Elas invadiram o Facebook, o Instagram, o Twitter e até o grupo da família no WhatsApp. A esta altura do campeonato, você certamente já acreditou ou até mesmo repassou alguma notícia falsa que recebeu pela internet. Por serem compartilhadas entre pessoas que já acreditam em determinadas ideias ou teorias conspiratórias, as fake news assumem papel ainda mais perigoso no contexto eleitoral. Isso porque a desinformação pode ser utilizada como arma para inflamar discursos de ódio e disseminar pânico entre a população, colocando em risco a democracia do nosso país.
Nos últimos quatro anos, as urnas eletrônicas e os sistemas eleitorais viraram alvo preferencial dos ataques infundados ao processo eleitoral brasileiro. Mas, ao contrário do que afirmam as mentiras em circulação na web, desde a adoção do voto informatizado pela Justiça Eleitoral, em 1996, nenhuma fraude foi comprovada.
O cenário pode parecer hostil e desanimador, mas para todo problema há uma solução. É possível se prevenir contra a desinformação, adotando sete passos simples. E o melhor: fica ainda mais fácil fugir das fake news na medida em que você treina o olhar para identificá-las.
Confira, abaixo, como descobrir se uma notícia é falsa:
- Título chamativo, sensacionalista ou bombástico: o primeiro sinal de que há algo errado
Já reparou que, em muitos casos, o título que aparece no Facebook ou no WhatsApp não tem nenhuma conexão com o restante do texto? Esse é o primeiro alerta vermelho: nunca se apegue somente ao título e verifique se o conteúdo foi publicado em sites confiáveis de notícias.
- Identificou erros ortográficos ou gramaticais? Fique atento!
Erros de português não combinam com notícias verdadeiras. Isso porque os textos jornalísticos sérios são revisados antes de serem publicados. Se o conteúdo contém palavras com grafia errada, abra o olho e cheque a procedência da informação em veículos mais reconhecidos.
- Fuja de textos opinativos tratados como se fossem notícia
Canais de comunicação confiáveis possuem regras: todo artigo opinativo deve vir assinado pela autora ou pelo autor. Mesmo em entrevistas, a opinião das pessoas entrevistadas é apresentada de forma imparcial pelo jornal, site e emissoras de rádio ou televisão. Se a mensagem traz uma opinião disfarçada de notícia, pule fora. É uma demonstração clara de que o conteúdo não é isento.
- A desinformação mora em sites ou canais desconhecidos
Você já parou para pensar que uma notícia verdadeira não seria publicada por um único portal? Desconfie sempre, pois toda vez que um conteúdo novo surge na rede mundial de computadores, diversos veículos de comunicação correm atrás para confirmar (ou não) essa informação. Por isso, cheque se outros sites também falaram sobre o assunto. É um cuidado simples que ajuda a garantir a credibilidade do texto.
- Parece verdadeira, mas é uma notícia antiga? Sinal amarelo
Nem sempre as notícias são falsas, mas podem ser antigas e/ou estar gravemente descontextualizadas, gerando desinformação. E é exatamente por esse motivo que é tão importante verificar a data do texto e buscar fontes adicionais para saber se algo mudou desde que o conteúdo foi publicado.
- Cuidado com o golpe da URL falsificada!
É comum que as notícias falsas sejam divulgadas em páginas com endereços que aparentemente pertencem a um veículo tradicional. Só que, ao serem acessados, direcionam o usuário para outro endereço onde está publicado o texto enganoso. Para não cair no conto das fake news, verifique se o site também é verdadeiro.
- Ficou na dúvida? Consulte a página “Fato ou Boato” da Justiça Eleitoral
Ouviu falar que o código-fonte foi entregue a uma empresa estrangeira ou que a urna eletrônica está desatualizada? Já te adiantamos que as duas afirmações são completamente falsas. Esses e outros esclarecimentos sobre as principais notícias falsas a respeito do processo eleitoral podem ser encontrados na página Fato ou Boato, lançada em outubro de 2020 para combater a desinformação relacionada às eleições brasileiras.
No site é possível ter acesso a mais de 400 textos produzidos pela Justiça Eleitoral e por nove agências independentes especializadas em checagem de fatos, que desmentem conteúdos desinformativos propagados por meio das redes sociais.
Você pode, inclusive, realizar a busca por palavras-chave específicas ou pelo veículo que realizou a verificação. O melhor antídoto contra as fake news é a precaução: antes de passar adiante, acesse a página Fato ou Boato e verifique a procedência da informação.
Combate à desinformação eleitoral
O Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação do TSE conta atualmente com mais de 160 parceiros, como redes sociais e plataformas digitais, instituições públicas e privadas e entidades profissionais, entre outras entidades.
Criado em agosto de 2019, o programa tem como finalidade prevenir e combater a disseminação de notícias falsas e desinformação sobre o processo eleitoral, principalmente na internet.
Em agosto de 2021, o programa se tornou uma ação permanente do TSE. Os parceiros dividem com a Justiça Eleitoral as seguintes atribuições: monitorar notícias falsas, combatendo a desinformação com informação correta sobre a questão abordada; ampliar o alcance de dados verdadeiros e de qualidade sobre o processo eleitoral; e capacitar a sociedade para que saiba identificar e denunciar conteúdos enganosos.