Dia da micro e pequena empresa: 5 desafios comuns do empreendedorismo

No meu trabalho, ajudo eupreendedores¹, micro e pequenas empresas a estruturar a comunicação da marca e divulgar seus produtos e serviços ao mundo. Mas, ao mesmo tempo, emito boletos e notas fiscais, tomo um baile das planilhas financeiras, lido como dá com meu funil de vendas e também faço a lista de compras de papelaria básica para a agência.

Assim como eu, outras 12 milhões de micro e pequenas empresas precisam lidar com a multifuncionalidade. A combinação entre a vontade de fazer dar certo e a dedicação constante resulta no crescente número de novos negócios pipocando por todo país.

De acordo com uma estimativa do SEBRAE, até 2022 o Brasil terá cerca de 17,7 milhões de pequenos negócios. Outro fator importante – que não pode ser ignorado – é que o número de novos empreendimentos que surgem da necessidade também impulsiona o aparecimento de novas marcas, afinal o Brasil conta com 12 milhões de desempregados atualmente.

Enquanto me esforço para que minhas habilidades com comunicação compensem a falta de jeito com as planilhas financeiras, aproveito o dia 05 de outubro, Dia da micro e pequena empresa, para refletir sobre os 5 desafios do pequeno empreendedor:

Tempo – Não por acaso, o tempo é a maior emboscada dos empreendedores. Ser o gestor dos próprios prazos é um privilégio, mas conseguir cumprir apenas o horário comercial é um desafio. Um dia com mais de 24 horas seria conveniente diante de uma avalanche de tarefas e compromissos, mas o tempo é implacável. Portanto, a dica é abusar da organização e do planejamento.

Multifuncionalidade – Faz controle financeiro ao mesmo tempo que responde whatsapp do cliente, emite nota fiscal enquanto negocia com o fornecedor, traça mentalmente uma estratégia de vendas enquanto participa de uma reunião que podia ter sido resolvida em um e-mail. Para quem empreende, essas situações são muito comuns e rotineiras. A expectativa de ter o próprio negócio é de se dedicar integralmente àquilo que gosta, mas outras tantas atividades – não tão bacanas ou desejosas – vêm acopladas ao empreendedorismo.

Tomada de decisão – Infelizmente, em alguns momentos empreender é uma atividade solitária e, geralmente, essa solitude sobressai nos momentos de tomada de decisão. Grandes empresas contam com um corpo diretivo ou um conselho que analisa em diferentes cabeças uma decisão, mas no negócio próprio a decisão está nas mãos do empreendedor. Mesmo que existam informações da empresa que não possam ser compartilhadas é importante que todo empreendedor crie uma rede de contatos e troque experiências, afinal, a dor de uma marca hoje pode ter sido superada por outra ontem.

Comunicação – Que atire a primeira pedra o empreendedor que nunca designou a criação do site da empresa ao sobrinho, fez um post nas redes sociais da empresa da cama minutos antes de dormir ou pensou que comunicação era para os grandes do mercado. Essa é uma prática comum e prejudicial do micro e pequeno empreendedor, já que a comunicação é um dos pilares de sustentação de um negócio próspero.

Parcerias – O mais interessante é perceber que grande parte das parcerias são encaradas como loterias, quando na verdade há meios de se desvencilhar das emboscadas. Essa dificuldade em encontrar bons parceiros no mercado pode ser driblada com questionamentos básicos, como: as missões das marcas envolvidas apontam para o mesmo sentido? Os valores das marcas são compatíveis?

Essas dificuldades e desafios também nos ensinam algo importante. Nos mostram que, quando encontramos barreiras, empreendemos na busca por soluções e superação de desafios porque esse é o verdadeiro sentido de ter o próprio negócio.

¹ aquele gere o próprio negócio sozinho

*Thamiris Rezende é jornalista, fundadora da HUG Comunicação Corporativa e microempreendedora

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