Levantar a bandeira da segurança, que é uma grande demanda da população, não ajudou a melhorar imediatamente a popularidade do presidente Michel Temer. Na edição de março, conduzida duas semanas após a intervenção federal no Rio de Janeiro, Temer, que cogita tentar reeleição pelo MDB, foi avaliado negativamente por 94% da população. Apenas 4% dos entrevistados na pesquisa aprovam sua atuação no país.
A maioria das 22 personalidades da política e do meio jurídico avaliados pela Ipsos no estudo manteve índices estáveis de aprovação e desaprovação ou oscilou dentro da margem de erro. “Os dados do Barômetro mostram que o Brasil está em compasso de espera, assistindo ao caos da segurança pública e da falência do Estado”, analisa Diretor do Ipsos Public Affairs, Danilo Cersosimo.
Além de Temer, os outros nomes de possíveis candidatos à Presidência incluídos na pesquisa da Ipsos também são desaprovados pela maioria da população – sete deles, incluindo o atual presidente, são avaliados negativamente por dois terços ou mais dos entrevistados. Só o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que mantém conversas com o PSB, mas não se decidiu se vai entrar na disputa, não é desaprovado pela maioria. Ele tem 42% de avaliação negativa e 38% de positiva.
O senador Fernando Collor (PTC-AL) é o segundo mais desaprovado com 86%, alta de cinco pontos percentuais em relação ao mês anterior. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), tem 71% de desaprovação, enquanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), tem 69%. Já o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) estão empatados com 66%. Nenhum deles tem índice de aprovação superior a 22%.
O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) é avaliado negativamente por 60% dos entrevistados, dois pontos porcentuais acima do que no mês anterior, e sua avaliação positiva se manteve em 24%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue como o político mais bem avaliado com maior taxa de aprovação de 41%. Sua desaprovação é de 57%. A deputada do RS Manuela D’Avila (PCdoB) tem 54% de desaprovação e 3% de aprovação, enquanto a ex-ministra Marina Silva (Rede) tem 30% de aprovação e 59% de desaprovação.
O Barômetro Político Estadão-Ipsos integra o estudo mensal sobre os principais temas que afetam a opinião pública Pulso Brasil. Para essa última edição, a Ipsos entrevistou presencialmente 1.200 pessoas em 72 municípios, entre 1.º e 13 de março. A margem de erro é de três pontos porcentuais.