Dólar cai para R$ 5,09 e fecha no menor valor em uma semana

Dólar

A divulgação de indicadores econômicos fracos nos Estados Unidos fez o dólar cair e fechar abaixo de R$ 5,10 pela primeira vez em uma semana. Beneficiada pelo lucro de empresas varejistas e pela recuperação das commodities (bens primários com cotação internacional), a bolsa de valores subiu mais de 2%, após duas quedas seguidas.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (23) vendido a R$ 5,099, com recuo de R$ 0,067 (-1,31%). A cotação iniciou o dia em leve baixa, mas acelerou a queda após dados mostrarem desaceleração na atividade econômica norte-americana.

No menor nível desde 15 de agosto, o dólar acumula queda de 1,45% em agosto. Em 2022, o recuo chega a 8,55%.

No mercado de ações, o dia foi marcado pela recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 112.857 pontos, com alta de 2,13%. O indicador descolou-se das bolsas norte-americanas, que caíram com a desaceleração econômica nos Estados Unidos.

Indicadores divulgados nesta terça mostraram que o índice de atividade de negócios no setor privado nos Estados Unidos registrou o nível mais baixo em 18 meses. Paralelamente, a compra de moradias na maior economia do planeta atingiu o menor patamar em seis anos, influenciada pelos recentes aumentos de juros que impactaram o preço das hipotecas.

Os dados aumentaram as pressões para que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) reduza o ritmo de aumento de juros nas próximas reuniões. Taxas mais altas em economias avançadas, como nos Estados Unidos, estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil, mas elevações menores que o previsto ajudam a conter a pressão.

Em relação à bolsa, o agravamento da seca na China ajudou o mercado de ações brasileiros. Isso porque aumentaram as expectativas de que o Brasil exporte mais comida para o país asiático. Paralelamente, as apostas de que o ciclo de alta da taxa Selic (juros básicos da economia) está perto do fim impulsionou as ações de empresas varejistas.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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