Do site Congresso em Foco
Dos 61 senadores que votaram pela cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff, 16 mudaram de voto e três se abstiveram na segunda votação, que garantiu a manutenção dos direitos políticos da petista por oito anos. Entre os 19 que resolveram não aplicar a pena integral à agora ex-presidente, nove são do PMDB, a começar pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O PR, com três mudanças, o PSB e o PDT, com duas cada, e o PPS, o PSD e o DEM, com uma abstenção, também contribuíram para aliviar a situação de Dilma. Para retirar todos os direitos políticos dela, eram necessários 54 votos. Foram 42 votos a 36 e três abstenções (veja a lista completa de votação).
A decisão de fatiar a votação da pena a ser imposta à petista gerou polêmica. Solicitada por aliados da então presidente afastada, a medida foi criticada por lideranças do PSDB e do DEM, mas teve o apoio declarado de Renan. “No Nordeste, costumam a dizer uma coisa com a qual eu não concordo: ‘além da queda, coice’”, discursou o presidente do Senado, que, na votação anterior, apoiou a cassação da presidente.
Uma das principais defensoras de Dilma e sua ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO) votou contra a cassação e encaminhou votação em defesa da manutenção das prerrogativas políticas da ex-chefe. Kátia apelou para a situação financeira da petista.
“Peço aos colegas que não apliquem essa pena de inabilitação (dos direitos políticos) pela sua honestidade e idoneidade, independentemente de erros que alguns concordam que ela tenha cometido. A presidente já fez as contas de sua aposentadoria e deve se aposentar com cerca de R$ 5 mil. Então, precisa continuar trabalhando para suprir as suas necessidades”, disse a senadora. Ela também adiantou que Dilma não tem a intenção de se candidatar.