No próximo dia 26, sexta-feira, é comemorado o Dia Mundial dos Avós. A data foi escolhida porque na tradição católica esse é o Dia de Sant’Ana e de São Joaquim, os pais de Maria, e, portanto, os avós de Jesus. Diz o ditado popular que “ser avó é ser mãe duas vezes”, devido ao carinho e dedicação característicos da avó. Mas para algumas delas o dito popular é uma realidade. Este é o caso da jovem avó Dona Vani Vicente, de 53 anos, que cria três netos e ao saber que um deles, Lyon, tinha uma doença, largou tudo para ficar com ele durante o tratamento no Centro Infantil Boldrini, hospital filantrópico infantil que é referência em tratamento onco-hematológico na América Latina.
Dona Vani cuida de três netos desde que eram bem pequeninhos. A mãe, sua filha, não pode criar as crianças e o pai não tem contato com elas. A avó então tomou para si a tarefa de educar, dar amor e acompanhar o crescimento dos netos. A missão, que já não era fácil, tornou-se mais árdua quando no ano passado, Dona Vani descobriu que o neto do meio, Lyon, de nove anos, estava com mielodisplasia e que iria precisar de um transplante de medula para se curar.
Diagnosticado pelo Centro Boldrini, Lyon começou o tratamento logo em seguida, e Dona Vani viu novamente sua vida mudar por causa dos netos. Ela, que trabalhava de diarista, abandonou o emprego para se dedicar ao tratamento do neto. Com ajuda dos filhos e dos padrinhos das crianças, a jovem avó consegue dividir o tempo entre Lyon e seus irmãos. “Ele não fica internado muito tempo, mas quando fica, eu estou com ele. De uns tempos para cá, ele não anda comendo direito. Então quando ele tem que fazer o tratamento todos os dias da semana, eu opto por ir e voltar diariamente. É cansativo e desgastante, mas assim eu cozinho para ele. Comida de avó eles sempre comem”, diz.
Hoje para ajudar com as despesas da casa, a avó faz trufas e bombons e trabalha aos finais de semana de ajudante em uma pizzaria. Nesses momentos, ela pede socorro novamente aos filhos e padrinhos dos netos. “No começo a gente fica sem chão. Conforme o tratamento vai caminhando, a gente percebe o quanto eles precisam de nós. O Lyon tem muito medo das injeções de quimioterapia e chora. Eu via todo aquele sofrimento e chorava junto. Mas eu estava lá, ao lado dele”, conta ao lembrar das primeiras etapas do tratamento.
O que a move para cuidar de Lyon e dos outros dois netos, Dona Vani define em uma palavra: amor. “Não sei explicar de onde vem. Mas a gente consegue forças. Se fosse para repetir tudo de novo, eu repetiria. Qualquer cansaço passa e tudo vale a pena quando ele diz ‘eu te amo’ e dá um sorriso. Deus está me dando a oportunidade de criar meus netos, de o Lyon se tratar em um local tão bom como o Boldrini, então eu tenho que agarrar essa oportunidade. Amor de vó realmente é em dobro. A gente faz pelos netos até mais do que fez pelos filhos”, resume a avó, que movida pelo amor e pela fé tem a certeza de que o transplante de medula do neto irá acontecer.
Sobre o Centro Infantil Boldrini
Centro Infantil Boldrini − maior hospital especializado na América Latina, localizado em Campinas, que há 41 anos atua no cuidado a crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue. Atualmente, o Boldrini trata cerca de 10 mil pacientes de diversas cidades brasileiras e alguns de países da América Latina, a maioria (80%) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos centros mais avançados do país, o Boldrini reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento clínico especializado, comparáveis ao Primeiro Mundo, disponibilidade de leitos e atendimento humanitário às crianças portadoras dessas doenças. www.boldrini.org.br