A poucas horas do fim do prazo para o ex-presidente Lula se entregar à Polícia Federal (17h), o clima é de tensão crescente no PT e em seu entorno. Em diversas localidades Brasil afora, grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) enguem barricadas para interromper estradas (foto abaixo). A Frente Brasil Popular desde ontem (quinta, 5) anuncia ações contra a ordem de prisão. Movimentos sociais se deslocam para o Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP), onde o cacique petista está abrigado desde ontem, para se juntarem aos demais que lá estão em vigília. E, em meio à mobilização em torno da figura máxima do PT, seus correligionários divergem sobre qual a melhor estratégia diante da ordem de prisão formalizada pelo juiz federal Sérgio Moro, que condenou Lula em primeira instância.
Parlamentares petistas e de atidos como PCdoB e Psol acompanham o ex-presidente. A dúvida é se haverá apresentação de Lula à PF em São Paulo, como prefere sua defesa jurídica, ou se o ex-presidente continua alojado com seus correligionários. Essa segunda opção, na opinião de alguns petistas, poderia levar à detenção dramática de Lula no meio da multidão, com risco de confronto.
Mas uma coisa já é certa: o ex-presidente decidiu não ir a Curitiba para se entregar à Polícia Federal nesta sexta-feira (6). Lula, direção nacional do PT e os advogados do ex-presidente estão reunidos na sede do sindicato avaliando qual a melhor decisão. A informação foi confirmada pelo Congresso em Foco com deputados petistas que estão em São Paulo.
O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) disse à reportagem que está descartada a ida de Lula a Curitiba, onde o juiz Sérgio Moro determinou o início do cumprimento da pena em uma sala de “Estado Maior” reservada a autoridades na carceragem da Polícia Federal. Segundo o parlamentar, o ex-presidente está reunido com a família avaliando a possibilidade de se entregar em São Paulo ou esperar a PF ir ao sindicato e, depois, conduzi-lo à capital paranaense.