A pandemia trouxe novas reflexões sobre a importância de cada vida, mas também distanciou brasileiros de um ato simples que salva. A quantidade de doações de sangue caiu 10% no Brasil em 2020, passando de 3,2 milhões de coletas em 2019 para 2,9 milhões no ano seguinte.
Em 2021, foram 734.247 bolsas coletadas até o mês de março. O número significa que quase 3 milhões de brasileiros foram beneficiados, pois cada doação pode representar quatro vidas salvas. Por conta dessa importância e necessidade vital, o Ministério da Saúde lançou uma campanha de conscientização sobre as doações.
A campanha “Doe sangue regularmente. Com a nossa união, a vida se completa”, foi lançada nesta segunda-feira (14). O mote principal da ação é ressaltar o impacto de cada doação e a segurança fornecida nos hemocentros do país durante a pandemia.
Já em 2020, o governo federal investiu R$ 1,8 bilhão em melhorias do sistema, com estruturação, modernização e qualificação de profissionais, além do fornecimento de medicamentos de alto custo para pacientes portadores de doenças hematológicas. Os valores foram levantados por Maíra Botelho, diretora do Departamento de Atenção Especializada (Daet) do Ministério da Saúde.
Ela conta que a pasta manteve acionado um plano de contingência do sangue para manter os estoques. “Nós tivemos durante a pandemia uma redução de 10% de doações em todo o país. Mas é mais importante dizer que as doenças que dependem de sangue — como complicações pós-parto, as cirurgias de urgência —, nada disso parou. E, graças ao nosso trabalho com o plano de contingência, em articulação com os estados, há a continuidade do tratamento dos pacientes com anemias crônicas, complicações da dengue hemorrágica, de câncer.”
Passo a passo
Para realizar uma doação de sangue, basta procurar uma unidade de coleta de sangue e checar se atende aos requisitos necessários. O Ministério da Saúde disponibiliza o endereço de cada unidade no site https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-sangue#onde-doar. Os requisitos básicos são: ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg e apresentar documento oficial com foto.
É necessário ainda estar bem de saúde, não apresentando gripe, resfriado ou febre nos últimos sete dias e não ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis, por exemplo. Homens podem doar a cada dois meses, enquanto mulheres a cada três.
O lançamento da campanha do governo federal contou com Osnei Okumoto, secretário de Saúde do Distrito Federal, que ressaltou os protocolos de doação pelo país. “Nesse período de pandemia, a gente observa que o trabalho de fazer agendamento para doações, para não ter aglomeração, já é um ponto positivo. A gente começa a entender que a população gosta do agendamento, que gosta de chegar ao hemocentro e já ser atendido, porque demora um pouquinho lá para poder fazer essa doação com total segurança.”
Conscientização
Para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, as ações de hemoterapias são essenciais na pasta. “O Ministério da Saúde considera essa ação absolutamente prioritária. É por isso que, em 2020, R$ 1,8 bilhão foi investido na rede nacional de serviço de hematologia e hemoterapia, e, em 2021, R$ 1,6 bilhão. Ainda vamos investir mais”, pontuou.
Queiroga pediu a colaboração da população neste momento sensível. “Vamos aproveitar a oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito básico. Vamos nos unir para manter os nossos bancos com reservas suficientes para atender a população brasileira.”