Aamanhã, 14 de setembro, é vivenciado, em todo o Brasil, o Dia Nacional da Alfabetização que é caracterizado como o processo de aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de ler e escrever de maneira adequada. Mas, apesar dos dados quanto à alfabetização no Brasil estarem demonstrando crescentes avanços, com queda na taxa do número de analfabetos, ainda há um fator que preocupa: o analfabetismo funcional.
A pedagoga, mestra em Ciências da Educação e professora do curso de Pedagogia da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Ane Monteiro, explica que o termo analfabetismo funcional nasceu nos Estados Unidos, na década de 30, no exército, para leitura e compreensão de instruções escritas para as tarefas militares. “Esse tipo de analfabetismo significa a incapacidade de compreender um texto depois de lido. Ou seja, é uma leitura mecânica onde a preocupação em ler as palavras e frases não está associada à interpretação por não haver uma assimilação contextual a medida em que as frases são lidas”, diz.
Ainda segundo Monteiro, as atribuições do analfabetismo funcional estão associadas ao vocabulário restrito na oralidade, argumentações limitadas e insuficiência quanto aos sinônimos das palavras impelidos pela ausência do exercício da leitura. “Essa característica está associada a 13 milhões de brasileiros acima de 15 anos em todo o país (IBGE – 2015). Essa realidade repercute em todo âmbito nacional de desenvolvimento econômico e social, por conseguinte, no setor de empregabilidade”, destaca.
A profissional sugere uma reflexão acerca da prática pedagógica como uma das formas para chegar a mudanças. “O romper com o analfabetismo funcional nos põe a refletir sobre a prática pedagógica como fator decisivo, desde a Educação Básica, o comprometimento e o amor a profissão docente também são determinantes. Contudo, não bastam apenas essas instâncias, as condições da educação no país se perpetuam por séculos”, conclui.