Do portal UOL
A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), ignorou o caráter institucional de sua visita a uma fábrica de automóveis no interior de Pernambuco e atuou como candidata nesta terça-feira (21). A visita às obras da fábrica da Fiat/Chrysler na cidade de Goiana fazia parte da agenda de Dilma como presidente da República, mas se transformou em um ato de campanha com direito a ataques a adversários.
A visita de Dilma à fábrica da montadora italiana é o primeiro compromisso oficial de Dilma como presidente da República desde o último dia 30 de setembro, quando ela visitou obras do Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. Desde então, ela tem se concentrado em sua agenda de candidata à reeleição.
Em Goiana, Dilma voltou a atacar o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, dizendo que os tucanos olham para o Nordeste com “preconceito” e que a redução do papel dos bancos públicos visa atender interesses privados.
“Eles olham pro Nordeste com preconceito. Vêm ao Nordeste, eles me acusaram de ter voto aqui e que nós recebíamos votos da parte mais ignorante do Brasil. Isto é a maior demonstração de elitismo possível”, disse Dilma referindo-se à entrevista concedida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na qual ele afirmou que a maior parte dos votos do PT eram de eleitores com menor grau de instrução.
Dilma voltou a criticar as propostas da equipe econômica de Aécio Neves que, segundo ela, visam reduzir o papel dos bancos públicos. “A quem interessa reduzir os papeis dos bancos públicos? Só interessa àquelas pessoas que têm uma visão estreita da realidae do Brasil ou que querem beneficiar segmentos privados que cobram juros maiores e não que financiam programas sociais”, disse a candidata.
Dilma ainda negou que venha retaliando o governo do Estado de Pernambuco, que no início da campanha apoiava a candidatura de Eduardo Campos e Marina Silva (PSB) à Presidência e que no segundo turno se aliou ao tucano Aécio Neves.
“Nunca nós fizemos retaliação (…) No meu governo, nós liberamos, aqui pra Pernambuco,R$ 6 bilhões (em financiamentos). No governo do Lula, foram R$ 4,2 bilhões. E no governo tucano, sabe quanto? Menos de R$ 600 milhões. Quem liberou o maior volume de recursos para os financiamentos aos Estados foi o meu governo”, afirmou.