Adolescentes em internação provisória na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em Caruaru, no Agreste do Estado, estão usando a criatividade para aprender uma nova vocação. Nesta sexta-feira (5), eles foram inseridos em um curso de tapeçaria, com certificação do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). A oferta da qualificação profissional na instituição, que é vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) de Pernambuco, ocorre de olho no mercado de confecções, que tende a ser uma das forças motrizes da retomada econômica da região após a pandemia da Covid-19.
As aulas estão ocorrendo dentro do Centro de Internação Provisória (Cenip) Caruaru, com adaptações para cumprir as recomendações de distanciamento social. As turmas, por exemplo, foram reduzidas a apenas três alunos, todos de máscaras. Haverá aulas para grupos diferentes pela manhã e à tarde ao longo de quatro sextas-feiras, com carga horária total de 24 horas/aula. A agente socioeducativa Joselma Batista, que atua na unidade, está responsável pela oferta do conteúdo. O material usado nas aulas foi disponibilizado por meio de uma parceria firmada com uma microempresária do ramo de confecções.
Os itens produzidos no curso, assim como outras produções artesanais do Cenip Caruaru, ficarão à disposição de funcionários da Funase e de familiares dos socioeducandos, além de passarem a compor o catálogo de produtos da instituição em exposições, quando esse tipo de evento voltar a ser realizado. Além do Cenip Caruaru, o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Cabo de Santo Agostinho, unidade da Funase no Grande Recife, também desenvolveu o curso de tapeçaria, em maio deste ano. Na próxima semana, na unidade de internação provisória de Caruaru, serão reiniciados o curso de informática e o grupo de leitura e reflexão.
Para a coordenadora geral do Cenip Caruaru, Maria Clara Amorim, a realização dessas atividades busca oportunizar a transformação de realidades através do aprendizado. “Durante a pandemia, reforçamos as atividades esportivas. Agora, sentimos que já é possível retomar as atividades profissionalizantes, com grupos menores de adolescentes e outros cuidados. Nesse curso específico, a ideia é produzir tapeçaria de vários tamanhos, modelos e com harmonia de cores. Buscamos que, ao saírem da Funase, os adolescentes possam colocar em prática, junto às famílias, o aprendizado que obtiveram na instituição”, avalia.