Talvez uma das palavras mais utilizadas no contexto atual do mundo, em que uma pandemia provocou profundas mudanças em nossas rotinas e grandes prejuízos às populações, a empatia está “em alta”. O dicionário Michaelis apresenta, em sua versão on-line, as seguintes definições para a palavra: “habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa”, “compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem”. Dessas duas concepções, compreende-se o porquê de se falar tanto em empatia: é uma habilidade essencial que precisamos desenvolver, em especial em um momento em que tantas pessoas estão sofrendo, pelos mais diversos motivos.
Mas como colocar a empatia em prática, sem ficar apenas no discurso? São atitudes que, na verdade, já deviam estar sendo tomadas desde o início da pandemia. O simples fato de permanecer em isolamento (para quem pode) já é empático em si: voltando a circular pela cidade, você se expõe e expõe outras pessoas à contaminação. Para quem precisa sair de casa, por qualquer motivo, tomar as precauções necessárias, como o uso da máscara, o distanciamento e a higienização das mãos, também é se importar com o próximo. Não é tão difícil.
Empatia é respeito. Minimizar os efeitos da pandemia, criticar ações restritivas de circulação ou não seguir recomendações ou determinações das autoridades se refletem nos maiores atos de desrespeito que alguém pode ter na presente situação. Não é uma “gripezinha”, não é alarmismo: é realidade. Portanto, ajamos com consciência coletiva e senso social. A irresponsabilidade de hoje pode ter reflexos devastadores no futuro do Brasil.
Mas a empatia não deve ser exclusividade do período da pandemia: é necessidade básica para a vida. Em diversas situações, precisamos nos colocar no lugar do outro, tentar enxergar o que não enxergamos buscando novos prismas. É pensar no bem comum, no que pode tornar a realidade à nossa volta melhor para todos.
No mundo inteiro, já são 9,5 milhões de casos do novo coronavírus, com quase 500 mil mortes. O Brasil ainda não controlou a situação satisfatoriamente e começa a retomar as atividades econômicas, mesmo com taxas altas de contaminação e as 55 mil mortes – apenas as registradas oficialmente. No estágio em que estamos, o olhar e, principalmente, as atitudes empáticas se mostram cada vez mais importantes. É preciso ter empatia com a dor do outro, com a necessidade de quem perdeu o emprego, com o luto das famílias que perderam parentes para a doença. Ser empático é ser humano.
Janguiê Diniz – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional – Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo