas e modelos de negócio para a nova realidade baseados nos recursos e capacidades instaladas do negócio; Biossegurança, com a intenção de levar as empresas a terem ambientes de trabalhos biosseguros e colaboradores saudáveis, agentes contra a disseminação da Covid-19 na sociedade.

Os outros três segmentos são: Formação de Pessoas, para habilitar de forma escalável os empreendedores e colaboradores para que possam definir e usar novas estratégias, canais e procedimentos, visando a transformação digital de seus negócios; Distribuição e Logística, com propostas para não apenas otimizar os processos de distribuição e logística, mas torná-los catalizadores de novos modelos de negócios inovadores durante e após a pandemia e, por fim, Finanças e Contratos, buscando soluções para que empresas se mantenham competitivas na convivência com a pandemia, tenham acesso a novas oportunidades de crédito e transações financeiras.

CRITÉRIOS

As propostas deverão levar em conta a maior limitação de contato entre as pessoas, novas leis e regulamentações, e restrições mais rígidas de viagens e higiene, entre outros aspectos, para poderem minimizar os efeitos da Covid-19 na economia. As empresas apoiadoras terão direito ao uso e suporte sem ônus por 12 meses, tendo a oportunidade de testar essas soluções em primeira mão. Esses produtos uma vez comprovada sua eficácia para solucionar na prática os problemas apontados, terão a oportunidade de ganhar escala e receber aportes mediante uma rede montada com Aceleradoras e Fundos de Investimento parceiros.

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